HMS Temeraire (1798)

O HMS Temeraire foi um navio de linha de segunda categoria, com 98 canhões.[1] Lançado em 1798, serviu durante as Guerras revolucionárias francesas e as Guerras Napoleónicas, na sua maioria em bloqueios e serviço de escolta a comboios. Participou, apenas, num combate, a Batalha de Trafalgar,[1] mas, pelas suas acções, e subsequentes representações na pintura e na literarura, ficou conhecido como The Fighting Temeraire.

HMS Téméraire

The Fighting Temeraire tugged to her last berth to be broken up, 1838 de William Turner.
   Bandeira da marinha que serviu
Data de encomenda 09 de dezembro de 1790
Construção Inglaterra Chatham Dockyard
Lançamento 11 de setembro de 1798
Descomissionamento 1838
Período de serviço 1798 - 1838
Estado Desmantelado
Características gerais
Tipo de navio Navio de linha
Deslocamento 2120 ton.
Comprimento 56 m
Boca 15,60 m
Calado 6,55 m
Propulsão Velas

Construído em Chatham Dockyard,[1] o Temeraire entrou ao serviço no bloqueio a Brest, integrado na Frota do Canal. As missões mostravam-se entediantes e raramente surgia alguma acção contra a frota francesa. O primeiro incidente significativo aconteceu quando a tripulação, ao ouvir o boato de que iriam para as Índias Ocidentais, numa altura em que a paz com a França estava iminente, se recusou a obedecer às ordens. Este acto de revolta fracassou, e alguns membros da tripulação foram julgados e executados. Construído durante a Paz de Amiens, o Temeraire regressou ao serviço com a Frota do Canal, e juntou-se ao bloqueio da frota franco-espanhola em Cádis, em 1805, inserido nas forças de Horatio Nelson. Na Batalha de Trafalgar, em 21 de Outubro, o navio entrou em acção logo atrás do navio-almirante de Nelson, o Victory. Durante a batalha, o Temeraire salvou o Victory, que se encontrava cercado, e capturou dois navios franceses, conquistando o reconhecimento público na Grã-Bretanha.

Depois de ter passado por uma grande reparação, o Temeraire foi utilizado em bloqueios de frotas francesas e no apoio às operações britânicas ao largo da costa espanhola. Em 1809, seguiu para o Báltico para defender os comboios dos ataques dinamarqueses, e, em 1810, voltou à costa espanhola, para defender Cádis contra um exército francês. A sua última operação foi contra os franceses ao largo de Toulon, sendo alvo dos ataques das baterias terrestres. O navio regressou à Grã-Bretanha em 1813 para ser, de novo, reparado, mas acabou por aí ficar, saindo do serviço activo. Foi convertido em navio-prisão[1] e ancorado no rio Tamar até 1819. Depois, prestou vários tipos de serviços em Sheerness, como navio de acolhimento de recrutas,[1] depois como navio-depósito e, por fim, como navio-vigia. O Almirantado deu ordem para ser vendido em 1838,[1] sendo rebocado através do rio Tâmisa para ser desmantelado.

A viagem final foi representada por J. M. W. Turner numa pintura a óleo, com grande aceitação da crítica, intitulada de The Fighting Temeraire tugged to her last Berth to be broken up, 1838. Esta pintura é uma das mais importantes e foi votada como a favorita dos britânicos em 2005.

Referências

Bibliografia editar

  • Adkin, Mark (2007). The Trafalgar Companion: A Guide to History's Most Famous Sea Battle and the Life of Admiral Lord Nelson. London: Aurum Press. ISBN 1-84513-018-9 
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  • Woodman, Richard (2005). The Victory of Seapower: Winning the Napoleonic War 1806–1814. London: Mercury Books. ISBN 1-84560-012-6