Gordura interesterificada

As gorduras interesterificadas são óleos que foram modificados quimicamente. Gorduras interesterificadas são obtidas a partir de óleos vegetais líquidos. Consiste basicamente de triacilglicerídeos com a mesma proporção de cadeias saturadas e insaturadas do óleo vegetal que o originou, mas com posições trocadas na cadeias de ácidos graxos esterificadas com o glicerol.

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O processo de interesterificação consiste em misturar óleos vegetais em proporções adequadas, submetê-los ao processo de interesterificação, onde sob ação de um catalisador e condições específicas de processamento, ocorre a reação para produção das gorduras com a consistência para a aplicação a que destina.

Neste processo, a posição das cadeias alquílicas do triacilglicerídeo (gordura) se altera, sem modificar o nível de saturação das cadeias, mantendo o mesmo balanço de cadeias poliinsaturadas e saturadas do óleo vegetal. O reposicionamento das cadeias aumenta o ponto de fusão da gordura, dando o aspecto se creme.

Riscos à saúde

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Em 2007 diversos fabricantes começaram a substituir a gordura hidrogenada pela gordura interesterificada. Embora um preocupação inicial com o novo processo[1][2], estudos recentes [3]sugerem que devido ao menor teor de gordura saturada e à ausência de gorduras trans, ela tenha menos riscos à saúde que as margarinas produzidas por hidrogenação parcial. Além disso, diversos estudos mostraram uma melhoria dos níveis de marcadores de colesterol no sangue para consumidores de margarina em relação à manteiga, pois a última é mais mais rica em gordura saturada .[4] Nesse sentido, a Organização Mundial de Saúde recomenda a substituição do consumo de mateiga por margarina.[5]

A gordura interesterificada resulta da interesterificação dos óleos e tem como objetivo aumentar o ponto de fusão e por conseguinte endurecer os óleos. A interesterificação consiste em alterar a posição dos ácidos gordos nos triglicerídeos e tem grande vantagem sobre a hidrogenação pois não leva à formação indesejável dos ácidos gordos trans. Por isso hoje as margarinas e cremes para barrar são produzidas a partir de óleos vegetais e de uma pequena quantidade de óleo/gordura interesterificada (observação: cremes para barrar equivalem, em português brasileiro, aos cremes usados na cobertura de bolos, pães etc.).

Referências

  1. Sundram K, Karupaiah T, Hayes K. (2007). «Stearic acid-rich interesterified fat and trans-rich fat raise the LDL/HDL ratio and plasma glucose relative to palm olein in humans.» (PDF). Nutr Metab. doi:10.1186/1743-7075-4-3. Consultado em 19 de janeiro de 2007 
  2. «New Fat, Same Old Problem With An Added Twist? Replacement For Trans Fat Raises Blood Sugar In Humans». Science Daily. 18 de janeiro de 2007. Consultado em 5 de fevereiro de 2007 
  3. Ribeiro, Ana Paula Badan; Moura, Juliana Maria Leite Nóbrega de; Grimaldi, Renato; Gonçalves, Lireny Aparecida Guaraldo (outubro de 2007). «Interesterificação química: alternativa para obtenção de gorduras zero trans». Química Nova: 1295–1300. ISSN 0100-4042. doi:10.1590/S0100-40422007000500043. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  4. Weber, Cecily; Harnack, Lisa; Johnson, Abigail; Jasthi, Bhaskarani; Pettit, Janet; Stevenson, Jennifer (2 de novembro de 2021). «Nutrient comparisons of margarine/margarine-like products, butter blend products and butter in the US marketplace in 2020 post-FDA ban on partially hydrogenated oils». Public Health Nutrition (5): 1–8. ISSN 1475-2727. PMC 9991743 . PMID 34725025. doi:10.1017/S1368980021004511. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
  5. TNOnline (21 de setembro de 2023). «OMS recomenda consumo de margarina em vez manteiga; entenda». TNOnline. Consultado em 26 de dezembro de 2023 
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