Glyptodontinae

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Glyptodontinae é uma subfamília de mamíferos clamiforídeos herbívoros extintos, que viveram nas Américas, também conhecidos popularmente como gliptodontes,[1][2]. O nome gliptodonte se origina do grego "Glyptodon" e significa "dente esculpido" (glyptos=esculpido e odontes=dentes), devido ao formato típico, bastante sulcado, dos dentes destes animais.[2]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaGliptodontes, Glyptodontinae
Ocorrência: Eoceno até Holoceno 55,8–0,01 Ma
Reconstituição de um gliptodonte.
Reconstituição de um gliptodonte.
Estado de conservação
Extinta (fóssil)
Classificação científica
Reino: Animalia
Divisão: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Cingulata
Família: Chlamyphoridae
Subfamília: Glyptodontinae
Burmeister, 1879
Gêneros
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Até 2016, os membros desta subfamília eram alocados em sua própria família Glyptodontidae, sendo considerados relativamente próximos de Dasypodidae, porém análises recentes consideraram que o gliptodontes são na verdade clamiforídeos, portanto mais próximos ao tatus modernos do que se imaginava.

Descrição

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Certas espécies de gliptodonte mediam cerca de 3 metros de comprimento e pesavam cerca de 1,4 toneladas, o equivalente em forma, tamanho e peso a um Volkswagen Fusca.

Eram herbívoros e, pela sua constituição, depreende-se que não fossem muito ágeis[1]. Porém, a principal característica dos gliptodontídeos era a sua couraça que os protegia de predadores, como as aves gigantes da família das forusracídeas, e os tigres-dente-de-sabre. Diferentemente dos tatus, que têm a carapaça flexível, os gliptodontes tinham a sua carapaça bastante rígida, com exceção de algumas partes em poucas espécies[1].

As várias espécies de gliptodonte diferenciam-se principalmente pelos padrões e tipos de carapaça, sendo complicada a distinção entre as espécies quando há poucos fragmentos de ossos disponíveis para identificação; o que é comum e tem ocasionado confusões e sinonímias taxonômicas na identificação das espécies.[3]


Classificação

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Filogenia

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Até 2016, os membros desta subfamília eram alocados na família Glyptodontidae, sendo aparententados com Dasypodidae;[1] uma análise do ADN mitocondrial de Doedicurus (também conhecido como mtDNA / mDNA) descobriu que este estava, de fato, aninhado dentro dos tatus modernos como o grupo irmão de um clado que consiste em Chlamyphorinae e Tolypeutinae.[4][5] Por esta razão, os gliptodontes e todos os tatus, exceto Dasypus, foram transferidos para uma nova família, Chlamyphoridae, e os gliptodontes foram rebaixados da antiga família Glyptodontidae para uma subfamília.[4][5]

 Cingulata 

Dasypodidae

 Chlamyphoridae 
 Euphractinae 

Euphractus

Zaedyus

Chaetophractus villosus

Chaetophractus nationi

C. vellerosus

Glyptodontinae (Doedicurus)

 Chlamyphorinae 

Chlamyphorus

Calyptophractus

Tolypeutinae

Priodontes

Tolypeutes

Cabassous


Gêneros

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Paleoecologia

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Distribuição

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Os gliptodontes se originaram na América do Sul e se espalharam para as américas central e do norte através da formação do Istmo do Panamá, durante o Mioceno[1]. Através de pesquisas recentes, em 2016, com amostras de DNA de ossos de gliptodontes encontrados na Argentina, concluiu-se que este grupo de animais deve ter evoluído a partir grupos muitos antigos de tatus da família dos clamiforídeos[6].

Os registros fósseis mais antigos de gliptodontes datam do fim do período Eoceno e os mais recentes do início do período Holoceno[1], tendo os animais alcançado sua maior diversidade biológica entre os períodos Oligoceno e Pleistoceno[1].

Conviveram por milhares de anos com grupos humanos pré-históricos, tendo-se extinguido há aproximadamente 10.000 anos durante o término da última era glacial, juntamente com um grande número de outras espécies da megafauna pleistocênica[1], incluindo as preguiças gigantes e as "lhamas macrauquênias". Seus parentes muito menores, mais leves e com couraça mais flexível, os tatus, sobreviveram.

Interações com seres humanos

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Acredita-se os humanos pré-históricos tenham utilizado os gliptodontes como caça, além de outros usos, como o abrigo, para o qual aproveitavam as carapaças do animal[7]. Alguns autores referem que, na era moderna, índios do século XVII também utilizavam esqueletos fósseis de gliptodontes como abrigos[8].

Uma das primeiras indicações desta interação foi o interessante achado arqueológico conhecido como "Esqueleto de Fontezuelas", encontrado em 1881 e estudado pelo cientista argentino Florentino Ameghino, o qual consiste num esqueleto humano pré-histórico encontrado soterrado dentro de uma carapaça de gliptodonte fóssil.[7][9]

 
Fósseis de diferentes espécies de gliptodontes, no Museu de La Plata, Argentina. Da esquerda para a direita: Sclerocalyptus ornatus (reconstrução), Glyptodon clavipes, Panochthus intermedius e Doedicurus clavicaudatus


Referências

  1. a b c d e f g h Zurita, Alfredo & Scillato-Yané, Gustavo & Ciancio, Martin & Zamorano, Martín & , Laureano & Gonzalez-Ruiz, Laureano (2016). «Los Glyptodontidae (Mammalia, Xenarthra): Historia biogeográfica y evolutiva de un grupo particular de mamíferos acorazados» (PDF). Contribuciones del Museo Argentino de Ciencias Naturales "Bernardino Rivadavia". 6. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  2. a b Santos, José Darival Ferreira dos (2014). Estudo do gênero Panochthus Burmeister, 1866 (Mammalia, Xenarthra, Glyptodontidae) do pleistoceno do estado do Rio Grande do Sul, Brasil» (PDF). Dissertação de Mestrado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Geociências. Programa de Pós-Graduação em Geociências. Consultado em 15 de novembro de 2018.
  3. Elaide & Porpino (2018). «Histological variation in osteoderms Panochthus sp. and Glyptotherium sp.(Xenarthra: Mammalia) from the Brazilian intertropical region». Revista Brasileira de Paleontologia 21(2):141-157 
  4. a b Delsuc, F.; Gibb, G. C.; Kuch, M.; Billet, G.; Hautier, L.; Southon, J.; Rouillard, J.-M.; Fernicola, J. C.; Vizcaíno, S. F.; MacPhee, R. D.E.; Poinar, H. N. (22 de fevereiro de 2016). «The phylogenetic affinities of the extinct glyptodonts». Current Biology. 26 (4): R155–R156. PMID 26906483. doi:10.1016/j.cub.2016.01.039  
  5. a b Gibb. G. C.; Condamine, F. L.; Kuch, M.; Enk, J.; Moraes-Barros, N.; Superina, M.; Poinar, H. N.; Delsuc, F. (2016). «Shotgun Mitogenomics Provides a Reference Phylogenetic Framework and Timescale for Living Xenarthrans». Molecular Biology and Evolution. 33 (3): 621–642. PMC 4760074 . PMID 26556496. doi:10.1093/molbev/msv250 
  6. Mitchell et. al. (2016). «Ancient DNA from the extinct South American giant glyptodont Doedicurus sp. (Xenarthra: Glyptodontidae) reveals that glyptodonts evolved from Eocene armadillos». Mol Ecol. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  7. a b Gustavo G. Politis, María A. Gutiérrez. «Gliptodontes y Cazadores-Recolectores de la Region Pampeana (Argentina)». Latin American Antiquity 9(2):111. Consultado em 15 de novembro de 2018 
  8. Evaristo Eduardo Miranda (2004). O Descobrimento da Biodiversidade. A Ecologia de Índios, Jesuítas e Leigos no Século XVI. [S.l.: s.n.] Consultado em 15 de novembro de 2018 
  9. Politis & Bonomo (2011). Vida y Obra de Florentino Ameghino - Capítulo "Nuevos datos sobre el “Hombre Fósil” de Ameghino". [S.l.]: Asociación Paleontológica Argentina. Consultado em 15 de novembro de 2018 

Ligações externas

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