Gino Colaussi

futebolista italiano

Gino Colaussi (Gradisca, 4 de março de 1914Trieste, 25 de dezembro de 1991) foi um futebolista italiano que atuava como ponta-esquerda. Foi titular da seleção italiana que venceu a Copa do Mundo FIFA de 1938,[1] tendo marcado dois gols na final,[2] fazendo grande dupla ofensiva com Silvio Piola durante a competição;[3][4] rápido, era a grande arma da equipe pela esquerda, o flanco ofensivo favorito daquela seleção.[3] Nasceu quando sua região ainda pertencia ao Império Austro-Húngaro e seu nome original, em friulano, era Luigi Colàusig, tendo italianizado-o em 1934, quando naturalizou-se.[1]

Gino Colaussi
Informações pessoais
Nome completo Luigi Colàusig (friulano)
Gino Colaussi (italiano)
Data de nascimento 4 de março de 1914
Local de nascimento Gradisca, Áustria-Hungria
Data da morte 25 de dezembro de 1991 (77 anos)
Local da morte Trieste, Itália
Informações profissionais
Posição Ponta-esquerda
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
1930–1940
1940–1942
1942–1943
1945–1946
1946–1948
Triestina
Juventus
Vicenza
Triestina
Padova
{{{jogos(golos)}}}
Seleção nacional
1935–1940 Itália {{{partidasselecao}}}
A Juventus na temporada 1940-41. Colaussi é o primeiro jogador agachado, da esquerda para a direita.
Um dos gols de Colaussi na final da Copa do Mundo FIFA de 1938.

Na época do mundial, Colaussi defendia a Triestina, sendo o único representante do clube entre os titulares,[1] assim como um dos oito a chegarem à seleção por essa equipe, desde 1959 ausente da primeira divisão italiana.[5] A única equipe grande que Colaussi defendeu foi a Juventus, entre 1940 e 1942.[1]

Carreira editar

Começou na Triestina com apenas 16 anos, em 1930. A equipe era de cidade próxima à que o jogador nasceu,[1] e por motivações políticas havia acabado de ser mantida na elite do campeonato italiano de 1929-30, a primeira no formato atual da Serie A.[5] No torneio de 1930-31, Colaussi marcou dois gols, mas um deles em vitória por 5-0 sobre a Internazionale (Ambrosiana),[carece de fontes?] resultado considerado histórico.[5]

Colaussi estreou pela seleção italiana em 1935.[carece de fontes?] Em paralelo, a Triestina terminou a temporada 1935-36 na sexta colocação, até então a melhor de sua história.[5] Colaussi permaneceu com presença assídua na seleção nos anos de 1936 (seis jogos e dois gols) e 1937 (cinco jogos e um gol).[carece de fontes?] Na temporada 1937-38, a Triestina brigou pelo título, obtendo a melhor defesa do campeonato. Voltou a terminar em sexto após obter somente um ponto nas três rodadas finais, mas a boa temporada permitiu que Colaussi e dois colegas fossem convocados à Copa do Mundo FIFA de 1938: Pietro Pasinati e Bruno Chizzo.[5]

Colaussi transferiu-se em 1940 à Juventus,[1] inclusive marcando na temporada 1940-41 gols na Triestina e nos dois jogos contra a Ambrosiana-Inter. Já na segunda temporada, marcou somente dois gols, um contra o Milan. A equipe de Turim não foi campeã italiana entre 1935 e 1950.[carece de fontes?] Depois, voltou a equipes pequenas, incluindo um retorno à Triestina, defendendo-a já após a Segunda Guerra Mundial,[1] quando ela pertencia ao Território Livre de Trieste - convertendo-se na única equipe estrangeira a jogar o campeonato italiano.[5]

Seleção editar

Colaussi obteve a cidadania italiana em 1934.[1] No ano seguinte, estreou pela seleção italiana, em 27 de outubro de 1935. Foi em derrota de 2-1 em Praga para a Tchecoslováquia. Marcou seu primeiro gol na segunda partida, em 24 de novembro, em empate em 2-2 com a Hungria em Milão. As duas partidas foram válidas pela Copa Internacional,[carece de fontes?] torneio precursor da Eurocopa, a envolver também a Áustria e a Suíça.[6]

Inicialmente, o jogador da Triestina titular foi Pietro Pasinati,[4] o jogador com recorde de partidas pela clube.[5] Pasinati jogou na estreia, na vitória por 2-1 sobre a Noruega, e Colaussi, não. Porém, o Vittorio Pozzo ficou insatisfeito com o rendimento italiano na partida e a partir do jogo seguinte inseriu Amadeo Biavati na vaga que havia sido de Pasinati e Colaussi no lugar de Pietro Ferraris II, embora este houvesse marcado um dos gols;[4] A partida contra os noruegueses, formados por atletas amadores, porém, decepcionara quem esperava por uma goleada dos profissionais italianos.[7]

Colaussi não saiu mais nos jogos seguintes, marcando um gol já aos oito minutos de partida quando estreou no torneio, contra a anfitriã França, abrindo o placar na vitória por 3-1.[4] O gol é lembrado como um dos lances mais cômicos da história das Copas do Mundo FIFA, em chute de longa distância em que a bola subiu muito, mas desceu repentinamente e surpreendeu o goleiro Laurent Di Lorto, que correu para tentar a defesa e terminou chocando-se contra a trave. No minuto seguinte, Oscar Heisserer empatou, mas Silvio Piola marcou já no segundo tempo os dois gols da vitória.[8] Essa partida também foi a ocasião em que a Azzurra na realidade vestiu-se toda de preto em função da adversária, a seleção anfitriã, também usar o azul. A alteração não deixou de ser polêmica em função da cor alternativa ser associada ao fascismo.[9]

Colaussi também abriu o placar na partida seguinte, a semifinal contra a sensação Brasil, aos 6 minutos do segundo tempo.[4] No lance, Silvio Piola conseguiu pela primeira vez antecipar-se a Domingos da Guia e tocou a Colaussi, que chutou forte a rasteiro, sem defesa para Walter.[10]

Nove minutos depois, Piola, provocando Domingos, conseguiu obter um pênalti mesmo sem disputa de bola e a Itália ampliou. Os brasileiros só conseguiram seu único gol aos 42 minutos do segundo tempo e terminaram derrotados por 2-1.[10]

Na final da Copa do Mundo FIFA de 1938, a Itália foi superior em toda a partida.[11] Colaussi abriu o marcador já com seis minutos de jogo. A bola foi lançada pela direita, ao alto, e encontrou Colaussi livre pela meia esquerda. Ele, sem deixar a bola cair, acertou um chute no canto direito de Antal Szabó. Os húngaros empataram em seguida, mas aos 16 Piola concluiu jogada coletiva para alterar o placar em 2-1. E aos 35, Colaussi marcou pela segunda vez, após receber lançamento de Giuseppe Meazza e correr trinta metros acompanhado pelo adversário Gyula Polgár. Szabó não saiu do gol e Colaussi, quase da risca da pequena área, chutou rasteiro no canto esquerdo.[2] Nem mesmo ao conseguir diminuir para 3-2, ainda aos 15 minutos do segundo tempo, os húngaros demonstraram capacidade em reverter a derrota e faltando oito minutos Piola marcou o quarto gol italiano, encerrando o marcador.[11]

Após o mundial, Colaussi jogou mais dez vezes pela Itália, entre 1938 e 1940, sempre como jogador da Triestina. Marcou mais seis vezes, incluindo outros dois em reencontro contra a Hungria, derrotada por 3-1 em Budapeste em 8 de junho de 1939. Colaussi também marcou em vitória por 3-2 sobre a Alemanha em Milão em 5 de maio de 1940, no que foi sua última partida pela Azzurra.[carece de fontes?]

Referências

  1. a b c d e f g h GEHRINGER, Max (novembro de 2005). Os campeões. Placar: A Saga da Jules Rimet, fascículo 3 - 1938 França. Editora Abril, pp. 42-43
  2. a b GEHRINGER, Max (nov. 2005). Os gols da final. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 41
  3. a b DINIZ, Guilherme (abril de 2013). «Times históricos: Itália 1934-1938». Calciopédia. Consultado em 2 de março de 2018 
  4. a b c d e CASTRO, Robert (2014). Capítulo IV - Francia 1938. Historia de los Mundiales. Montevidéu: Editorial Fín de Siglo, pp. 56-78
  5. a b c d e f g MOREIRA, Braitner (fevereiro de 2010). «Triestina, a estrangeira da Serie A». Calciopédia. Consultado em 1º de março de 2018 
  6. GEHRINGER, Max (set. 2005). Tão perto, tão longe. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 1 - 1930 Uruguai". São Paulo: Editora Abril, pp. 6-11
  7. GEHRINGER, Max. Replay de Berlim (nov. 2005). Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 32
  8. GEHRINGER, Max (nov. 2005). Sem esperança. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 36
  9. GEHRINGER, Max (nov. 2005). Fascistas. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 36
  10. a b GEHRINGER, Max (nov. 2005). Derrota amarga. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 38
  11. a b GEHRINGER, Max (nov. 2005). A Itália é bi, com justiça. Placar Especial "A Saga da Jules Rimet fascículo 3 - 1938 França". São Paulo: Editora Abril, p. 40

Ligações externas editar