Guillermo Fariñas

Guillermo Fariñas Hernández (3 de janeiro de 1962) é um ativista, psicólogo e jornalista independente cubano.[1] É um dos mais conhecidos dissidentes cubanos, desde seus 23 anos, quando iniciou greves de fome para protestar contra o governo de Fidel Castro e depois de Raúl Castro. Já foi preso diversas vezes. Ele foi diretor da agência de notícias Cubanacan Press.

Guillermo Fariñas
Guillermo Fariñas
Guillermo Fariñas 2014. aastal
Nascimento 3 de janeiro de 1962 (62 anos)
Santa Clara
Cidadania Cuba
Alma mater
Ocupação jornalista, psicólogo, ativista dos direitos humanos, dissidente, político, militar
Prêmios
Guillermo Fariñas (2014)

Em 2006 ganhou o Prêmio Ciberlibertad, dos Repórteres sem Fronteiras. Em 21 de outubro de 2010 foi anunciado como vencedor do Prêmio Sakharov.[2]

Greves de fome e prisões editar

Ao total Fariñas já realizou 24 greves de fome.[3]

Em 24 de fevereiro de 2010 começou uma nova greve de fome em protesto contra a morte, também por causa de uma greve de fome, de Orlando Zapata, e para exigir a libertação de vinte e seis presos políticos doentes.[4]

No dia 11 de março de 2010 sofreu um choque hipoglicêmico e desmaiou, pela segunda vez. Foi levado até o hospital Arnaldo Milián, de Santa Clara, para tratamento.[5] Posteriormente conseguiu recuperar sua consciência, mas permaneceu no hospital recebendo hidratação e glicose por via intravenosa.[6] Permaneceu na UTI no dia seguinte, muito debilitado e possivelmente com uma complicação de origem renal pois não conseguia mais urinar, mantinha-se ainda consciente.[7] Em 28 de março seu estado de saúde agravou-se pois contraiu uma infecção por estafilococos decorrente da utilização do cateter de alimentação, teve febre, sua pressão caiu e foram aplicados antibióticos. O jornal Granma afirmou que suas ações seriam chantagem. Fariñas recusou asilo político na Espanha oferecido em 10 de março.[5]

Em 4 de junho de 2010 completou 100 dias em greve de fome.[8] Finalmente, em 8 de julho de 2010, após 135 dias de greve de fome, findou o protesto, devido a intervenção da Igreja Católica de Cuba em negociação com o governo para liberar 52 presos políticos.[9]

Em 24 de fevereiro de 2011 fez uma homenagem a Orlando Zapata e acabou por ser preso novamente por 27 horas.[10] Em 3 de junho de 2011 iniciou nova greve de fome em protesto pela morte de Juan Wilfredo Soto García. Ele alega que o dissidente foi espancado por policiais. Já o governo nega a violência.[3] Em 1 de novembro foi detido e espancado pela polícia quando ia visitar o amigo Alcides Rivera que fazia greve de fome.[11] [12]

Obras literárias editar

  • Retazos de un ayuno (2006)[13]
  • Radiografía de los miedos en Cuba (2009)

Ver também editar

Notas e referências editar

  1. El País. «"Hay momentos en la historia en que tiene que haber mártires"». Consultado em 10 de março de 2010 
  2. Estadão. «Dissidente cubano recebe prêmio de direitos humanos da UE». Consultado em 21 de outubro de 2010 
  3. a b «Dissidente cubano Guillermo Fariñas inicia nova greve de fome». G1. 3 de junho de 2011. Consultado em 4 de junho de 2011 
  4. Folha Online. «www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u704673.shtml». Consultado em 10 de março de 2010 
  5. a b «Ativista cubano em greve de fome desmaia e é internado em hospital». Consultado em 11 de março de 2010 
  6. El País. «El cubano Fariñas recupera la conciencia». Consultado em 12 de março de 2010 
  7. G1. «Dissidente em greve de fome em Cuba pode ter complicação renal, diz porta-vo». Consultado em 13 de março de 2010 
  8. Folha da Região. «Dissidente cubano completa 100 dias de greve de fome». Consultado em 4 de junho de 2010 
  9. Estadão. «www.estadao.com.br/noticias/internacional,farinas-encerra-greve-de-fome,578421,0.htm». Consultado em 8 de julho de 2010 
  10. Dissidente cubano é solto após 27 horas de detenção
  11. El Universal (1 de novembro de 2011). «Detienen la disidente cubano Guillermo Fariñas». Consultado em 2 de novembro de 2011 
  12. «Dissidente Guillermo Fariñas é detido em Cuba nesta terça». 2 de novembro de 2011. Consultado em 2 de novembro de 2011 
  13. Revista Vitral. «Celebrado en Roma Congreso «Persona y humanismo relacional: herencia y desafíos de Emmanuel Mounier»». Consultado em 10 de março de 2010