José Inácio de Abreu e Lima

político, escritor e jornalista brasileiro
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 Nota: Para outros significados de "Abreu e Lima", veja Abreu e Lima (desambiguação).

José Inácio de Abreu e Lima (Recife, 6 de abril de 1794 — Recife, 8 de março de 1869) foi um militar, político, jornalista e escritor brasileiro. Mesmo nascido no Brasil, participou com destaque das guerras de independência da América espanhola. Devido a isso, é conhecido com maior notoriedade como General Abreu e Lima por ter sido um dos generais de Simón Bolívar, um dos principais líderes pela libertação da América hispânica.[1]

José Inácio de Abreu e Lima
José Inácio de Abreu e Lima
Nascimento 6 de abril de 1794
Recife
Morte 8 de março de 1869
Recife
Cidadania Brasil
Ocupação oficial, político, escritor, jornalista

Biografia editar

Abreu e Lima saiu do Brasil em 1819, após a execução de seu pai o Padre Roma (ex-sacerdote que abandonou a batina para casar-se) em 1817, devido ao envolvimento deste na Revolução Pernambucana. Naqueles tempos, as Ordenações do Reino não limitavam suas punições aos réus de crime de lesa-majestade, mas impunham-nas até a segunda geração. Sendo um jovem militar em início de carreira, a execução do pai nessas condições sepultava-lhe a carreira militar no Brasil.[1]

 
General Abreu e Lima (Galeria de Arte Nacional, Venezuela).

Incorporou-se ao exército de Bolívar, com a patente de capitão, e participou das batalhas decisivas da luta de libertação da Venezuela e Colômbia. Abreu e Lima é considerado um dos heróis da independência da Venezuela e tem maior reconhecimento nesse país do que no Brasil.[1]

Com a morte de Bolívar, e o não reconhecimento de sua patente pelo governo do General Santander, que o sucedeu, abandonou a Colômbia. Esteve nos Estados Unidos, na Europa e, em seguida, retornou ao Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro.[1]

Abreu e Lima é uma figura histórica complexa; mesmo tendo participado ativamente do movimento comandado por Bolívar (de inspiração republicana), ao voltar para o Brasil foi um firme defensor da monarquia brasileira.

Em 1844, retornou a Pernambuco. Foi preso sob a acusação de envolvimento na Revolta Praieira (1848). Em relação a este episódio existem divergências quanto a sua atuação.[1]

Algumas fontes afirmam que ele efetivamente não participou dessa revolta, sendo nela envolvido devido à participação de seus irmãos, razão por que foi depois inocentado dessa acusação. Outras fontes afirmam que ele esteve efetivamente envolvido e que foi posteriormente anistiado pelo governo imperial.

Em 1867 escreveu os textos As Bíblias falsificadas ou duas respostas a Joaquim Pinto Campos e O Deus dos judeus e o Deus dos cristãos, em que expunha as suas ideias liberais sobre religião, defendendo a liberdade religiosa.

Publicações e contribuições editar

Libertado, dedicou-se apenas à literatura ensaísta, defendendo ideias inspiradas no socialismo utópico francês. Publicou, entre outros, os livros Compêndio de História do Brasil (1843) e O Socialismo (1855).

Também colaborou em vários jornais pernambucanos, entre os quais Diário de Pernambuco, Diário Novo e Barca de São Pedro.

Foi um dos autores do livro " Reforma Eleitoral- Eleição Direta" organizado por Antônio Herculano de Sousa Bandeira, publicado em 1862

Sepultamento editar

Por conta de suas ideias de liberdade religiosa e devido ao fato de ser maçom, o bispo Dom Francisco Cardoso Aires não autorizou seu sepultamento no Cemitério de Santo Amaro, no Recife, sendo o General Abreu e Lima sepultado no Cemitério dos Ingleses, na mesma cidade.

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e «J. I. de Abreu e Lima, o "general das massas"». Pernambuco, História & Personagens. Consultado em 29 de abril de 2023 
 
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Ligações externas editar