Hipérion (satélite)

oitavo maior satélite natural de Saturno
 Nota: Se procura pelo titã da mitologia grega, veja Hiperião.

Hipérion (português brasileiro) ou Hiperião (português europeu) é a oitava maior lua de Saturno. Orbita Saturno a 1.481.100 km do planeta, perto de Titã. Possui uma forma totalmente irregular, cheia de crateras, que o deixa parecido com uma esponja. Possui também uma rotação caótica e uma órbita excêntrica.

Hipérion
Satélite Saturno VII
Características orbitais
Semieixo maior 1 481 100 km
Excentricidade 0,104
Período orbital 21,2766088 d
Velocidade orbital média 5,07 km/s
Inclinação 0,43 °
Características físicas
Diâmetro equatorial 270 km
Área da superfície 230.000 km²
Massa 8×1017 kg
Densidade média 0,5667 ± 0,1025 g/cm³
Gravidade equatorial 0,0017-0,0021 g
Período de rotação caótico
Velocidade de escape 0.045–0.099 km/s
Albedo 0,3
Temperatura média: ? ºC
Composição da atmosfera
Pressão atmosférica Inexistente

Nome editar

Seu nome é tirado da mitologia grega, do titã Hiperião, seguindo a nomenclatura sugerida por John Herschel para os 7 satélites conhecidos na época de sua descoberta. Também é chamada de Saturno VII.

Descoberta editar

Hipérion foi descoberta em 1848 independentemente por William Cranch Bond, George Phillips Bond e William Lassel, mas todos foram creditados pela descoberta. [1] [2] [3]

Características físicas editar

A superfície de Hipérion é totalmente irregular e preenchida por crateras, o que deixa a lua parecida com uma esponja. Uma possível explicação para sua irregularidade na forma é Hipérion ser um fragmento de outro corpo maior que se quebrou em um passado distante. Hipérion demonstra ter baixo nível de albedo (cerca de 0,3), o que indica que o material é coberto por pelo menos uma camada escura. Isso pode ajudar na descoberta de sua origem, já que possui um material escuro de mesma coloração encontrada em Jápeto. Sua coloração é mais avermelhada que Febe.[4]

Composição editar

As últimas análises feitas pela sonda Cassini-Huygens constataram que cerca de 40% do satélite é vazia e confirmaram que Hipérion é composta principalmente de gelo, com poucas ocorrências rochosas, como pode ser indicado pela sua baixa densidade.[5]

Crateras editar

 
Imagem obtida pela sonda Cassini-Huygens com processamento para destacar detalhes

Hipérion é coberto de crateras uniformemente distribuídas em sua superfície. Sua maior cratera possui 121.57 km de diâmetro e 10.2 km de profundidade. As crateras são preenchidas por um material escuro e avermelhado, composto por várias cadeias de hidrogênio e carbono. Acredita-se que a porosidade existente nas crateras ajuda a mantê-las inalteradas com o passar do tempo.[5]

Rotação editar

A rotação de Hipérion é tão irregular que é impossível prever sua orientação no espaço. A irregularidade em sua forma, a órbita excêntrica e a atuação gravitacional de Titã são os fatores prováveis para tal rotação. A rotação irregular pode contribuir para a uniformidade da superfície do satélite, ao contrário de outros que possuem rotação regular e hemisférios bem diferentes dos polos.[6][7][8][9][10][11][12]

Exploração editar

Hipérion foi fotografada pela Voyager 2 de apenas uma distância, sendo que não pôde ser analisada a textura do satélite, e depois pela sonda Cassini-Huygens, que chegou a se aproximar bastante em 2005 e 2006, chegando a apenas 500 km da lua em 26 de setembro de 2007.[4][13]

Referências

  1. Lassell, W. (14 de Janeiro de 1848). «Observations of satellites of Saturn». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 8 (3): 42–43. Bibcode:1848MNRAS...8...42L. doi:10.1093/mnras/8.3.42. Consultado em 18 de dezembro de 2011 
  2. W. Lassell (1848). «Discovery of a New Satellite of Saturn». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 8 (9): 195–197. Bibcode:1848MNRAS...8..195L. doi:10.1093/mnras/8.9.195a 
  3. Bond, W.C. (1848). «Discovery of a new satellite of Saturn». Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 9 (1): 1–2. Bibcode:1848MNRAS...9....1B. doi:10.1093/mnras/9.1.1 
  4. a b «Cassini Prepares for Last Up-close Look at Hyperion». Jet Propulsion Laboratory. 28 de Maio de 2015. Consultado em 29 de maio de 2015 
  5. a b «Key to Giant Space Sponge Revealed». Space.com. Consultado em 26 de Outubro de 2007 
  6. M. Tarnopolski (Maio de 2015). «Nonlinear time-series analysis of Hyperion's lightcurves». Astrophysics and Space Science. 357 (2). 160 páginas. Bibcode:2015Ap&SS.357..160T. arXiv:1412.2423 . doi:10.1007/s10509-015-2379-3 
  7. M. Tarnopolski (Fevereiro de 2017). «Influence of a second satellite on the rotational dynamics of an oblate moon». Celestial Mechanics and Dynamical Astronomy. 127 (2): 121–138. Bibcode:2017CeMDA.127..121T. arXiv:1607.07333 . doi:10.1007/s10569-016-9719-7 
  8. M. Tarnopolski (Outubro de 2017). «Rotation of an oblate satellite: Chaos control». Astronomy & Astrophysics. 606: A43. Bibcode:2017A&A...606A..43T. arXiv:1704.02015 . doi:10.1051/0004-6361/201731167 
  9. M. R. Showalter, D. P. Hamilton (Junho de 2015). «Resonant interactions and chaotic rotation of Pluto's small moons». Nature. 522 (7554): 45–49. Bibcode:2015Natur.522...45S. PMID 26040889. doi:10.1038/nature14469 
  10. Kenneth Chang (3 de junho de 2015). «Astronomers Describe Chaotic Dance of Pluto's Moons». New York Times 
  11. Nadoushan, M. J.; Assadian, N. (2015). «Widespread chaos in rotation of the secondary asteroid in a binary system». Nonlinear Dynamics. 81 (4). 2031 páginas. Bibcode:2015NonLD..81.2031J. doi:10.1007/s11071-015-2123-0 
  12. Wisdom, J.; Peale, S.J.; Mignard, F. (1984). «The chaotic rotation of Hyperion». Icarus. 58 (2): 137–152. Bibcode:1984Icar...58..137W. doi:10.1016/0019-1035(84)90032-0 
  13. «Saturn's Odd Pockmarked Moon Revealed in New Photos». Space.com. Consultado em 31 de Agosto de 2011 

Ligações externas editar