Guerra dos Segadores

A Guerra dos Segadores ou Sublevação da Catalunha foi um conflito bélico originado de uma revolta contra a presença de soldados provenientes do resto da Monarquia de Espanha no Principado da Catalunha na guerra desta contra a França. Ocorreu entre 7 de junho de 1640 e 13 de outubro de 1652.

Guerra dos Segadores
Guerra dels Segadors
Revoluções contra o domínio espanhol

Corpus de Sang. Ceifadores catalães com corpo de Dalmau de Queralt, vice-rei da Catalunha (desenho de 1910)
Data 7 de junho de 164013 de outubro de 1652
Local Principado da Catalunha
Desfecho Derrota catalã
  • Reincorporação da Catalunha ao sul dos Pirineus à Monarquia da Espanha
  • Impasse franco-espanhol[1]
  • Tratado dos Pirenéus
Mudanças territoriais Espanha cede a França o condado de Rossilhão e metade do condado de Cerdanha
Beligerantes
Catalunha
França
Espanha
Comandantes
Pau Claris
Francesc de Tamarit
Joan Pere Fontanella

Luís XIII da França
Luís XIV da França
Philippe de La Mothe-Houdancourt

Jean Armand de Maillé-Brézé
Filipe IV de Espanha

Pedro Fajardo de Zúñiga y Requeséns
Luis de Haro

João José de Áustria
Divisão do Principado da Catalunha em 1659, como consequência do Tratado dos Pirenéus

Teve como o resultado mais duradouro a assinatura do Tratado dos Pirenéus em que foi entregue para a França o condado de Rossilhão e metade do condado de Cerdanha, que até aquele momento faziam parte do Principado da Catalunha.[2]

Início da guerra editar

O início da guerra foi causado pelo incômodo pela presença de tropas provenientes do resto da Espanha em seu território na extensa guerra entre a França e a Espanha, chamada de Guerra dos Trinta Anos.

Na festividade de Corpus Christi (Corpo de Deus) do ano de 1640, ocorreu a morte de um ceifeiro (ou segador), que por sua vez levou à morte do Conde de Santa Coloma (não totalmente esclarecida), que era o Vice-rei da Catalunha e o maior autoridade do Principado. Este fato marcou o início dos conflitos.

Proclamação da República Catalã editar

Devido ao vazio de poder e à ameaça de intervenção militar do rei, Pau Claris, presidente da Generalidade da Catalunha (nome dado ao governo central da Catalunha), convocou a Junta de Braços (conselho dos membros que compunham as Cortes Catalãs) e começou a organizar a defesa do país, assumindo a soberania de facto e o exercício do poder no Principado. Proclamou a República Catalã. A Generalitat obteve uma importante vitória militar na batalha de Montjuïc de 26 de janeiro de 1641.

Pouco depois falecia o líder Pau Claris e a Generalitat, enfrentando uma difícil situação local e internacional, proclamou o conde de Barcelona como o soberano da Catalunha, e o rei Luís XIII da França, como rei Luís I de Barcelona.[3]

O conflito aumentou de proporções. Catalães do norte apoiavam tropas francesas em Perpinhão e os catalães do sul lutavam contra o domínio espanhol na Catalunha.

Esta situação foi agravada pelos tratados de Paz de Vestfália de 1648, que levaram a uma guerra aberta entre a França e a Espanha, em conflito com a Generalitat, pois a Espanha tinha sua sede em Barcelona e a França tinha sua sede em Perpinhão.

Em 1652 as autoridades francesas renunciaram ao domínio sobre a Catalunha, mas mantiveram o controle sobre a região do Rossilhão, dividindo definitivamente a Catalunha.

Ver também editar

Referências

  1. YETANO, Isabel (2010). «Embajadas paralelas. Breve período de paz entre las continuas luchas que mantuvieron España y Francia en el siglo XVII» (PDF). UNED. Espacio, Tiempo y Forma. Consultado em 9 de novembro de 2019 
  2. BÉLY, Lucien; HAAN, Bertrand; JETTOT, Stéphane (2015). La paix des Pyrénées (1659) ou Le triomphe de la raison politique. [S.l.]: Classiques Garnier. pp. p. 571 
  3. Gelderen, Martin van; Skinner, Quentin (2002). Republicanism: Volume 1, Republicanism and Constitutionalism in Early Modern Europe: A Shared European Heritage. Cambridge University Press. p. 284. ISBN 9781139439619

Ligações externas editar