Gudrodo, o Caçador

Gudrodo[1] (em latim: Gudrodus ou Guthrodus; em nórdico antigo: Goðrøðr ou Guðröðr; em norueguês: Gudrød), também conhecido como Gudrodo, o Rei Caçador (em latim: Gudrodus ou Guthrodus Regem Venatorem; em nórdico antigo: Guðröðr veiðikonungr; em norueguês: Gudrød Veidekonge) ou como Gudrodo, o Magnífico (em nórdico antigo: Guðröðr enn gǫfugláti; em norueguês: Gudrød den gjeve) e Gudrodo, o Generoso (em nórdico antigo: Guðröðr mikilláti), foi um régulo lendário da Noruega do início do século IX. Era filho de Haldano, o Amável, a quem sucedeu. Casou-se com Alfilda, com quem teve Olavo, e após a morte dela, tentou se casar com Asa, filha de Haroldo Barba Ruiva de Agder. O rei se recusou, e Gudrodo respondeu invadindo o país, matando o rei e seu filho e levando grande butim e Asa, com quem se casou e teve Haldano. Quando Haldano completou um ano, o rei fez banquete celebratório, no qual foi morto perfurado pela lança do pajem da rainha, que confessou ter planejado sua morte.

Gudrodo, o Caçador
Gudrodo, o Caçador
Gudrodo é assassinado. Ilustração de Gerhard Munthe (1849–1929)
Rei de Hedemarca, Toten, Hadalândia, Folde Ocidental e Varmlândia
Reinado século IX
Antecessor(a) Haldano, o Amável
Sucessor(a) Olavo, o Elfo de Geirstado
 
Cônjuge
  • Alfilda (primeira)
  • Asa (segunda)
Descendência
Pai Haldano, o Amável

Fontes editar

O nome de Gudrodo aparece de várias formas diferentes nas fontes: Guðröðr enn gǫfugláti na Lista dos Inglingos do poeta norueguês Tiodolfo de Hvinir do século IX,[2] Guðröðr veiðikonungr e Guðröðr mikilláti na Saga dos Inglingos do século XIII do historiador islandês Esnorro Esturleu,[3] Guthrodus Regem Venatorem na História da Noruega do século XII,[4] e Goðrøðr no Livro dos Islandeses de Ari, o Sábio, um historiador islandês do século XII.[5] Em traduções atuais em inglês da obra de Esturleu, o nome é adaptado para Guthröth. [6] Seu nome em latim, por sua vez, também é registrado noutras fontes como Gudrodus.[7]

Vida editar

Gudrodo era filho de Haldano, o Amável e pertencia à Casa dos Inglingos. No Livro dos Islandeses, é registrado na genealogia de sua família ao fim da obra ([...] XXV. Hálfdan Perna Branca, rei dos uplândios. XXVI. Goðrøðr. XXVII. [...]).[5] A História da Noruega fala de comentar sobre sua genealogia e indica que foi morto perfurado pela lança de um escudeiro subornado por sua esposa. Também fala que era pai de Haldano, o Negro, que o sucedeu no trono:[8]

[...] Hic genuit Guthrodum Regem Venatorem, qui a sua propria uxore seductus est: ipsa enim quendam tironum precio corrupit, qui regis latus lancia perforauit. Huius filius Halfdanus cognomento Niger regnum post patrem item in montanis optinuit [...]

Segundo a Saga dos Inglingos, era filho de Haldano e governou depois dele. Se casou com Alfilda, filha de Alfar de Alfeimo que trouxe como dote metade de Vingulmarca. O filho deles se chamou Olavo. Quando Alfilda morreu, Gudrodo enviou emissários ao rei de Agder, Haroldo Barba Ruiva, para pedir a mão de sua filha Asa, mas Haroldo não consentiu. Os mensageiros retornaram com a mensagem e Gudrodo reuniu seus navios para atacar Agder. Se aproximou indetectado, atracou com seu exército e à noite foi à propriedade de Haroldo. Ciente da ameaça, Haroldo reuniu seus homens e lutou com grandes dificuldades, mas pereceu junto de seu filho Girdo. Gudrodo capturou grande butim e levou Asa, com quem se casou. Eles tiverem um filho chamado Haldano. Quando completou um ano de idade, Gudrodo ancorou seu navio no estreito de Estiflu e realizou grande banquete. Muito embriagado, à noite no escuro, saiu do navio e ao se aproximar do píer, foi atacado por um homem que lhe atravessou uma lança. O homem foi morto imediatamente e de manhã, quando clareou, reconheceu que era o pajem da rainha Asa, que não escondeu que o atentado foi feito por sua instigação.[6] Segundo Tiodolfo de Hvinir:[9]


Foi Gudrodo,
de grande coração,
outrora derrubado,
pelo plano mais sujo:
profundas astúcias
da mulher perversa
[que] liderou vingativamente
[o plano] contra [o] suserano bêbado.
Com facilidade
o mau de Asa
garoto de recados
terminou a vida do senhor;
e o príncipe,
perfurado no coração,
tropeçando caiu
no estreito de Estiflu.

Referências

Bibliografia editar

  • Ari, o Sábio (2006). Grønlie, Siân, ed. Íslendingabók - The Book of the Icelanders. Londres: Sociedade Viquingue para Pesquisa Setentrional 
  • Ekrem, Inger; Mortensen, Lars Boje (2003). Historia Norwegie. Traduzido por Fisher, Peter. Copenhague: Museum Tusculanum Press. ISBN 8772898135 
  • Esnorro Esturleu (1870). «Ynglinga saga». In: Linder, N.; Haggson, H. A. Heimskringla. Austin: University of Texas Press 
  • Percy, Thomas (2001). The Old Norse Poetic Translations of Thomas Percy: A New Edition and Commentary. Turnhout, Bélgica: Brepols