GE Aviation, uma subsidiária da General Electric, tem sua sede em Evendale, próximo a Cincinnati. A GE Aviation está entre os maiores fornecedores de motores aeronáuticos, oferecendo em sua maioria para aviões comerciais. A GE Aviation é parte do conglomerado General Electric, que é hoje uma das maiores corporações do mundo. A divisão operou sob o nome de General Electric Aircraft Engines (GEAE) até Setembro de 2005. Os principais concorrentes da GE Aviation no mercado de motores são a Rolls-Royce e a Pratt & Whitney. A GE opera consórcios com a Snecma, da França, CFM International e CFM Materials.

GE Aviation
GE Aviation
Subsidiária
Atividade Aeroespacial
Fundação 1917 (107 anos)
Sede Evendale,  Estados Unidos
Proprietário(s) General Electric
Presidente David L. Joyce
Empregados 26.800 (2007)[1]
Produtos Motores aeronáuticos
Aviônicos
Subsidiárias GE Aviation Systems[2]
Walter Aircraft Engines[3]
GE Honda Aero Engines (50%)
CFM International (50%)
Engine Alliance (50%)
Aviage Systems (50%)
Dowty Propellers (100%)
Avio Aero SpA (100%)
CFM Materials (50%)
XEOS(49%)
Receita US$24,7 bilhões (2015)[4]
LAJIR US$22,129 bilhões (2005)[5]
Renda líquida US$16,353 bilhões (2005)[5]
Website oficial www.geaviation.com

História editar

Primeiros anos editar

A General Electric tinha uma longa história no trabalho de turbinas de vapor, voltando até o início do século vinte. Em 1903 eles contrataram Sanford Alexander Moss que, em tempo, iniciou o desenvolvimento de turbocompressores na GE. Isto levou a uma séria de voos que bateram recordes nos dez anos seguintes. Antes, o voo em alta altitude era limitado, mas nos anos que antecederam a Segunda Guerra Mundial, eles se tornaram um equipamento padrão em praticamente todas as aeronaves militares. A GE foi um líder mundial nesta tecnologia; a maior parte das outras empresas se concentraram em turbocompressores mecanicamente mais simples girados pelo próprio motor, enquanto que a GE focou em desenvolver um sistema que utilizasse os gases de exaustão, que ofereciam um desempenho superior.

Isto fez naturalmente com que eles começassem a desenvolver motores a jato quando o motor W.1 de Frank Whittle foi demonstrado para Hap Arnold em 1941.[6] Uma licença de produção foi acordada em Setembro e muitos dos motores de teste do W.1 existentes foram enviados para os Estados Unidos para serem estudados, onde foram convertidos para manufatura norte-americana como I-A. A GE rapidamente iniciou a produção de versões melhores; O I-16 foi produzido em números limitados, iniciando em 1942 e o ainda mais poderoso I-40 o seguiu em 1944, que motorizou o primeiro caça a jato pronto para combate, o P-80 Shooting Star.

Os primeiros trabalhos foram realizados nas instalações da GE em Syracuse (turbina a vapor) e Lynn, MA (turbocompressor), mas logo foram concentrados na fábrica de Lynn.[7] Em 31 de Julho de 1945 a fábrica de Lin se tornou a "Divisão de Turbina a Gás para Aeronaves (em inglês: Aircraft Gas Turbine Division). A GE repetidamente não foi capaz de entregar motores suficientes de acordo com a demanda do Exército e da Marinha dos Estados Unidos, e a produção do I-40 (agora conhecido como J33) também foi entregue à Allison Engines em 1944. Após o fim da guerra, o Exército dos Estados Unidos cancelou seus pedidos de compra dos J33 construídos pela GE e voltou sua atenção completamente para a Allison,[8] e a fábrica de Syracuse foi então fechada.

Expansão militar e civil editar

 
O J47 teve mais de 30.000 unidades produzidas

Estas mudanças levaram a debate sobre a companhia permanecer no mercado de motores aeronáuticos. Entretanto, os engenheiros de Lynn se apressaram em desenvolver um novo motor, o TG-180, que foi designado J35 pelos militares norte-americanos.[9]

Fundos de desenvolvimento foram voltados em 1946 para uma versão mais potente do projeto, o TG-190. Este motor finalmente emergiu como o famoso General Electric J47, que recebeu grande demanda para inúmeras aeronaves militares; uma segunda fábrica próximo a Cincinnati foi aberta. A produção do J47 passou das 30 000 unidades quando a linha de produção foi encerrada em 1956. Uma melhoria do J47 feita por Patrick Clarke em 1957 levou ao J73, e partir deste para o ainda mais potente J79. O J79 foi o segundo motor mais bem sucedido da GE, com uma produção de 17 000 unidades entregues para vários países. As equipes GE e da Lockheed que desenvolveram o J79 e o caça F-104 receberam o Troféu Collier em 1958 por conquistas técnicas excepcionais na aviação. Outros sucessos seguiram, como os motores turboeixo T58 e T64, além dos turbojatos J85 e F404.

O TF39 foi o primeiro motor turbofan high-bypass a entrar em produção.[10] O TF39 entrou na competição em 1964 para motorizar o C-5 Galaxy, junto com projetos semelhantes dos fabricantes Curtiss-Wright e Pratt & Whitney, sendo então vencedora no final da seleção em 1965. Este projeto levou ao desenvolvimento de um modelo civil, o CF6,[11] oferecido para os projetos do Lockheed L-1011 e McDonnell Douglas DC-10. Entretanto, a Lockheed alterou mais tarde o motor para o Rolls-Royce RB211 e o DC-10 continuou a usar o CF6. Este sucesso, levou a vendas no mundo todo em muitas aeronaves, incluindo o Boeing 747.

Outro sucesso militar-para-civil foi quando a GE foi selecionada para fornecer os motores para o S-3 Viking e Fairchild Republic A-10 Thunderbolt II, desenvolvendo um pequeno motor high-bypass utilizando tecnologias do TF39. O motor resultante, denominado TF34, foi adaptado e se tornou o CF34, presente em uma grande variedade de aviões comercias regionais a jato voando atualmente.[12]

No início da década de 1970, a GE também foi selecionada para desenvolver um motor turboeixo moderno para uso em helicópteros, o T700. Este motor foi um desenvolvimento de motores mais antigos, assim como o motor turboélice CT7, utilizado em aeronaves para transporte regional.

Motores de aviões comerciais editar

Em 1974 a GE entrou em um acordo com a Snecma, da França, formando a CFM International para produzir em conjunto em novo motor turbofan de tamanho médio, o CFM56. Uma parceria de 50/50 foi formada[13] com uma nova fábrica sendo construída em Evendale para produzir este modelo. No início, as vendas foram muito fracas e o projeto estava para ser cancelado. Apenas duas semanas antes disso acontecer, em Março de 1979, várias empresas selecionaram o CFM56 para remotorizar as frotas existentes de Douglas DC-8.[14] Em Julho de 2010, a CFM International entregou seu 21 000º motor da família CFM56, com uma produção de 1.250 motores por ano, com um acúmulo de produção para mais quatro anos.[15]

O sucesso da CFM levou à GE se juntar em várias parcerias similares, incluindo a Garrett AiResearch para o CFE CFE738, a Pratt & Whitney no motor Engine Alliance GP7000, e, mais recentemente, a Honda para o projeto de um turbofan pequeno como GE Honda Aero Engines. A GE também continuou a desenvolver suas próprias linhas, introduzindo modelos civis como o GE90 e projetos militares como o General Electric F110.

Produtos editar

Turbojatos editar

  • J31 (I-A e I-16) (1942–45)
  • J33 (I-40), produzido mais tarde pela Allison (1945)
  • J35, produzido mais tarde pela Allison (1946)
  • J47 (1948)
  • J79/CJ805 (1955)
  • J85/CJ610 (1958)

Turbofans com pós-combustão editar

  • F101 (1970)
  • F404 (1978) e o cancelado F412
  • F110 (1984)
  • F414 (1995)
  • F136, com a Rolls-Royce (cancelado)

Turbofans Low-bypass editar

  • F118 (1989)
  • YF120, cancelado, base para o F136 (1989)

Turbofans leves editar

Turbofans High-bypass editar

Turboélices editar

  • T700/CT7 (1970s)
  • T31 (1940s)
  • Walter/GE H80 (2008)
  • GE93 Turboélice avançado (ATP) (2018)

Propfans editar

Turboeixos editar

Propulsão de veículos editar

Industrial e propulsão marítima editar

  • LM500 - 4.5 MW derivado do GE TF34
  • LM1500 - 7.4 MW derivado do GE J79
  • LM1600 - 15 MW derivado do GE F404
  • LM2500 - 25-35 MW derivado do GE TF39 e do CF6-6
  • LM5000 - 35 MW derivado do GE CF6-50
  • LM6000 - 41-52 MW derivado do GE CF6-80C2
  • LM9000 - 65 MW derivado do GE GE90-115B
  • LMS100 - 100 MW derivado do GE LM6000

Referências editar

Notas
  1. «GE To Acquire Smiths Aerospace, Extending Aviation Offerings; Plans JV with Smiths Group To Build Global Detection Business» (em inglês). 15 de Janeiro de 2007. Arquivado do original em 17 de Maio de 2012 
  2. «GE Aviation Completes Acquisition of Smiths Aerospace» (em inglês). 4 de Maio de 2007. Arquivado do original em 31 de Outubro de 2007 
  3. «GE Takes On Jet-Engine Rival». The Wall Street Journal (em inglês). 3 de Julho de 2008 
  4. «GE Annual Report 2015» (PDF) (em inglês) 
  5. a b GlobeNewswire (19 de Fevereiro de 2014). «Curtiss-Wright Reports Fourth Quarter And Full Year 2013 Financial Results» 
  6. Leyes, p. 237
  7. Leyes, p. 238
  8. «Allison Gas Turbine Division» (em inglês) 
  9. Gunston, Bill (2006). The Development of Jet and Turbine Engines (em inglês) 4 ed. [S.l.]: Patrick Stephens. p. 143. ISBN 0-7509-4477-3 
  10. «The CF6 Engine Family» (em inglês). Cópia arquivada em 4 de Setembro de 2011 
  11. Neumann 2004, pp. 229–230
  12. «The CF34 Engine Family» (em inglês) 
  13. Neumann 2004, p. 234
  14. «The CFM Timeline» (em inglês). Arquivado do original em 23 de Março de 2010 
  15. «GEAviation.com Press Release, CFM Delivers 21,000th CFM56 Engine While Retaining Solid Delivery Backlog» (em inglês). 16 de Novembro de 2010 
Bibliografia

Ligações externas editar