Godinotia é um gênero extinto de prossímios semelhantes a lémures pertencente à família Adapidae.[1] Viveu durante o período Eoceno (49 milhões de anos atrás), e os seus fósseis foram encontrados em Messel, Alemanha. Mostra que os primatas da época já apresentavam características que ajudariam os primatas a tornar-se o grupo bem sucedido. É um dos mais antigos primatas conhecidos, mas as origens do grupo permanecem controversas: alguns afirmam que o mais velho primata é de há 70 milhões de anos, mas isso é baseado em um único dente fossilizado. O mais antiga data definida para o surgimento de fósseis de primatas é de há cerca de 55 milhões de anos e pertencem a animais que se assemelhavam ao Godinotia.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaGodinotia
Ocorrência: Eoceno
Radiografia comparando fósseis de maxilar de primatas do Eoceno encontrados em Geiseltal, Alemanha Ocidental. O G é de um Godinotia neglecta
Radiografia comparando fósseis de maxilar de primatas do Eoceno encontrados em Geiseltal, Alemanha Ocidental. O G é de um Godinotia neglecta
Estado de conservação
Extinta (fóssil)
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Subfilo: Vertebrata
Classe: Mammalia
Subclasse: Theria
Infraclasse: Placentalia
Ordem: Primates
Família: Adapidae
Género: †Godinotia
Espécies
†Godinotia neglecta (Thalmann, Haubold & Martin, 1989)

Os fósseis mostram também que os Godinotia eram especialmente vulneráveis a ataques de crocodilos, que podem ter os ter apanhado a partir das margens dos rios quando estes desciam das árvores para beber.

Tamanho editar

O Godinotia tinha cerca de 30 cm de comprimento, excluindo a cauda, menor que um gato doméstico.

Paleobiologia editar

Como todos os primeiros primatas, o Godinotia vivia nas árvores, onde a comida era abundante e havia poucos predadores. Para se descolar nas árvores e obter alimentos, tinha um óptima visão binocular, membros longos, e polegares oponivéis nas mãos que teria usado para se agarrar aos ramos ou saltar entre as árvores. Os seus olhos eram grandes, e provavelmente seriam noturnos, e pela forma dos dentes sugere que eles comiam insetos e frutas.

O Godinotia macho e fêmea eram aproximadamente o mesmo tamanho como os outros primatas primitivos, que, nas espécies modernas não acontece, provavelmente significa que eles eram animais solitários, que reuniam-se apenas para acasalar. O grande tamanho do osso do pénis (Báculo) do Godinotia indica que o acasalamento ocorreria durante um longo período de tempo (possivelmente várias horas). O macho faria-o para ter a certeza de que a companheira ficaria grávida dele.

Referências editar

  1. «Godinotia». Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade (em inglês). Consultado em 18 de novembro de 2019