Henrique Morelenbaum

Henrique Morelenbaum, nome artístico de Saul Herz Morelenbaum (Łagów, 5 de setembro de 1931 - Rio de Janeiro, 22 de julho de 2022) foi um músico, maestro e professor brasileiro de origem polonesa.[1]

Henrique Morelenbaum
Informação geral
Nome completo Saul Hertz Morelenbaum
Nascimento 5 de novembro de 1931
Local de nascimento Łagów
Polônia
Morte 22 de julho de 2022 (90 anos)
Local de morte Rio de Janeiro, RJ
Gênero(s) Clássico
Ocupação(ões) maestro, professor
Afiliação(ões) Jaques Morelenbaum

Biografia editar

Morelenbaum nasceu em Łagów, na Polônia e chegou aos 3 anos de idade ao Brasil; tendo se naturalizado aos 16 anos.[2][3][4] Estudou violino, viola, regência e composição na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com Paulina d’Ambrósio e é doutor em Música e professor pela mesma universidade.[3][2]

O início da carreira de Morelenbaum como regente aconteceu casualmente em 1959, num espetáculo onde Margot Fonteyn era a artista principal, Morelenbaum assumiu a batuta em virtude de um impedimento repentino do regente que anteriormente havia sido programado.[5][6]

Em 1956, integrou o Quarteto da Rádio MEC, do Rio de Janeiro. Em 1972, recebeu na Associação Paulista de Críticos de Arte o prêmio de Melhor Regente do Ano.[7]

O músico ainda seria diretor-chefe da Sala Cecília Meireles por duas ocasiões (1965-1966 e 1987-1991) e, também por duas ocasiões, dirigiu o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, na qual onde ainda foi maestro do Coro e da Orquestra desta instituição.[3] Ocupou a cadeira de nº 16 da Academia Brasileira de Música.[3] Seria regente ainda do Coral do Instituto Israelita Brasileiro.[2]

No exterior, Morelenbaum regeu orquestras em países do Leste Europeu, tais como a Hungria e a Polônia (seu país natal). Em 1973, foi o único brasileiro a ser convidado para participar da temporada de balé da Ópera de Paris.[7]

O músico também teve importante papel na difusão de compositores brasileiros ao gravar obras dos maestros Heitor Villa-Lobos, Francisco Braga, Leopoldo Miguez e Radamés Gnatalli.[7] Ainda seria responsável pelas estreias brasileiras de obras fundamentais da história da música, como as óperas "Peter Grimes", de Benjamin Britten, e "The Rake's progress", de Igor Stravinsky.[7] Morelenbaum formou mais de uma geração de compositores, incluindo o ex-diretor da Sala Cecília Meireles, Ronaldo Miranda, e o atual, João Guilherme Ripper.[7]

Morelenbaum faleceu de causas naturais. De ascendência judaica, foi sido sepultado no Cemitério Israelita Vila Rosali, no bairro da Vila Rosali da cidade de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. O maestro deixou a esposa Sarah e os filhos Jaques, Eduardo e Lucia Morelenbaum (todos músicos). Também teve seis netos e dois bisnetos. Na noite em que faleceu o Theatro Municipal do Rio de Janeiro dedicou uma récita da ópera “Don Giovanni” em sua memória.[3]

Referências

  1. «Maestro Henrique Morelenbaum morre aos 90 anos». G1. Consultado em 22 de julho de 2022 
  2. a b c «Morre o maestro Henrique Morelenbaum». Rio de Janeiro: jornal O Dia (edição impressa). 23 de julho de 2022. p. 9 
  3. a b c d e «Morre o maestro Henrique Morelenbaum, aos 90 anos. Músico foi diretor do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da Sala Cecília Meireles». jornal O Globo. 22 de julho de 2022. Consultado em 22 de julho de 2022 
  4. «: Pró-TV - Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da TV Brasileira:». www.museudatv.com.br. Consultado em 4 de outubro de 2017. Arquivado do original em 30 de junho de 2015 
  5. «Portal Movimento». Consultado em 28 de abril de 2010. Arquivado do original em 29 de janeiro de 2009 
  6. Academia Brasileira de Música
  7. a b c d e «Morre, aos 90 anos, Henrique Morelenbaum, maestro que divulgou compositores brasileiros no exterior. Pai do violoncelista Jaques Morelenbaum, o maestro foi diretor do Municipal do Rio e da Sala Cecília Meireles». jornal Folha de S.Paulo. 22 de julho de 2022. Consultado em 22 de julho de 2022