Gîtâ

Canção de Raul Seixas

"Gîtâ" é uma canção composta pelo cantor e compositor Raul Seixas e pelo escritor Paulo Coelho e lançada originalmente em um compacto simples, em julho de 1974.[2][1] Apesar de Raul já ser conhecido à época do seu lançamento, o sucesso dessa música é creditado como responsável pelo status que o compositor baiano adquiriria nos anos seguintes, tendo o compacto vendido 600 mil cópias.[1][3] O próprio álbum homônimo, puxado pela faixa título, ultrapassou a vendagem de 100 mil cópias no ano de seu lançamento, sendo certificado disco de ouro.[4]

"Gîtâ"
Single de Raul Seixas
do álbum Gita
Lado A Gîtâ
Lado B Não Pare na Pista
Lançamento Julho de 1974[1]
Formato(s) Disco de vinil de 7 polegadas, tocado à 33 1/3 RPM
Gravação 1974
Gênero(s) Rock and roll
Duração 04:50 (Lado A)
02:50 (Lado B)
Gravadora(s) Philips Records
Composição Raul Seixas / Paulo Coelho
Produção Marco Mazzola
Cronologia de singles de Raul Seixas
Ouro de Tolo
(1973)
Como Vovó já Dizia
(1974)
Lista de faixas de Gita
"Loteria da Babilônia"
(11)

Em 2009, foi escolhida pela revista Rolling Stone Brasil como uma das 100 maiores músicas brasileiras figurando no 72° lugar.[5]

Faixas editar

O compacto foi lançado com duas faixas, uma em cada lado do disco de vinil de 7 polegadas, tocado à 33 1/3 RPM, ambas escritas por Raul Seixas e Paulo Coelho.

Gîtâ
N.º Título Duração
1. "Gita"   4:50
2. "Não Pare na Pista"   2:50
Duração total:
7:40

Produção e promoção editar

O videoclipe, gravado para o programa Fantástico, da TV Globo, e criado por Cyro Del Nero,[6] é considerado um dos primeiros números musicais em cores a fazer sucesso na televisão brasileira.[7][8] Antes de tocá-lo no programa, Raul afirmou:[6]

Esse fenômeno mágico, esse interesse súbito, vamos dizer assim, por essa magia, por essa coisa toda que tá pintando agora, como o filme O Exorcista, essa coisa toda está sendo considerada causa, quando na realidade, é um efeito. A música Gita coloca bem isso, ela desperta em cada um o que a pessoa é: o bem e o mal como sendo uma coisa só. E desperta, na pessoa, Deus como um todo.

Contexto e análise editar

Seu título faz alusão a um dos textos sagrados do hinduísmo, o Bhagavad Gita, que faz parte do Mahabharata, um dos dois textos épicos mais importantes da Índia e considerado por alguns autores como o texto sagrado mais importante da religião hindu.[3] O texto indiano trata de um diálogo travado entre o guerreiro Arjuna e Krishna, antes da guerra de Kurukshetra, no qual o primeiro pergunta pela natureza de Krishna.[5][9]

Referências na cultura popular editar

A canção fez parte da trilha sonora nacional da telenovela Mulheres de Areia, exibida pela Rede Globo em 1993; da telenovela Amor e Revolução, exibida pelo SBT em 2011; além de ser tema de abertura de outra telenovela - Brida - exibida em 1998, pela Rede Manchete.

Outras versões editar

Foi gravada posteriormente por Maria Bethânia (em show com Chico Buarque de Holanda), RPM, Rita Lee, Zé Ramalho, Ney Matogrosso, Daniel e a dupla sertaneja Milionário & José Rico. Além disso, o próprio Raul Seixas realizou uma versão em inglês, intitulada "I Am (Gita)" para o seu álbum de 1987.

Ver também editar

Referências

  1. a b c ALEXANDRE, 1999.
  2. FRANS, 2000, p. 112.
  3. a b SOUZA, 2011, p. 69.
  4. DOMINGUES, 2004, p. 118.
  5. a b LUIZ, Outubro de 2009.
  6. a b BARCINSKI, 2014, pp. 21-22.
  7. Relembre o clipe da música 'Gita', de Raul Seixas. Globo.com - Vídeo Show, 10 de novembro de 2011
  8. 25 anos sem Raul Seixas. Publicado em Rolling Stone Brasil.
  9. BOSCATO, 2006, p. 190.
  10. ROHDEN apud BOSCATO, 2006, pp. 190 e 191.

Bibliografia editar

  • ALEXANDRE, Ricardo. Eu morri há dez mil anos atrás. Publicado em revista Trip, nº 71, julho de 1999.
  • Barcinski, André. Pavões Misteriosos — 1974-1983: A explosão da música pop no Brasil São Paulo: Três Estrelas, 2014.
  • FRANS, Elton. Raul Seixas: a história que não foi contada. Rio de Janeiro: Irmãos Vitale, 2000.
  • SOUZA, Isaac Soares de. Dossiê Raul Seixas. São Paulo: Universo dos Livros Editora, 2011.
  • DOMINGUES, André. Os 100 melhores CDs da MPB. São Paulo: Sá Editora, 2004.
  • LUIZ, Thiago Marques. Nº 72 - Gita. Publicado em Rolling Stone Brasil, 100 maiores músicas brasileiras, edição 37, outubro de 2009.
  • MOTTA, Nelson. Noites tropicais. Rio de Janeiro: Editora objetiva, 2000.