Heloísa Alberto Torres

Antropóloga

Heloísa Alberto Torres (Rio de Janeiro, 17 de setembro de 1895 – Rio de Janeiro, 23 de fevereiro de 1977) foi uma antropóloga brasileira, reconhecida internacionalmente pelo estudo de cerâmicas marajoaras. Foi diretora do Museu Nacional e compôs o Conselho Nacional de Proteção ao Índio que chegou a presidir, instituição que foi substituída pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), o qual colaborou com a criação.[1]

Heloísa Alberto Torres
Heloísa Alberto Torres
Conhecido(a) por
  • primeira mulher a dirigir o Museu Nacional, no Rio de Janeiro
  • primeira mulher a lecionar no Museu Nacional
Nascimento 17 de setembro de 1895
Rio de Janeiro, Brasil
Morte 23 de fevereiro de 1977 (81 anos)
Rio de Janeiro, Brasil
Residência Brasil
Nacionalidade brasileira
Instituições Museu Nacional do Brasil
Campo(s) antropologia

Vida editar

Heloísa nasceu em 1895, na cidade do Rio de Janeiro. Filha de Alberto Torres e Maria José Xavier da Silveira, tinha dois irmãos, Marieta e Alberto. Seu pai foi um dos maiores ensaístas brasileiros, ministro da Justiça, presidente do estado do Rio de Janeiro e ministro do Supremo Tribunal.[1][2]

Estudou em Petrópolis, no Colégio Nossa Senhora de Sion, após estudar por vários anos na Inglaterra. Seu pai morreu quando Heloísa tinha 22 anos, quando decidiu se dedicar à antropologia. No Museu Nacional, procurou o professor Edgard Roquette-Pinto . Prestou concurso, em 1925, para professora substituta da Divisão de Antropologia e Etnografia, cujo chefe era Roquette Pinto, tornando-se a primeira mulher a ingressar como professora da Divisão de Antropologia e uma das primeiras mulheres funcionárias do conceituado museu.[1][2]

Realizações editar

 
Cultura Marajoara - Cerâmica MN 05. Acervo do Museu Nacional/UFRJ.

Em 1930, sua mais notável expedição aconteceu e se tornou conhecida no Brasil e no mundo com os estudos de Heloísa sobre a cerâmica brasílica e, em especial, marajoara.[2]

Assumiu a direção do Museu Nacional com o afastamento de Edgard Roquette-Pinto, virou vice-diretora (1935 a 1937), tornando-se diretora em 1938, permanecendo até 1955.[1] Foi a única mulher no Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas no Brasil, de 1934 a 1939.[1]

Heloísa esforçou-se para manter e renovar os quadros técnicos voltados à pesquisa em antropologia, geologia, paleontologia, botânica e zoologia da instituição. Incentivou o intercâmbio de pesquisadores estrangeiros e tornou o Museu Nacional um polo de pesquisa para muitos cientistas de renome, como Ralph Linton, Alfred Métraux, Paul Rivet, Claude Lévi-Strauss, Charles Wagley e Ruth Landes. Criou e executou um programa institucional, voltado para o treinamento de jovens pesquisadores em suas áreas.[2]

Morte editar

Heloísa morreu de insuficiência cardíaca em 23 de fevereiro de 1977, aos 81 anos.[1] A Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres, no município de Itaboraí, no Rio de Janeiro, foi deixada por Heloísa à sua irmã, e com a morte desta, foi deixada para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), uma casa típica do século XVIII, propriedade da família.[1]

Referências

  1. a b c d e f g CNPq (ed.). «Pioneiras da Ciência no Brasil». CNPq. Consultado em 28 de novembro de 2016 
  2. a b c d Scielo (ed.). «Heloisa Alberto Torres e o inquérito nacional sobre ciências naturais e antropológicas, 1946». Scielo. Consultado em 28 de novembro de 2016 
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Precedido por
Alberto Betim Paes Leme
Diretor(a) do Museu Nacional
1937 — 1955
Sucedido por
José Cândido de Mello Carvalho