Guillaume Dufay, também Du Fay ou Du Fayt (Beersel 5 de agosto de 1397?[1]Cambrai, 27 de novembro de 1474) foi um compositor do início do Renascimento, da escola franco-flamenga. Figura central da Escola da Borgonha, considerado o mais famoso e influente compositor da primeira metade do século XV e um dos nomes mais importantes do período de transição da música medieval para a renascentista. Guillaume Dufay representou a primeira geração da Escola Borgonhesa. Seu modelo de missa polifônica, baseada no cantus firmus, teve grande aceitação entre os músicos até o final do século XVI.

Guillaume Dufay
Guillaume Dufay
Дюфе (вляво) с Жил Беншоа, илюстрация от ок. 1440 г.
Nascimento 13 de agosto de 1397
Beersel (Ducado de Brabante)
Morte 27 de novembro de 1474
Cambrai (Sacro Império Romano-Germânico)
Cidadania França
Ocupação compositor, teórico musical
Obras destacadas Missa Se la face ay pale, Missa L'Homme armé
Movimento estético Escola da Borgonha
Guillaume Dufay

Vida editar

Guillaume Dufay aprendeu música como menino do coro da catedral de sua cidade natal. Depois, foi chantre da capela pontifícia em Roma, Florença e Bolonha (1435-1437), além de músico do duque de Saboia (1434-1535 e 1437-1444). Há indícios de que, a partir de 1445, teria fixado em Cambrai a sua residência principal, fazendo, no entanto, numerosas, embora breves, viagens, principalmente às cortes de Borgonha e Saboia, a Turim e a Besançon, no Bourbonnais.

A sua celebridade foi então considerável, e a sua autoridade musical exerceu uma influência benéfica sobre uma grande parte da Europa. Como testemunho de admiração, as personagens mais ilustres deram-lhe a sua amizade (Carlos, o Temerário conta-se entre os seus legatários), bem como pensões, prebendas e títulos lucrativos: foi cantor do duque de Borgonha, cônego em Tournai, Bruges, Lausanne, Mons e, sobretudo, a partir de 1435, em Cambrai (França).

Obra editar

Homem de grande cultura, soubera, ao longo das suas numerosas viagens, assimilar as técnicas francesa, inglesa e italiana, para delas fazer uma síntese surpreendente. Criou o modelo perfeito da missa polifônica construída sobre um Cantus firmus (tema litúrgico ou profano que serve de base e fio condutor a toda composição), modelo cuja fecundidade se manifestou até o final do século XVI.

Escreveu 9 missas (entre as quais Se la face ay pale, L'Homme armé caput, Ecce ancilla domini, Ave Regina coelorum), 35 fragmentos de missas, 5 Magnificat, cerca de 80 motetos e hinos (sagrados ou profanos), 75 canções polifônicas francesas.

Canção polifônica Se la face ay pale

Referências

  1. The Early Career of Guillaume Du Fay, por Alejandro Enrique Planchart. Journal of the American Musicological Society. Vol. 46, No. 3 (Autumn, 1993), pp. 341-368. University of California Press.

Bibliografia editar

  • Grout, Donald; Palisca, Claude. A History of Western Music (quinta edição). W.W. Norton, 1996. ISBN 0-393-96904-5.

Discografia editar

  • Dufay: Flos florum. Motets, hymnes, antiennes dédiées à la Vierge - Ensemble Musica Nova - Zig-Zag Territoires ZZT 050301 (2005).