Himenópteros sociais
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Diversas linhagens de insetos da ordem Hymenoptera desenvolveram estratégias reprodutivas que englobaram diferentes formas de organização social. Em suma, o cuidado parental foi evolutivamente resultando em agregados comunais (isto é, envolvendo mais indivíduos da mesma espécie à época da postura dos ovos), de modo que a sofisticação das divisões de tarefas nestes agregados foram gradualmente se tornando mais sofisticadas, desde os menos complexos (nas espécies de vespas e abelhas subsociais que nidificam num mesmo entorno, que protegem contra predadores e parasitas) até aquelas espécies de himenópteros eusociais que constróem colônias mais complexas, tais como as de vespas, abelhas e formigas caracterizadas pela divisão reprodutiva de funções na colônia [1].
Sendo o modo predominante de determinação sexual em Hymenoptera cromossômico (diz-se, por haplodiploidia), este torna-se um aspecto intrínseco nesta ordem de insetos em que os indivíduos irmão tendem a ser altamente aparentados (isto é, as irmãs apresentam 3/4 ou 75% de parentesco, ao invés de 50%, de como seria na nossa espécie; muitos irmão são geneticamente idênticos). Esta característica de grande proximidade genética dentro de descendentes de uma mesma "ninhada" ou comunidade local leva ao fato de que a proteção comunitária (ou fraternal) dos demais e de sua prole reflete-se diretamente na defesa da própria herança genética. Tecnicamente, este fenômeno biológico de "altruísmo" dos insetos himenópteros sociais foi visto como uma controvérsia à teoria de Darwin de luta individual por sobrevivência do organismo mais forte[2], tendo sido mais tarde explicado em grande parte pela teoria de Seleção por Parentesco, compreendida como uma força evolutiva determinando o desenvolvimento dos diferentes graus de organização social nestes animais[3].
Tecnicamente, as diferentes formas de organização social dos insetos himenópteros podem ser classificadas como subsociais, sociais e eusociais. Os principais fatores determinantes das formas de organização em insetos resumem-se em: (i) cuidado parental extendido, (ii) sobreposição de gerações, (iii) a especialização reprodutiva e funcional das divisões de tarefas [4], de forma que aquelas organizações sociais que incluem todos os três fatores representados encaixam-se no espectro da eusocialidade[5]. Alguns autores ainda reconhecem como uma subcategoria mais avançada do himenópteros eussociais a dos superorganismos (ou unicolonialismo), em que as diferentes colônias integram-se funcionalmente cooperando entre si, eliminando a competição do nível individual, uma vez que as operárias tornam-se estéreis.
Uma interpretação inicial dos diferentes graus de organização social dos insetos himenópteros baseia-se em observar-se a capacidade do indivíduo de conseguir sobreviver sozinho: nas diversas espécies subsociais, ainda é possível às fêmeas procriarem isoladas na natureza, mesmo que o sucesso de sobrevivência da prole fique limitado por predadores e parasitas; no entanto, no caso dos himenópteros eusociais, tais como as formigas e abelhas de mel, evidentemente os indivíduos não conseguem sobreviver por mais que poucos dias nem completarem seus ciclos de vida isolados, uma vez que dependem vitalmente da estruturação social e das demais castas ativas. Em uma analogia, visto que seres humanos conseguem sobreviver e fechar seus ciclos de vida isolados ou em pequenos agregados na natureza, entende-se que nossas sociedades não se incluem no espectro biológico da eusocialidade, sendo menos integradas do que as dos insetos eusociais[6].
Em Hymenoptera, a maioria das linhagens entendidas como mais basais de vespas-da-madeira e afins, reunidas informalmente na divisão "Symphyta", apenas efetuavam a postura dos ovos sobre a vegetação, não restando nas imediações ou suprindo a prole com alguma garantia de fontes de alimento ou estruturas de proteção[7]. Mas algumas espécies apresentam primórdios de cuidado parental, por exemplo ao inocular um fungo no local da postura dos ovos (que facilitaria a digestão da madeira) ou macerando uma câmara para as larvas se desenvolverem[8]. Mais notavelmente, o comportamento subsocial surge nas linhagens de vespas da subordem Apocrita, começa a se fazer presente naquelas vespas que contróem abrigos para a prole e aprovisionam a cela criada com alimento suficiente para o desenvolvimento larval. Algumas linhagens de vespas que constrôem tais abrigos passaram a nidificar em uma mesma área, aproximando de uma comunidade de defesa conjunta da prole. Finalmente, temos os casos de ninhos tais como os vespeiros , as colmeias e os formigueiros, que são as sociedades mais complexas destes insetos.
Referências
- ↑ Rasnitsyn, A. P. (janeiro de 1988). «An Outline of Evolution of the Hymenopterous Insects (Order Vespida)». Oriental Insects (1): 115–145. ISSN 0030-5316. doi:10.1080/00305316.1988.11835485. Consultado em 5 de fevereiro de 2025
- ↑ Dugatkin, Lee Alan (1 de julho de 2007). «Inclusive Fitness Theory from Darwin to Hamilton». Genetics (3): 1375–1380. ISSN 1943-2631. doi:10.1093/genetics/176.3.1375. Consultado em 10 de fevereiro de 2025
- ↑ Meunier, Joël (15 de abril de 2016). «Faculty Opinions recommendation of Hamilton's rule and the causes of social evolution.». Faculty Opinions – Post-Publication Peer Review of the Biomedical Literature. Consultado em 10 de fevereiro de 2025
- ↑ Bourke (1 de março de 1999). «Colony size, social complexity and reproductive conflict in social insects». Journal of Evolutionary Biology (em inglês) (2): 245–257. ISSN 1010-061X. doi:10.1046/j.1420-9101.1999.00028.x. Consultado em 5 de fevereiro de 2025
- ↑ Tallamy, D. W.; Wood, T. K. (1 de janeiro de 1986). «Convergence Patterns in Subsocial Insects». Annual Review of Entomology (em inglês) (Volume 31, 1986): 369–390. ISSN 0066-4170. doi:10.1146/annurev.en.31.010186.002101. Consultado em 5 de fevereiro de 2025
- ↑ FOSTER, K; RATNIEKS, F (julho de 2005). «A new eusocial vertebrate?». Trends in Ecology & Evolution (7): 363–364. ISSN 0169-5347. doi:10.1016/j.tree.2005.05.005. Consultado em 10 de fevereiro de 2025
- ↑ Dapoto, Graciela; Giganti, Humberto (1994). «Bioecología de Nematus desantisi Smith (Hymenoptera: Tenthredinidae: Nematinae) en las provincias de Río Negro y Neuquén (Argentina)». Bosque (1): 27–32. ISSN 0304-8799. doi:10.4206/bosque.1994.v15n1-03. Consultado em 8 de fevereiro de 2025
- ↑ Boraschi, Daniele; Peruquetti, Rui Carlos; Del Lama, Marco Antônio (junho de 2005). «Biologia, comportamento social e alocação sexual de Digelasinus diversipes (Kirby, 1882) (Hymenoptera, Argidae)». Revista Brasileira de Entomologia (2): 253–263. ISSN 1806-9665. doi:10.1590/s0085-56262005000200010. Consultado em 8 de fevereiro de 2025