Gabinete de Política Racial do NSDAP

O Gabinete da Política Racial foi um departamento do Partido Nazi (NSDAP), que foi criado para "unificar e supervisionar toda a doutrinação e trabalhos de propaganda na área das políticas raciais e da população". O gabinete foi criado em 1933 com a designação Gabinete do NSDAP para Esclarecimento à População das Políticas Raciais e do Bem-estar (em alemão: Aufklärungsamt für Bevölkerungspolitik und Rassenpflege). Em 1935, mudou de designação para Gabinete de Política Racial do NSDAP (alemão: Rassenpolitisches Amt der NSDAP ou RPA).[1]

Gabinete de Política Racial do NSDAP
Rassenpolitisches Amt der NSDAP
Gabinete de Política Racial do NSDAP
Dr. Walter Gross
Dr. Walter Gross
Resumo da agência
Formação 17 de Novembro de 1933
Dissolução 8 de Maio de 1945

O Dr. Walter Gross manteve-se o único director até ao seu suicídio no final da Segunda Guerra Mundial, em Abril de 1945.[2]

Finalidade editar

O principal papel do RPA foi o de supervisionar a produção e a manutenção de propaganda sobre a consciência étnica da raça Ariana Nórdica.[3] Foi denominado "iluminismo" em vez de "propaganda" pelas autoridades nazis, porque "não era uma chamada para a acção imediata, mas uma mudança de atitude de longo- prazo".[4] O dr. Gross não queria que as pessoas pensassem em si mesmas como indivíduos mas sim como "elos únicos na grande corrente da vida".

Métodos editar

Todas as informações relativas a assuntos raciais do NSDAP necessitavam de aprovação do gabinete de Gross antes da sua publicação. O departamento lidava com todas as medidas relativas a assuntos relacionados com as políticas da população e raciais em cooperação com outras agências nazis e das SS, tais como o RKFDV. O RPA verificava e fazia passar todos os comunicados de imprensa do Partido Nazi sobre questões de raça. Também fornecia dados para a elaboração da legislação nazi sobre questões raciais.

O RPA produzia a Neues Volk, uma revista mensal que visava um público mais generalista, em vez de uma audiência mais especializada.[5][6] Mas embora contivesse artigos sobre temas como informações úteis sobre viagens, o seu tema central era a promoção de uma consciência eugenica e étnica.[7] Outras publicações criadas pelo gabinete incluía um plano de casamento de dez pontos. As orientações, em vez de se concentrarem no amor, salientavam que o critério ideal para o casamento no estado Nazi eram a raça e a saúde. O panfleto exigia a investigação sobre a ascendência de potenciais parceiros, e que o parceiro ideal não devia permanecer solteiro, concluindo com a esperança de que o casal tivesse muitos filhos.[8] Outras publicações incluíam "Pode Pensar Racialmente?" e "O Campesinato entre Ontem e Hoje".

O RPA também criou exposições itinerantes que apresentavam o tipo ideal ariano como imutável contrastando com os tipos sub-humanos.[9] No seu primeiro ano, o gabinete publicou 14 panfletos sobre a educação racial.[10] Isto levou ao estabelecimento de cursos de formação intensivos para criar educadores de etnia. Mais de mil membros das Sturmabteilung e recém-formados da escola de Medicina foram doutrinados em cada ano sobre assuntos nazis raciais até 1945.[11]

Veja também editar

Referências

  1. Robert Cecil, The Myth of the Master Race: Alfred Rosenberg and Nazi Ideology p. 115. ISBN 0-396-06577-5.
  2. "National Socialist Racial Policy: A Speech to German Women"
  3. Koonz, p. 106.
  4. Koonz, p. 110.
  5. "Neues Volk"
  6. Koonz, p. 117.
  7. Koonz, p. 117-9.
  8. Richard Overy, The Dictators: Hitler's Germany, Stalin's Russia, p247 ISBN 0-393-02030-4
  9. Koonz, p. 122.
  10. Claudia Koonz, The Nazi Conscience, p. 116. ISBN 0-674-01172-4.
  11. Claudia, p. 123.