Gare do Oriente

estação ferroviária de Lisboa, Portugal

A Gare do Oriente, também conhecida como Gare Intermodal de Lisboa (GIL), ou Estação Ferroviária de Lisboa - Oriente, ou Estação de Concentração de Lisboa Oriente,[1][4] é uma das interfaces ferroviárias e rodoviárias mais importantes de Lisboa, em Portugal. Projetada pelo arquiteto e engenheiro espanhol Santiago Calatrava, ficou concluída em 1998, integrando a Expo’98, e, posteriormente, o Parque das Nações.

Lisboa Oriente
Gare do Oriente
plataforma ferroviária da Gare do Oriente
Identificação: 31039 ORI (Lis-Oriente)[1]
Denominação: Estação de Concentração de Lisboa Oriente
Administração: Infraestruturas de Portugal (até 2020: centro;[2] após 2020: sul)[3]
Classificação: EC (estação de concentração)[1]
Tipologia: A [2]
Linha(s): Linha do Norte (PK 6+480)
Altitude: 22 m (a.n.m)
Coordenadas: 38°46′4″N × 9°5′57″W

(=+38.76778;−9.09917)

Mapa

(mais mapas: 38° 46′ 04″ N, 9° 05′ 57″ O; IGeoE)
Concelho: border link=LisboaLisboa
Serviços:
Estação anterior Comboios de Portugal Comboios de Portugal Estação seguinte
Entrecampos
Faro
  AP   Coimbra-B
P-Campanhã
Lis-Apolónia
terminal
    Santarém
P-Campanhã
    Coimbra-B
P-Campanhã
Braga
Lis-Apolónia
terminal
  IC   V.F.Xira
Coimbra-B
Guarda
P-Campanhã
Braga
Guimarães
Valença
Entrecampos
Évora
Faro
    Terminal
Lis-Apolónia
terminal
  IR   V.F.Xira
Tomar
Lis-Apolónia
termninal
  R   V.F.Xira
C.Branco
    Alverca
Tomar
    Póvoa
Entroncam.to
Tomar
Braço Prata
Lis-Apolónia
    Moscavide
Entroncam.to
P-Campanhã
Braço Prata
Sintra
  S   Moscavide
Alverca
    Terminal
Braço Prata
Lis-Apolónia
  AZ   Moscavide
Azambuja
Braço Prata
Alcântara-T.
   
    Moscavide
Cast.Ribat.

Coroa: Coroa L Navegante
Conexões:
Ligação a autocarros
Ligação a autocarros
26B 208 210 705 708 725 728 744 750 759 782 794 2705 2708 2711 2724 2725 2726 2727 2728 2729 2730 2731 2792 2794 4701 4702 4703 4704 4705 4706 4707 4710 4711 4715 4720  Alsa   Citi Express   Flixbus   Gipsyy   Rede Expressos 
Ligação ao metro
Ligação ao metro
Oriente
Serviço de táxis
Serviço de táxis
LSB
Equipamentos: Bilheteiras e/ou máquinas de venda de bilhetes Restaurante Zona Comercial Informações - Gabinete de Apoio ao Cliente Sala de espera Guarda de bagagem Telefones públicos Caixas Multibanco Câmbio Escadas rolantes Elevadores Estação sem barreiras arquitectónicas Parque de estacionamento Lavabos adaptados Lavabos Aluguer de automóveis Bar ou cafetaria Estacionamento para bicicletas
Inauguração: 19 de maio de 1998 (há 25 anos)
Website:
Aspetos das plataformas.
 Nota: Para outras estações com o mesmo nome, veja Estação Oriente.
 Nota: Para o antigo apeadeiro no mesmo local, veja Apeadeiro dos Olivais.

Descrição editar

 
Entrada ao nível da rua, lado Poente.
 
Vista dos pisos intermédios.
 
Túnel de acesso ao terminal rodoviário.

Localização e acessos editar

O edifício situa-se junto à Avenida D. João II, estando construída sobre a Avenida de Berlim e Rua Conselheiro Mariano de Carvalho, na cidade de Lisboa.[5] Situa-se muito próximo, a sul, da localização do antigo Apeadeiro dos Olivais (PK 006+8), extinto e demolido na década de 1990 para dar lugar à nova estação.[carece de fontes?]

Estação do metropolitano editar

Os pisos subterrâneos do edifício albergam a estação homónima do Metropolitano de Lisboa. Esta serviu como terminal da Linha Vermelha até ao seu prolongamento para norte em 2012.[carece de fontes?]

Infraestrutura editar

O complexo inclui uma estação do Metropolitano de Lisboa (designada Oriente) nos dois níveis inferiores, uma estação rodoviária (tanto local como de médio/longo curso) no nível térreo, e a estação ferroviária now dois níveis superiores, com comboios suburbanos e por serviços de médio e longo curso; existem espaços comerciais nos três níveis intermédios.[carece de fontes?]

Esta interface apresenta oito vias de circulação, numeradas de I a VIII, com comprimentos variando entre 754 e 521 m e acessíveis por plataformas todas com 297 m de comprimento e 70 cm de altura; existem ainda duas vias secundárias, identificadas como G1 e G2, com comprimentos de 75 e 342 m, respetivamente; todas estas vias estão eletrificadas em toda a sua extensão.[6]

Serviços editar

Esta interface é servida por de comboios de de passageiros de tipos Alfa Pendular, intercidades, inter-regional, regional, e urbano, das famílias de Sintra e Azambuja.[7]

História editar

A Gare do Oriente situa-se no lanço da Linha do Norte entre Lisboa-Santa Apolónia e o Carregado, que foi inaugurado no dia 28 de Outubro de 1856.[8] A Estação Ferroviária de Olivais existiu desde a inauguração da linha até à década de 1990 (entretanto despromovida a apeadeiro) num local de implantação aproximadamente idêntico ao da Gare do Oriente.[9]

Nos finais da Década de 1980, a operadora Caminhos de Ferro Portugueses e o Gabinete do Nó Ferroviário de Lisboa lançaram um grande programa de modernização da Linha do Norte e dos caminhos de ferro suburbanos de Lisboa, que tinha como um dos principais objectivos melhorar as condições de serviço e de conforto nos comboios de passageiros, através da renovação e ampliação das vias férreas, instalação de novos equipamentos de sinalização e de controlo de tráfego, inauguração de novo material circulante, e construção de novas interfaces intermodais e desenvolvimento das já existentes.[10] Na Linha do Norte, as vias deveriam ser quadruplicadas,[11] modificado o traçado da linha, e construída a Gare do Oriente, que deveria fazer parte do complexo da futura Exposição Mundial de 1998.[12][10]

Em 1990, foi lançado o concurso para a modernização dos equipamentos de sinalização na Linha do Norte, que incluía os sinais electrónicos a serem instalados na futura Gare do Oriente.[11] Em 1994, já tinha sido lançado o concurso internacional para o projecto da Gare do Oriente,[12] tendo sido escolhido o do arquitecto Santiago Calatrava, elaborado entre 1994[13] e 1995.[14] Santiago Calatrava era um arquitecto já veterano no planeamento de estações ferroviárias, tendo sido responsável pelos terminais de Lyon - Saint-Exupéry e Zurique - Stadelhofen, entre outros.[13]

A construção foi iniciada ainda pela operadora Caminhos de Ferro Portugueses, tendo sido terminada já após a criação da Rede Ferroviária Nacional.[15] No âmbito dos estudos de intermodalidade para o novo equipamento, chegou a estar equacionada a ligação da Gare do Oriente a um cais fluvial a implementar na Doca dos Olivais após a Expo’98 para serviço Transtejo ligando ao Montijo e a Alcochete.[16]

A Gare do Oriente foi inaugurada no dia 18 de Maio de 1998,[15] no âmbito da Exposição Mundial de 1998.[17]

Na altura da sua entrada em serviço, era considerada a maior estação intermodal em território nacional.[18] Destacou-se pela sua traça arrojada e elegante,[15] tendo recebido o Prémio Brunel de arquitectura em 7 de Outubro de 1998, na categoria de estações grandes construídas de origem.[19]

Em 2003, foi feita a primeira viagem técnica entre a Gare do Oriente e Faro, utilizando a Ponte 25 de Abril, tendo os serviços regulares começado no mesmo ano.[20]

Segundo o Directório da Rede 2012, publicado pela Rede Ferroviária Nacional em 6 de Janeiro de 2011, a Gare do Oriente tinha oito vias de circulação, com comprimentos úteis entre 510 m e 720 m, e várias plataformas, todas com 309 m de extensão e alturas entre 60 cm e 70 cm[21] — valores mais tarde[quando?] alterados para os atuais.[6]

Em 2023 esta estação, juntamente com outras duas em Portugal (São Bento e Rossio), foi considerada pela edição espanhola da revista Condé Nast Traveler como uma das 45 estações de comboio «mais incríveis do mundo» (ou: «mais fascinantes», ou «mais bonitas»)…[22]

Panorâmicas editar

CP-USGL + CP-Reg + Soflusa + Fertagus
 
             
 
(n) Azambuja 
               
 Praias do Sado-A (u)
(n) Espadanal da Azambuja 
               
 Praça do Quebedo (u)
(n) Vila Nova da Rainha 
             
 Setúbal (u)
**(n) Carregado 
     
 
 
     
 Palmela (u)
(n) Castanheira do Ribatejo 
             
 Venda do Alcaide (u)
(n) Vila Franca de Xira 
       
 
 
 Pinhal Novo (u)(a)
(n) Alhandra 
             
 Penteado (a)
(n) Alverca   Moita (a)
(n) Póvoa   Alhos Vedros (a)
(n) Santa Iria   Baixa da Banheira (a)
(n) Bobadela   Lavradio (a)
(n) Sacavém   Barreiro-A (a)
(n) Moscavide   Barreiro (a)
(n) Oriente   (Soflusa)
(n)(z) Braço de Prata 
         
 
 
 Terreiro do Paço (a)
 
 
 
 
 
 
 
 
 Penalva (u)
(n)(ẍ) Santa Apolónia 
 
 
 
 
 
       
 Coina (u)
(z) Marvila 
 
         
 Fogueteiro (u)
(z) Roma-Areeiro 
           
 Foros de Amora (u)
(z) Entrecampos 
           
 Corroios (u)
(z)(7) Sete Rios 
           
 Pragal (u)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Campolide (z)(s)(u)*
(s) Benfica   Rossio (s)
(s) Santa Cruz-Damaia   Cais do Sodré (c)
(s) Reboleira   Santos (c)
(z) Alcântara-Terra 
 
 
 
 
   
 Alcântara-Mar (c)
(s) Amadora   Belém (c)
(s) Queluz-Belas   Algés (c)
(s) Monte Abraão   Cruz Quebrada (c)
(s) Massamá-Barcarena   Caxias (c)
(s)(o) Agualva-Cacém   Paço de Arcos (c)
 
 
 
         
 Santo Amaro (c)
(o) Mira Sintra-Meleças   Rio de Mouro (s)
(s) Mercês   Oeiras (c)
(s) Algueirão - Mem Martins   Carcavelos (c)
(s) Portela de Sintra   Parede (c)
(s) Sintra   São Pedro Estoril (c)
(o) Sabugo 
           
 São João Estoril (c)
(o) Pedra Furada 
           
 Estoril (c)
(o) Mafra 
           
 Monte Estoril (c)
(o) Malveira 
           
 Cascais (c)
**(o) Jerumelo 
 
 
     
 

2019-2021 []

Linhas: a L.ª Alentejoc L.ª Cascaiss L.ª Sintra C.ª X.
n L.ª Norteo L.ª Oestez L.ª Cinturau L.ª Sul7 C.ª 7 R.
(*) vd. Campolide-A   (**)   continua além z. tarif. Lisboa

(***) Na Linha do Norte (n): há diariamente dois comboios regionais nocturnos que param excepcionalmente em todas as estações e apeadeiros.
Fonte: Página oficial, 2020.06

Ver também editar

Referências

  1. a b c (I.E.T. 50/56) 56.º Aditamento à Instrução de Exploração Técnica N.º 50 : Rede Ferroviária Nacional. IMTT, 2011.10.20
  2. a b Diretório da Rede 2021. IP: 2019.12.09
  3. Diretório da Rede 2025. I.P.: 2023.11.29
  4. Instrução de exploração técnica nº 2 : Índice dos textos regulamentares em vigor. IMTT, 2012.11.06
  5. «Lisboa Oriente». Comboios de Portugal. Consultado em 21 de Novembro de 2014 
  6. a b Diretório da Rede 2024. I.P.: 2022.12.09
  7. https://www.cp.pt/passageiros/pt/consultar-horarios
  8. TORRES, Carlos Manitto (1 de Janeiro de 1958). «A evolução das linhas portuguesas e o seu significado ferroviário» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 70 (1681). p. 9-12. Consultado em 2 de Março de 2018 
  9. ABRAGÃO, Frederico (16 de Março de 1956). «No Centenário dos Caminhos de Ferro em Portugal: Algumas notas sobre a sua história» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1638). p. 131-138. Consultado em 27 de Setembro de 2016 
  10. a b MARTINS et al 1996: 207-208
  11. a b MARTINS et al, 158-159
  12. a b LEVY, Mauricio (julho–agosto de 1994). «Los portugueses se centrarán en la mejora de las cercanías». Via Libre (em espanhol). 31 (367). Madrid: Fundación de los Ferrocarriles Españoles. p. 27-28. ISSN 1134-1416 
  13. a b MENÉNDEZ, Oscar (Novembro de 1994). «Calatrava, un arquitecto de estación en estación». Via Libre (em espanhol). 31 (370). Madrid: Fundación de los Ferrocarriles Españoles. p. 80. ISSN 1134-1416 
  14. AFONSO e ROSETA, 2005:224
  15. a b c REIS et al, 2006:223
  16. anónimo: Plano de Expansão da Rede — PER I. Metropolitano de Lisboa: Lisboa, sem data (datável: ilustra como «Linha Actual» o estado da rede em 1993.04-1995.07). Folheto desdobrável de 8 páginas em cartolina marfim com resumos não técnicos das três empreitadas. Inclui mapa.
  17. TARIFA, Alvaro (1998). «Noticias». Maquetren (em espanhol). 6 (69). Madrid: Ed. España Desconocida, s. l. p. 68-73. ISSN 1132-2063 
  18. TAVARES, 2000:114
  19. VAL, Yolanda (Outubro de 1998). «Los Premios Brunel al mejor diseno ferroviario se entregan el 7 de octubre en Madrid». Via Libre (em espanhol). 35 (413). Madrid: Fundación de los Ferrocarriles Españoles. p. 16-17. ISSN 1134-1416 
  20. REIS et al, 2006:202
  21. «Linhas de Circulação e Plataformas de Embarque». Directório da Rede 2012. Rede Ferroviária Nacional. 6 de Janeiro de 2011. p. 71-85 
  22. Volto : Portugal tem três. As estações de comboio mais fascinantes do mundo Viagens.SAPO (2023.03.23)

Bibliografia editar

  • AFONSO, João; ROSETA, Helena (2005). IAPXX: Inquérito à Arquitectura do Século XX em Portugal. Lisboa: Ordem dos Arquitectos. 290 páginas. ISBN 972-8897-14-6 
  • MARTINS, João; SOUSA, Miguel; BRION, Madalena; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 
  • REIS, Francisco; GOMES, Rosa; GOMES, Gilberto; et al. (2006). Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
  • TAVARES, João Fernando Cansado (2000). 100 Obras de Arquitectura Civil no Século XX: Portugal. Lisboa: Ordem dos Engenheiros. 286 páginas. ISBN 972-97231-7-6 

Leitura recomendada editar

  • Vias de Ferro - A Gestão da Infra-estrutura Ferroviária em Portugal. Lisboa: Rede Ferroviária Nacional E. P. 2006 
  • ANTUNES, J. A. Aranha; et al. (2010). 1910-2010: O caminho de ferro em Portugal. Lisboa: CP-Comboios de Portugal e REFER - Rede Ferroviária Nacional. 233 páginas. ISBN 978-989-97035-0-6 
  • JODIDIO, Philip (1998). Santiago Calatrava - Estacao do Oriente / Estacion de Oriente / Oriente Station (em espanhol). Madrid: Centralibros Hispania - Edicion y Distribucion S. A. ISBN 978-9728418588 
  • TZONIS, Alexander (1999). Santiago Calatrava: La Poética del Movimiento (em espanhol). [S.l.: s.n.] ISBN 9788817862288 
  • TZONIS, Alexander (2007). Santiago Calatrava: Obra completa (em espanhol). Madrid: Ediciones Polígrafa. ISBN 978-8434311510 
 
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Ligações externas editar