Haredi

(Redirecionado de Haredim)

Os Haredi (em hebraico: יהדות חֲרֵדִית, translit. Yahadut Ḥaredit) ou Haredim (no plural) são grupos dentro do judaísmo ortodoxo que são caracterizados por sua estrita adesão à halakha (lei judaica) e às tradições, em oposição aos valores e práticas modernas.[1][2] Seus membros são geralmente chamados de "ultra-ortodoxos", no entanto, o termo "ultra-ortodoxo" é considerado pejorativo por muitos de seus adeptos, que preferem termos como "estritamente ortodoxos" ou "haredi".[3] Os judeus Haredi se consideram o grupo de judeus mais religiosamente autêntico,[4][5] embora outros movimentos do judaísmo discordem.[6]

Judeus ultraortodoxos lendo a Torá.

Em contraste com o judaísmo ortodoxo moderno, os seguidores do judaísmo haredi segregam-se de outras partes da sociedade até certo ponto. No entanto, algumas comunidades Haredi incentivam seus jovens a obter um diploma profissional ou estabelecer um negócio. Além disso, nos EUA, alguns grupos Haredi, como Chabad-Lubavitch, incentivam o alcance de judeus menos observadores e não afiliados e hilonim (judeus israelenses seculares).[7] Assim, relações profissionais e sociais muitas vezes se formam entre judeus Haredi e não-Haredi, bem como entre judeus Haredi e não-judeus, especialmente no caso norte-americano.[8]

As comunidades Haredi são encontradas principalmente em Israel (12,9% da população de Israel),[9][10][11] América do Norte e Europa Ocidental. Sua população global estimada é superior a 1,8 milhão e, devido à virtual ausência de casamento inter-religioso e uma alta taxa de natalidade, a população Haredi está crescendo rapidamente.[12][13][14][15] Seus números também foram aumentados desde a década de 1970 por judeus seculares que adotam um estilo de vida Haredi como parte do movimento baal teshuva; no entanto, isso foi compensado por aqueles que estão saindo.[16][17][18][19]

De acordo com dados de um relatório de janeiro de 2023 do Israel Central Bureau of Statistics , os Haredim, com sua atual taxa de crescimento populacional de 4% ao ano, formarão, até ao final da década, 16% de toda a população israelita, incluindo os árabes. As mulheres Haredi juntam-se cada vez mais à força de trabalho, enquanto os números dos homens estagnam; a taxa de pobreza é duas vezes superior à da população em geral, com quase metade a cair abaixo da linha de pobreza.[20]

Práticas e crenças editar

Os Haredim representam a forma conservadora ou pietista do fundamentalismo judeu, distinta do fundamentalismo radical de Gush Emunim, [21] enfatizando a retirada e o desdém pelo mundo secular, e a criação de um mundo alternativo que isola a Torá e a vida que prescreve das influências externas.[22] .

Tal como os fundamentalistas islâmicos, os Haredim vêem-se a si mesmos "empenhados numa guerra santa contra os 'filhos da escuridão secular' ".[21]

Os Haredim não constituem um grupo homogéneo, podendo ser divididos em vários subgrupos, que mantêm as suas características mais gerais: uma fé profunda no Todo-Poderoso, um vestuário específico e bastante reconhecível, uma vida comunitária intensiva dentro das suas zonas geográficas , antissionismo (alguma percentagem dos haredim rejeita a ideia do Estado judaico, que deveria aguardar a chegada do Messias), profundo empenho no estudo das escrituras judaicas, forte ênfase na vida familiar, e um estilo de vida neo-tradicionalista. [23] As diversas seitas, comunidades e movimentos lutam por poder, autoridade e recursos. Em 2007, Kimmy Caplan afirmou que, atualmente, a comunidade haredi se divide sobretudo entre os haredim asquenazis, (de ascendência europeia ou americana) , e os haredim sefarditas, (de ascendência asiática ou do Norte de África). Esta divisão é marcada por partidos políticos e sistemas educativos próprios, destinados a proteger a divisão étnico-cultural. [24]

Vários estudiosos e comentadores, incluindo alguns judeus seculares e reformistas, descrevem os Haredim como "fundamentalistas radicais", por vezes mesmo "taliban judaicos". [25][26][27][28][29]

Os esforços para se manterem afastados de influências externas são uma característica fundamental dos Haredim. Historicamente, os novos meios de comunicação, como os livros, jornais e revistas e, mais tarde, as cassetes, os CDs e a televisão, eram tratados através da transformação e do controlo do conteúdo ou pela censura total por parte dos líderes rabínicos. Na era digital moderna, a dificuldade em censurar a Internet e, inversamente, a sua importância, resultou numa luta contínua de décadas de compreensão, adaptação e regulamentação por parte da liderança rabínica e dos activistas comunitários.[30]

Estas crenças e práticas isolacionistas podem colocá-los em conflito com as autoridades. Em 2018, uma escola Haredi no Reino Unido foi classificada como "inadequada" pelo Office for Standards in Education, depois de terem sido apresentadas repetidas queixas sobre a censura de manuais escolares e provas de exame que continham menções de homossexualidade, exemplos de mulheres a socializar com homens, imagens que mostravam partes do corpo de mulheres ou informações que contradiziam a sua visão criacionista do mundo. [31][32]

Estilo de vida editar

 
Uma família haredi em Telavive.

A vida Haredi, como a vida judaica ortodoxa em geral, é muito centrada na família e organizada. Meninos e meninas frequentam escolas separadas desde os três anos de idade e seguem para o estudo superior da Torá, numa yeshiva ou seminário, respetivamente, começando entre as idades de 13 e 18 anos. Uma percentagem significativa de jovens rapazes permanece na yeshiva até ao casamento (que é normalmente organizado através de encontros combinados). Após o casamento, muitos homens Haredi continuam os seus estudos da Torá num ''kollel,'' ou seja, um centro de estudos religiosos. A educação na sociedade Haredi não é considerada um direito individual, geral e social, mas sim um dever religioso.[33]

 
Um grupo de judeus Hasidic, um ramo dos Haredim.

A grande maioria das escolas Haredi são privadas e descentralizadas, financiadas por propinas e donativos, bem como por fundos públicos — até 100% do orçamento da escola — do Estado e das autarquias locais. É suposto estarem sujeitas a controlo, mas o Ministério da Educação judaico não desempenha adequadamente esse papel.[33]

O estudo em instituições seculares é frequentemente desencorajado, embora existam alguns estabelecimentos de ensino para a formação profissional dentro dum quadro Haredi. Nos Estados Unidos e na Europa, a maioria dos homens Haredim está ativa no mercado de trabalho. Segundo dados de 2015 do CBS (Gabinete Central de Estatísticas israelita) em Israel, uma maioria de 56% dos seus membros masculinos trabalha, embora alguns deles façam parte da força de trabalho não oficial.[34][35] Cerca de 70% das mulheres judias Haredi em Israel trabalham[34]. As famílias Haredim (e as famílias judaicas ortodoxas em geral) são normalmente muito maiores do que as famílias judaicas não ortodoxas, chegando a ter doze ou mais filhos, e como resultado metade delas vive na pobreza. Os jovens haredim são vistos por outros (e por si mesmos até) na sociedade israelita como improdutivos, dependentes em excesso do Estado e do trabalho alheio.[8][35]

Os judeus haredim opõem-se tipicamente ao visionamento de televisão e filmes,[36] e à leitura de jornais e livros seculares. Tem havido uma forte campanha contra a Internet, e os telemóveis com acesso à Internet sem filtros também foram proibidos por importantes rabinos.[37][38][39] A Internet tem sido autorizada para fins comerciais, desde que sejam instalados filtros.

Vestuário editar

 
Um grupo de haredim em Nova Iorque observa com curiosidade trabalhadores sikhs. (2005)

Tal como acontece noutras sociedades fundamentalistas puritanas, os haredim consideram o corpo a fonte da "inclinação para o mal". É dedicada uma atenção desproporcionada à pureza ritual e sexual. Ambos os sexos devem vestir-se de forma a não provocar o impulso sexual.O vestuário dos haredim, soturno e informe, é uma parte inseparável da identidade de um homem Haredi, uma espécie de um uniforme que indica a sua pertença.[33]

Os homens usam geralmente barbas compridas e tranças encaracoladas adiante das orelhas, bem como caftans, camisas brancas e chapéus pretos de abas largas; as mulheres usam roupas "modestas" (blusas de mangas compridas, saias longas e nunca calças) que cobrem a maior parte do corpo e, para as casadas, uma cobertura para a cabeça que pode variar de um lenço sobre uma cabeça rapada , ou até uma peruca (há algumas variações consoante as seitas). Qualquer desvio destas e outras regras pode resultar em ostracismo.[40][41][42]

Apartheid de género editar

O judaísmo Haredi é criticado por instituir políticas e crenças de apartheid de género.[43][44] As acusações de apartheid de género apontam para a natureza repressiva da sua cultura e a segregação sexual, bem como para a demonização das mulheres como tentação sexual.[45] Imagens públicas de mulheres (anúncios, fotos) são geralmente desfiguradas nas comunidades ultra-ortodoxas.[46] As semelhanças entre os judeus haredim e os sauditas wahabitas sao apontadas no Guardian a propósito da abertura em 2006 de um centro comercial em Bnei Brak, sem cafés, sem cinemas, e com o segundo piso reservado em exclusivo para mulheres.[47]

Embora as mulheres costumem sentar-se na parte de trás dos autocarros em alguns locais de Israel, nenhuma lei o impõe. Mas em Dezembro de 2011, quando um ultra-ortodoxo pediu a uma mulher, Tanya Rosenblit, sentada na frente do autocarro, que se dirigisse para o fundo, ela recusou, o que provocou um ajuntamento dos fundamentalistas e a intervenção da polícia. Em relação ao evento, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, expressou seu apoio ao espaço público para todos e à unidade dentro da comunidade.[48]

 
Após vários incidentes,[49][50] os tribunais obrigaram uma firma de transportes a afixar este aviso aos passageiros dos autocarros: "Cada passageiro pode ocupar o lugar que desejar (excepto os lugares marcados para pessoas deficientes); assediar um passageiro a este respeito pode constituir uma infracção penal".[51]

Também houve relatos de judeus ultra-ortodoxos cuspindo em mulheres, atacando a polícia,[52] equipes de televisão, e transportes públicos e afixando avisos instruindo mulheres a se vestir "modestamente" e não se acercarem das sinagogas.[53][54][45]

O papel tradicional reservado às mulheres haredim é o de esposa e mãe. São excluídas das yeshivot, o que limita a sua educação religiosa. Porém, as mulheres são frequentemente o principal ganha-pão das famílias haredim e podem atingir um nível de educação prática e formação profissional que os homens, concentrados na educação religiosa, não conseguem, e que lhes dificulta uma eventual inserção no mercado de trabalho. Contudo, desde os anos 90, apareceram algumas escolas profissionais especificamente dirigidas aos haredim, algumas para mulheres e outras para homens que não podem ou não querem passar anos nos estudos religiosos.[42]

Na semana seguinte aos ataques em Paris, uma foto foi publicada no jornal diário ultraortodoxo israelense HaMevaser, mostrando a marcha de solidariedade de vários chefes de estado do mundo.Todas as líderes femininas, principalmente a chanceler alemã Angela Merkel, tinham sido apagadas digitalmente da foto. Muito embora o HaMevaser seja um "jornal de nicho", o The New Yorker, em 2015, nota que existe uma "luta séria" em Israel pela representação das mulheres na área pública, com a influência dos haredim a fazer diminuir significativamente a igualdade das mulheres.[55] [56][57]

A socióloga e feminista Elana Maryles Sztokman escreve que "o que talvez seja mais surpreendente na crescente opressão das mulheres em Israel é a facilidade com que as pessoas e grupos não-ultra-ortodoxos capitulam perante as exigências ultra-ortodoxas de apagar as mulheres dos olhos do público."[56][58]

Recusa do serviço militar editar

Aquando da criação do Estado de Israel em 1948, foi instituído o recrutamento universal para todos os homens judeus fisicamente aptos, e um ano mais tarde também para as mulheres. No entanto, a população haredi em idade militar estava isenta do serviço militar nas Forças de Defesa de Israel (IDF) ao abrigo do acordo Torato Umanuto, que oficialmente concedia uma entrada diferida nas IDF aos estudantes das yeshivas, mas que, na prática, permitia aos jovens Haredim servir durante um período de tempo significativamente reduzido ou evitar completamente o serviço militar. Nessa altura, apenas um pequeno grupo de cerca de 400 indivíduos foi afetado, uma vez que, devido à oposição histórica do judaísmo haredi ao sionismo, a população de haredim era muito reduzida.[59] No entanto, os haredim eram e continuam a ser uma população em rápido crescimento, compreendendo cerca de 6 a 10% da população judaica de Israel em 2008. [60] Em 2020, o Instituto de Democracia de Israel estimou que os haredim representavam 13% da população total de Israel.[61] Para além do facto de os haredim serem desproporcionadamente mais jovens do que a população em geral, a sua ausência — homens e mulheres — das IDF atrai frequentemente ressentimentos significativos por parte dos israelitas seculares.[59][62]

O exército israelita não é propício a um estilo de vida haredi. É considerado como um "pântano de promiscuidade patrocinado pelo Estado", devido ao facto de Israel recrutar tanto homens como mulheres, agrupando-os frequentemente em actividades militares.[63] Contudo, desde cerca de 1999, foi criada a Nahal Haredi, uma unidade especial de combate composta por homens haredim, uma opção para aqueles que desejavam juntar-se ao exército mantendo o seu estilo de vida ultra-ortodoxo. A maioria desses recrutas, aproximadamente sessenta homens por ano, são desistentes das yeshiva.[64]

 
Os protestos haredi contra o recrutamento militar juntaram centenas de milhares de pessoas (Jerusalém, Março de 2004)[65][66]

Em Março de 2014, o parlamento de Israel aprovou legislação para acabar com as isenções do serviço militar para estudantes haredim. O projeto de lei foi aprovado por 65 votos para um.[63] O número de haredim cumprindo serviço militar tem aumentado constantemente e em Agosto de 2017 era de mais de sete mil, longe ainda das quotas pretendidas. O Ministério das Finanças estava a disponibilizar mais de 47 milhões de euros para a integração de soldados haredim. É dado apoio especial a soldados ultraortodoxos que foram renegados por suas famílias por entrarem no exército, ou que estão sós por outros motivos.[67][68]

Contudo, em 2023 o exército israelita revelou que entre 2019 e 2021, cerca de apenas mil e duzentos judeus Haredi foram recrutados anualmente, entre os doze mil potenciais candidatos. O IDF não controla se aqueles que se furtam ao serviço militar estudam de fato numa yeshiva.[69]

Referências

  1. Raysh Weiss. «Haredim (Charedim), or Ultra-Orthodox Jews». My Jewish Learning. O que une os Haredim é a sua absoluta reverência pela Torah, incluindo a Lei Escrita e Oral, como o factor central e determinante em todos os aspectos da vida. (...) A fim de evitar a influência externa e a contaminação de valores e práticas, os haredim esforçam-se por limitar o seu contacto com o mundo exterior, evitando, tanto quanto possível, tanto os judeus não haredi como os não judeus. 
  2. «Orthodox Judaism». Berkley Center for Religion, Peace & World Affairs. Consultado em 15 de maio de 2019. Arquivado do original em 16 de maio de 2012. O judaísmo Haredi, por outro lado, prefere não interagir com a sociedade secular, procurando preservar a Halakha sem a adaptar às circunstâncias modernas e salvaguardar os crentes do envolvimento numa sociedade que desafia a sua capacidade de cumprir a Halakha. 
  3. Shafran, Avi (4 de fevereiro de 2014). «Don't Call Us 'Ultra-Orthodox». Forward. Consultado em 13 de maio de 2020 
  4. Tatyana Dumova; Richard Fiordo (30 de setembro de 2011). Blogging in the Global Society: Cultural, Political and Geographical Aspects. [S.l.]: Idea Group Inc (IGI). p. 126. ISBN 978-1-60960-744-9. Os Haredim consideram-se como os mais autênticos guardiães da lei e tradição religiosa judaica que, na sua opinião, é vinculativa e imutável. Eles consideram todas as outras expressões do judaísmo, incluindo a Ortodoxia Moderna, como desvios às leis de Deus. 
  5. «Orthodox Judaism». Berkley Center for Religion, Peace & World Affairs. Consultado em 15 de maio de 2019. Arquivado do original em 16 de maio de 2012. Orthodox Judaism claims to preserve Jewish law and tradition from the time of Moses. 
  6. Nora L. Rubel (2010). Doubting the Devout: The Ultra-Orthodox in the Jewish American Imagination. [S.l.]: Columbia University Press. p. 148. ISBN 978-0-231-14187-1. Consultado em 24 de julho de 2013. Mainstream Jews have—until recently—maintained the impression that the ultraorthodox are the 'real' Jews. 
  7. Waxman, Chaim. «Winners and Losers in Denominational Memberships in the United States». Arquivado do original em 7 de março de 2006 
  8. a b Wertheimer, Jack (Agosto de 2014). «What You Don't Know About the Ultra-Orthodox». Commentary Magazine (em inglês) 
  9. «Statistical Report on Ultra-Orthodox Society in Israel». en.idi.org.il (em hebraico). Consultado em 22 de abril de 2023 
  10. «שנתון החברה החרדית בישראל 2019» (PDF). Idi.org.il. Consultado em 2 de março de 2022 
  11. «How many ultra-Orthodox live in Israel today, and how many in 40 years? These are CBS data». Hidabroot.org. Consultado em 2 de março de 2022 
  12. Norman S. Cohen (1 de janeiro de 2012). The Americanization of the Jews. [S.l.]: NYU Press. p. 389. ISBN 978-0-8147-3957-0. Given the high fertility and statistical insignificance of intermarriage among ultra-Orthodox haredim in contrast to most of the rest of the Jews... 
  13. Buck, Tobias (6 de novembro de 2011). «Israel's secular activists start to fight back». Financial Times. Consultado em 26 de março de 2013 
  14. Berman, Eli (2000). «Sect, Subsidy, and Sacrifice: An Economist's View of Ultra-Orthodox Jews» (PDF). Quarterly Journal of Economics. 115 (3): 905–953. doi:10.1162/003355300554944 
  15. Wise, Yaakov (23 de Julho de 2007). «Majority of Jews will be Ultra-Orthodox by 2050». The University of Manchester (em inglês) 
  16. Šelomo A. Dešen; Charles Seymour Liebman; Moshe Shokeid (1 de janeiro de 1995). Israeli Judaism: The Sociology of Religion in Israel. [S.l.]: Transaction Publishers. p. 28. ISBN 978-1-4128-2674-7. The number of baalei teshuvah, "penitents" from secular backgrounds who become Ultraorthodox Jews, amounts to a few thousand, mainly between the years 1975-1987, and is modest, compared with the natural growth of the haredim; but the phenomenon has generated great interest in Israel. 
  17. Harris 1992, p. 490: "This movement began in the US, but is now centred in Israel, where, since 1967, many thousands of Jews have consciously adopted an ultra-Orthodox lifestyle."
  18. Weintraub 2002, p. 211: "Many of the ultra-Orthodox Jews living in Brooklyn are baaley tshuva, Jews who have gone through a repentance experience and have become Orthodox, though they may have been raised in entirely secular Jewish homes."
  19. Danzger, M. Herbert. Returning to Tradition: The Contemporary Revival of Orthodox Judaism. [S.l.: s.n.] Um inquérito aos judeus na área metropolitana de Nova Iorque revelou que 24% dos que eram altamente observadores (definidos como aqueles que não lidavam com dinheiro no sábado) tinham sido criados por pais que não partilhavam tais escrúpulos. [...] O ba'al t'shuva representa um novo fenómeno para o judaísmo; pela primeira vez não só há judeus que deixam o rebanho ... mas também um número substancial que "regressa" (p. 2); e: "Estas estimativas podem ser elevadas... No entanto, como estes são os únicos dados disponíveis, vamos utilizá-los... Definidos em termos de observância, então, o número de novos ortodoxos é de cerca de 100.000... apesar do número dos que escolhem ser ortodoxos, os dados não sugerem que o judaísmo ortodoxo esteja a crescer. O inquérito indica que, embora um em cada quatro pais fosse ortodoxo, na prática, apenas um em cada dez inquiridos é ortodoxo" (p. 193.) 
  20. Gross, Judah Ari (2 de Janeiro de 2023). «Haredim are fastest-growing population, will be 16% of Israelis by decade's end». Times of Israel (em inglês) 
  21. a b Silberstein, Laurence J. (1993). Jewish Fundamentalism in Comparative Perspective. [S.l.]: NYU Press. pp. 17–18 
  22. Tehranian, Majid (1997). «Cap: Fundamentalist impact on Education and the Media». Fundamentalisms and Society: Reclaiming the Sciences, the Family, and Education (Marty R., Martin E.; Appleby, Scott (eds.)). [S.l.]: University of Chicago Press. p. 324 
  23. Clifton, D. Bryant (editor) (2011). «Cap, 28 Theocrats versus democrats - Unconventionality and deviance in a Kulturkampf (por Nachman Ben-Yehuda)». The Routledge handbook of deviant behavior. [S.l.]: Routledge. p. 242 
  24. Stadler 2009, p. 36.
  25. Ilan, Shahar (12 de Julho de 2012). «The Myth of Haredi Moral Authority». Haaretz (em inglês) 
  26. «Fundamentalism - The Haredim |». Britannica (em inglês). Consultado em 23 de abril de 2023 
  27. Frey, Rebecca Joyce (2007). Fundamentalism (em inglês). [S.l.]: Infobase Publishing. p. 9 
  28. Guimarães, Maria João (28 de Dezembro de 2011). «Aumenta a fúria e a indignação contra o fundamentalismo ultra-ortodoxo». Público 
  29. Hoffman, Gil (10 de Novembro de 2021). «Haredi party wants to turn Israel into Taliban state». The Jerusalem Post (em inglês) 
  30. Fader, Ayala (2020). Hidden Heretics: Jewish Doubt in the Digital Age (em inglês). [S.l.]: Princeton University Press. pp. 17–20 
  31. «State faith school that redacted textbooks failed by Ofsted». Humanists UK (em inglês). 26 de Junho de 2018 
  32. Ofsted Communications Team (8 de outubro de 2020). «Find an inspection report and registered childcare». Ofsted 
  33. a b c Dödtmann, Eik (2022). «Haredi Fundamentalism in the State of Israel : How the status quo between state and religion provides ground for a modern religious counter-collective» (PDF). Springer 
  34. a b להב, אביטל (14 de janeiro de 2015). «הלמ"ס: 56% מהגברים החרדים מועסקים». Ynet (em hebraico). Consultado em 26 de abril de 2023 
  35. a b Stadler, Nurit (2009). Yeshiva Fundamentalism : Piety, Gender, and Resistance in the Ultra-orthodox World. [S.l.]: New York University Press. pp. 44, 77–79 
  36. Nachsoni, Kobi (29 de Julho de 2013). «הרב הראשי לתלמידי הישיבות: אל תצפו בטלוויזיה בפיצוציות». Ynet (em hebraico) 
  37. Rosenblum, Jonathan (15 de Dezembro de 2004). «Proud to be Chareidi». Jewish Media Resources (Arq. em WayBack Machine) 
  38. Miller, Jason (8 de junho de 2012). «Ultra-Orthodox Jews Are Correct About The Dangers Of The Internet». Huffington Post (em inglês) 
  39. «Is that cellphone kosher?». BBC (em inglês). 6 de Outubro de 2008 
  40. Werblowsky, R. J. Zwi (1997). The Oxford dictionary of the Jewish religion. [S.l.]: Oxford University Press. p. 302 
  41. Berman, Eli (1998). «Sect, Subsidy, and Sacrifice: An Economist's View of Ultra-Orthodox Jews» (PDF). National BUreau of Economic Research. Quarterly Journal of Economics. 115 (3): 905–953. . doi:10.1162/003355300554944 
  42. a b Rubin, Barry (2012). Israel an introduction. [S.l.]: Yale University Press. pp. 161–165 
  43. Sharon, Jeremy (16 de Novembro de 2011). «Gender segregation practices are 'apartheid'». Jerusalem Post 
  44. Lee, Adam (17 de janeiro de 2012). «Fighting Gender Apartheid in Israel». Big Think (em inglês) 
  45. a b El-Or, Tamar (1993). «The Length of the Slits and the Spread of Luxury: Reconstructing the Subordination of Ultra-Orthodox Jewish Women Through the Patriarchy of Men Scholars» (PDF). Publicado em : Sex Roles. 29 (9–10): 585–598. doi:10.1007/bf00289206 
  46. Pollard, Ruth (20 de novembro de 2011). «When women and girls are the enemy». The Sydney Morning Herald (em inglês) 
  47. Whitaker, Brian (19 de abril de 2006). «Sex and shopping in Israel and Saudi Arabia». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  48. Lemberg, Izzy (e outro) (19 de Dezembro de 2011). «Israel's 'Rosa Parks' refuses to take back seat». CNN (em inglês) 
  49. Greiner, Lena; Yaron, Gil (30 de dezembro de 2011). «The Ultra-Orthodox in Israel: A Clash of Cultures in the Holy Land». Der Spiegel (em inglês). ISSN 2195-1349 
  50. Lubell, Maayan (14 de Novembro de 2011). «In modern Jerusalem, gender fight butts against Orthodoxy». National Post (em inglês) 
  51. Haselkorn, Shahar (8 de Fevereiro de 2011). «קווי מהדרין: עיתונים חרדים לא נענו לדרישת בג"ץ». Ynet (em hebraico) 
  52. «'We feared for our lives,' says cop attacked by ultra-Orthodox mob». www.timesofisrael.com (em inglês). 22 de Janeiro de 2021 
  53. Martin, Patrick (10 de Janeiro de 2012). «In Jerusalem, women are voiceless at a decidedly womanly event». The Globe and Mail (em inglês) 
  54. Berman, Eli (Agosto de 1998). «Sect, subsidy, and sacrifice : an economist view of ultra-orthodox jews» (PDF). National Bureau of Economic Research 
  55. Sommer, Allison Kaplan (13 de Janeiro de 2015). «Where's Angela? Ultra-Orthodox Paper Edits Merkel and Other Female World Leaders Out of Paris March». Haaretz (em inglês) 
  56. a b Margaret, Ruth (18 de janeiro de 2015). «Where Are Israeli Women?». The New Yorker (em inglês) 
  57. Associated Press (14 de janeiro de 2015). «Israeli newspaper edits out Angela Merkel from front page on Paris march». The Guardian (em inglês). ISSN 0261-3077 
  58. Sztokman, Elana Maryles (2014). «Chapter 2 : Neither seen nor heard: erasing women's public presence». The War on women in Israel - A story of religious radicalism and the women fighting for freedom. [S.l.]: Sourcebooks 
  59. a b «Israel ends ultra-Orthodox military service exemptions». BBC News (em inglês). 12 de Março de 2014 
  60. Stadler, Nurit (e outros) (2008). «Fundamentalism's encounters with citizenship: the Haredim in Israel». Citizenship Studies. doi:10.1080/13621020802015388 
  61. «Latest Population Statistics for Israel». Jewish Virtual Library. 25 de Abril de 2023 
  62. Stadler 2009, p. 99.
  63. a b Mordecai, Richler (1994). This year in Jerusalem. [S.l.]: Chatto & Windus. p. 73 
  64. Stadler 2009, p. 99-100.
  65. Guimarães, Maria João (2 de Março de 2014). «Ultra-ortodoxos contra serviço militar paralisam Jerusalém». Público 
  66. «Hundreds of thousands protest Haredi draft in Jerusalem». Times of Israel (em inglês). 2 de Março de 2014 
  67. «Zahl der Haredim in der Armee stark gestiegen». Israel Netz (em alemão). 5 de dezembro de 2018 
  68. «Israels einsame Soldaten». Israel Netz (em alemão). 23 de dezembro de 2015 
  69. Nachshoni, Kobi (5 de Outubro de 2023). «Only 1,200 Haredi Jews join IDF annually, report reveals». Ynetnews (em inglês) 

Bibliografia editar

  • Clifton, D. Bryant (2011) -The Routledge handbook of deviant behavior - Routledge
  • Dödtmann, Eik (2022) - Haredi Fundamentalism in the State of Israel : How the status quo between state and religion provides ground for a modern religious counter-collective - Springer
  • Fader, Ayala (2020) - Hidden heretics : Jewish doubt in the digital age - Princeton University Press
  • Rubin, Barry (2012) - Israel an introduction - Yale University Press
  • Stadler, Nurit (2009) - Yeshiva Fundamentalism : Piety, Gender, and Resistance in the Ultra-Orthodox World - New York University Press
  • Sztokman, Elana Maryles (2014) - The War on women in Israel - A story of religious radicalism and the women fighting for freedom - Sourcebooks

Ver também editar