Gira

reunião de vários espíritos de uma categoria, que manifestam-se por incorporação nos médiuns.

Gira ou Jira [1](do quimbundo "nijra": "caminho") na Umbanda é a reunião/agrupamento de vários espíritos de uma determinada categoria, que manifestam-se através da incorporação nos médiuns. A gira é classificada em festiva, de trabalho ou de treinamento.[2]

Descrição editar

Normalmente, antes do início dos trabalhos, são feitas preces, defumação, saudações. Após isso, saudam-se as "linhas de trabalho" e começa-se o trabalho. Após o trabalho, são cantados os pontos para subida, ou desencorporação das entidades nos corpos dos médiuns. O tipo de ritual conduzido e os pontos cantados dependem da linha que cada casa segue, por isso se vê rituais diferentes em casas diferentes. O branco é sempre a cor mais usada, embora algumas casas admitam cores como o vermelho e o preto nos trabalhos de esquerda. O termo também é usado para as sessões de desenvolvimento dos médiuns novos, quando as entidades preparadas para esse fim o fazem "girar", facilitando assim a incorporação de seus guias nas primeiras vezes.

Tipos editar

Existem giras para as determinadas linha da umbanda, podendo ela ser uma gira aberta, onde se atende a população, conhecidas como assistências, e as giras de estudo e desenvolvimentos conhecida como gira fechada, onde são fechadas ao público.[3][4] As giras mais comuns em terreiros de umbanda são:

  • Preto Velho - São cultuados os pretos e pretas velhas, geralmente são os negros mais velhos
  • Caboclo- Quando vem os cablocos, podem vim diversos, tais como os Baianos, boiadeiros, marinheiros e etc..
  • Cigano
  • Erê - São as crianças, geralmente vem na data de São Cosme e Damião
  • Baiano
  • Boiadeiro
  • Malandro
  • Marinheiro
  • Esquerda - Nessa gira são cultuados as pombas giras, os exus e eventualmente exús mirins.
  • Gira de Cura

Orixás editar

 Ver artigo principal: Orixá

Oxalá - Orixá masculino, regente da linha da fé. Oxalá envolve a fé como um todo, sem distinção de religião. Seu ponto de força são os campos.

• Logunã - Orixá feminino, regente da linha da fé. Logunã envolve o tempo em todos os seus aspectos. Seu ponto de força são os ().

Oxum - Orixá feminino, regente da linha do amor. Oxum envolve a concepção e o amor como um todo. Seu ponto de força na natureza são os rios e águas doces.

• Oxumarê - Orixá masculino, regente da linha do amor. Oxumarê envolve a a renovação dos sentimentos. Seu ponto de força na natureza são as beiras dos rios e o arco-íris.

Ogum - Orixá masculino, regente da linha da lei. Ogum envolve o caminho, as leis naturais que regem o Universo. Seu ponto de força são as estradas.

Iansã - Orixá feminino, regente da linha da lei. Iansã envolve a direção, determinação e orientação para caminhar rumo a ascensão. Seu ponto de força são os bambuzais.

Oxóssi - Orixá masculino, regente da linha do conhecimento. Oxóssi envolve o conhecimento, estratégias e a confiança. Seu ponto de força são as matas.

• Obá - Orixá feminino, regente da linha do conhecimento. Obá envolve a força do pensamento, concentração como um todo. Seu ponto de força é a terra.

Iemanjá - Orixá feminino, regente da linha da geração. Iemanjá envolve a criatividade e a geração. Seu ponto de força na natureza são os mares.

• Omulu - Orixá masculino, regente da linha da geração. Omulu envolve a transformação moral e o encerramento de ciclos. Seu ponto de força na natureza são os cemitérios e o fundo do mar.

Xangô - Orixá masculino, regente da linha da justiça. Xangô envolve a justiça e razão. O equilíbrio entre o sentimento e a razão interior. Seu ponto de força são as pedreiras.

• Egunitá/Oroiná - Orixá feminino, regente da linha da justiça. Egunitá/Oroiná envolve a energia e consumação do que não é bom. Seu ponto de força na natureza é o fogo.

• Obaluaiê - Orixá masculino, regente da linha da evolução. Obaluaiê envolve a cura e a doença. Seu ponto de força na natureza são os ().

• Nanã - Orixá feminino, regente da linha da evolução. Nanã envolve a sabedoria e a paciência. Seu ponto de força na natureza são os pântanos.

Referências

  1. Ademir Barbosa Júnior (2014). Novo dicionário de Umbanda. Universo dos Livros Editora. p. 116. ISBN 978-85-7930-789-8.
  2. Paulo Newton de Almeida (2003). Umbanda: a caminho da luz. Pallas. p. 195. ISBN 978-85-347-0357-4.
  3. Centro espírita Umbanda, união e fé Arquivado em 18 de dezembro de 2014, no Wayback Machine.>
  4. Planeta umbanda