Henry Arundell, 3.º Barão Arundell de Wardour

Henry Arundell, 3.º Barão Arundell de Wardour, PC (Londres, 23 de fevereiro de 1607 – Breamore, Hampshire, 28 de dezembro de 1694) foi um nobre inglês durante o século XVII, e o mais conhecido dos Lordes Arundell de Wardour. Serviu como Lorde do Selo Privado e Lord High Steward, e foi nomeado para o Conselho Privado. Ficou muito tempo preso no período do Complô papista.

Henry Arundell
Nascimento 23 de fevereiro de 1607
Londres
Morte 28 de dezembro de 1694
Breamore
Sepultamento Igreja de São João Batista
Progenitores
  • Thomas Arundell, 2.º Barão Arundell de Wardour
  • Blanche Arundell
Cônjuge Cicely Compton
Filho(a)(s) Henry Arundell, Cicely Arundell, Thomas Arundell, 4.º Barão Arundell de Wardour
Ocupação político

Juventude editar

Arundell foi batizado em 23 de fevereiro de 1607/8 em St Andrew's, Holborn, Londres. Com a morte de seu pai em 19 de maio de 1643, herdou suas propriedades e seus títulos, que incluía o de Conde do Sacro Império Romano. Ao longo de sua vida foi um devotado católico. Lutou ao lado de Carlos I na Primeira guerra civil inglesa. Em maio de 1643 as forças parlamentares tomaram o Castelo de Wardour, em Wiltshire, de sua mãe Blanche Arundell, que o estava defendendo. No mês seguinte de setembro, Arundell fez um cerco ao castelo e aos seus novos ocupantes e lutou para retomá-lo dos rebeldes. Mandando escavar túneis para em seguida explodi-los a fim de arruinar as estruturas do edifício, ele finalmente desalojou o inimigo sob o comando do general Edmund Ludlow em março de 1644,[1] posteriormente destruiu-o para evitar que fosse usado como fortaleza.

Carreira editar

Em 13 de maio de 1652, Arundell atuou como um dos padrinhos de seu cunhado, o coronel Henry Compton, em um duelo com George Brydges, 6.º Barão de Chandos. Compton foi morto, e um mandado foi emitido pelo Conselho de Estado para prender Arundell e as outras pessoas que tinham participado do evento. Em 17 de maio de 1653, ele foi considerado culpado de homicídio involuntário e condenado a ter a mão marcada com ferro quente. Naquele ano Arundell parece ter pedido clemência a Oliver Cromwell, e em 1656 teria recebido permissão para refugiar-se na França. Na Restauração de Carlos II, Arundell, após pagar uma indenização de 35 000 libras esterlinas para a Coroa, recebeu de volta todas as suas propriedades da família, muitas das quais já tinham sido vendidas pela Commonwealth para Humphrey Weld. Em 7 de março de 1663, Arundell foi nomeado e exerceu o cargo de mestre do cavalo da rainha-mãe, Henriqueta Maria.[1]

Em janeiro 1669 foi convocado por Carlos II da Inglaterra, juntamente com outros pares católicos, a participar de um conselho secreto, e foi designado para ir até a França para informar Luís XIV do desejo do rei inglês de se reconciliar com o catolicismo romano e de sua exigência de receber dinheiro por isso. Em junho de 1669 Arundell voltou com o parecer favorável de Luís XIV para a realização do Tratado secreto de Dover com Carlos II, que foi assinado no ano seguinte.

Complô papista editar

Em 1678 Titus Oates e seus apoiadores anunciaram que Arundell era o principal articulador do Complô papista contra Carlos II, que eles afirmavam ter descoberto; foi uma completa invenção. De acordo com a evidência destes informantes, tentativas foram feitas pelos católicos da Inglaterra, em conluio com Luís XIV, para formar um exército de 50.000 homens, que era para ser colocado sob o comando dos Lordes Arundell, Powis e Belasyse. Algumas das testemunhas afirmaram que o Papa incumbiu Arundell de ocupar o cargo de Lorde chanceler, tão logo os atuais ministros fossem removidos e que Arundell esteve por muitos anos se ocupado ativamente da organização dos detalhes da tramat. Entre outubro de 1678 e fevereiro de 1684, ele esteve preso na Torre de Londres, juntamente com outros companheiros "papistas", devido à acusação de Titus Oates. As acusações eram absurdas: Arundell foi acusado de ter conspirado, junto com outro par católico, William Howard, 1.º Visconde de Stafford, embora fosse conhecimento comum de todos de que eram inimigos e que não se falavam há mais de vinte e cinco anos. Durante sua prisão, em 1679, Arundell escreveu cinco poemas religiosos, publicados em uma única folha folio em 1679, e reeditados em Uma coleção de oitenta e seis poemas leais em 1685.[1]

Velhice editar

Após a morte de Carlos II, seu sucessor Jaime II, nomeou Arundell, embora este fosse católico, para ser um dos membros do Conselho Privado (PC), posto que assumiu em 17 de julho/agosto de 1686, e o nomeou Guardião do Selo Privado ou Lorde do Selo Privado em substituição ao Lorde Clarendon, em 11 de março de 1686-1687. Por dispensa real ele ficou desobrigado da necessidade de fazer o juramento habitual para aceitar o cargo. No mês de junho Arundell apresentado uma petição para o rei em nome dos católicos, em agradecimento pela Declaração de Indulgência; atipicamente, opôs-se fortemente à admissão do jesuíta Edward Petre para o Conselho Privado. Recebeu em 24 de junho de 1687, uma recompensa de 250 libras esterlinas do rei pelo serviço secreto prestado.[1]Em 1688 foi um dos cinco lordes que o rei Jaime II escolheu para administrar os seus negócios.

Na abdicação de Jaime, Arundell se retirou para sua casa em Breamore, Hampshire, e não tomou mais parte na vida pública. Morreu em Breamore em 28 de dezembro de 1694. Foi sepultado ao lado de seus antepassados ​​em Tisbury, Wiltshire. Foi um notável jogador e desportista, e manteve em Breamore uma criação de cães de caça, que se tornou propriedade do Conde de Castlehaven e, posteriormente, de Hugo Meynell.[1]

Família editar

Ele era o único filho de Thomas Arundell, 2.º Barão Arundell de Wardour, e de sua esposa, Blanche Somerset.

Casou com Cicely Compton (c. 1610 - 24 de março de 1675/76), filha de Henry Compton, Cavaleiro de Brambletye, Sussex. Eles tiveram os seguintes filhos:

  1. Thomas Arundell, 4.º Barão Arundell de Wardour;
  2. Henry Arundell;
  3. Cicely Arundell.

Notas

  1. a b c d e «Arundell, Henry». Dictionary of National Biography, 1885-1900. Consultado em 29 de dezembro de 2020 

Referências

Ligações externas editar

Cargos políticos
Precedido por:
O Conde de Clarendon
Lorde do Selo Privado
1687 – 1688
Sucedido por:
O Marquês de Halifax
Pariato da Inglaterra
Precedido por:
Thomas Arundell
Barão Arundell de Wardour
1643–1694
Sucedido por:
Thomas Arundell