Hans Richter
Hans Richter (Raab, hoje Győr, Hungria, 4 de abril de 1843 — Bayreuth, 5 de dezembro de 1916), nascido como János Richter, foi um compositor, musicólogo e maestro austríaco.
Hans Richter | |
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Nascimento | 4 de abril de 1843 Győr |
Morte | 5 de dezembro de 1916 (73 anos) Bayreuth |
Sepultamento | Stadtfriedhof Bayreuth |
Cidadania | Hungria |
Progenitores |
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Alma mater | |
Ocupação | maestro, compositor, musicólogo |
Biografia
editarNascido no então Império Austro-Húngaro, Hans Richter estudou no Conservatório de Viena, tomando um particular interesse pelos instrumentos de sopro. Concluídos os estudos musicais, iniciou uma carreira como maestro que o levou a diversos teatros de ópera do Império com um crescente sucesso.
A partir dos princípios da década de 1860 passou a colaborar com Richard Wagner e em 1876 foi escolhido para dirigir a primeira apresentação completa de Der Ring des Nibelungen (O Anel do Nibelungo) na Bayreuth Festspielhaus.
Em 1877,[1] ajudou Richard Wagner, já doente, num conjunto de concertos em Londres, passando daí em diante a ser uma figura familiar da cena musical londrina. Esta popularidade no Reino Unido levou a que fosse convidado para múltiplos festivais corais, incluindo uma participação como principal maestro do Birmingham Triennial Music Festival nos anos de 1885 a 1909. Também dirigiu a Hallé Orchestra nos anos de 1899 a 1911 e a então recém-formada London Symphony Orchestra de 1904 a 1911.
Na Europa continental, o seu trabalho desenvolveu-se em torno de Viena, onde, ultrapassando as azedas divisões entre os apoiantes de Wagner e os de Johannes Brahms, dedicou grande atenção às obras de Brahms, Anton Bruckner (que uma vez, após um concerto, lhe meteu uma moeda na mão pretendendo ser uma gorjeta) e Antonín Dvořák. Para além disso, continuou a trabalhar em Bayreuth.
Nos seus últimos anos, Richter transformou-se num admirador incondicional da obra de Edward Elgar e aceitou como excelente a obra de Tchaikovsky, ao ponto de ter num concerto baixado a sua batuta e permitido que a Orquestra Sinfónica de Londres tocasse espontaneamente todo o segundo movimento da sinfonia Pathétique de Tchaikovsky.
Nunca temendo novas experiências a favor da música que adorava, apoiou com o seu prestígio uma versão em língua inglesa de Der Ring des Nibelungen apresentada no Covent Garden em 1908.
Problemas de visão obrigaram-no a retirar-se da cena musical em 1911.
Hans Richter tinha uma visão do seu papel como maestro que o levava a assumir uma postura monumental em detrimento do comportamento mercurial ou dinâmico então preferido, enfatizando a estrutura das peças que interpretava em detrimento de fazer ressaltar momentos de beleza ou paixão. Esta postura levou a que alguns críticos o considerassem como pouco mais do que um metrónomo, mas outros, com destaque para Eugène Aynsley Goossens, destacaram a notável vitalidade rítmica do seu trabalho, um aspecto que dificilmente permite que a obra de Richter seja considerado como estólida ou estática.
Estreias
editar- Brahms Sinfonia n.º 2 (1877)
- Brahms Sinfonia n.º 3 (1883)
- Bruckner Sinfonia n.º 4 (1881)
- Bruckner Sinfonia n.º 8 (1892)
- Elgar Variações Enigma (1899)
- Elgar The Dream of Gerontius (1900)
- Elgar Sinfonia n.º 1 (1908)
- Tchaikovsky Concerto para Violino em D (1881; Adolph Brodsky, solista)
Bibliografia
editar- Christopher Fifield (com prefácio por Georg Solti). True Artist and True Friend: A Biography of Hans Richter.[2] Oxford University Press, 1993 (ISBN 0-19816-157-3).
Referências
- ↑ Christopher Fifield, abstract: "Hans Richter's impact as a career conductor on music making in England 1877-1911". «Conference Abstracts». Sixth Biennial Conference on Music in 19th-Century Britain, University of Birmingham, July 2007
- ↑ O título é inspirado pela dedicatória feita por Edward Elgar na sua Sinfonia n.º 1.