História do chocolate em Portugal

A história do chocolate em Portugal começa com a descoberta da América pelos europeus, sendo inaugurada a primeira fábrica de chocolate em Portugal em 1914.

Descoberta do cacau editar

O cacaueiro é nativo das regiões tropicais da América Central, começando no México, e da América do Sul, terminando na floresta amazônica. A descoberta desta árvore está ligada a conquista da América espanhola, mais especificamente a quarta viagem de Cristóvão Colombo para o continente americano, na qual abordou algumas grandes canoas que transportavam utensílios comuns e amêndoas de cacau. A descoberta do destino das amêndoas só veio a ser conhecido após as conquistas de Hernán Cortés sobre o império asteca. Na época, era feita uma bebida à base dessas amêndoas de cacau, que consumida fria e sem nenhum tipo de adoçante davam um gosto amargo a boca, característica que não agradava o paladar europeu. No ano de 1521, o primeiro carregamento de sementes saiu das Américas para a Europa. Lá, a bebida passou por um processo de adaptação, começou a ser adoçada e servida quente, e iniciou o processo de consumo entre a nobreza espanhola[1]

Popularização na Europa e Portugal editar

A partir do primeiro carregamento trazido por Hernán Cortes o chocolate (ainda como bebida) passou por um processo de adição de açúcar e de consumo quente, para ficar mais atraente ao paladar europeu. No início, a bebida era apenas consumida pela nobreza da Espanha e ficou como um segredo por muito tempo apenas para esse círculo social.No ano de 1585 o primeiro carregamento comercial desembarcou no país que então era único conhecedor dessa bebida. O contato de outras nobrezas, como a italiana (primeiramente), a francesa, a portuguesa e a inglesa por volta de 1600 popularizaram a bebida para os países restantes da Europa e influenciaram no começo da plantação nas respectivas colônias. Em especial no caso de Portugal, a colônia escolhida foi o Brasil no estado do Pará, assim se tornando um dos principais fornecedores de cacau junto da Espanha. Durante os séculos XVII e XVIII com a nova maneira de produção possibilitada pela revolução industrial, o trabalho que antes era feito artesanalmente passou a ser realizado pelo maquinário da época. Somada a expansão da burguesia o chocolate quente virou sensação em grande parte dos países e classes sociais dos mesmos. No século XVIII o cacau foi a principal atividade de exploração na Amazônia portuguesa. Na metade do século XIX, Portugal passou a plantar os cacaueiros em outros territórios: na África Ocidental, seguido pelo Sudeste Asiático e Oceania. Os portugueses acabaram transformando os países africanos nos principais exportadores da matéria base do chocolate nos séculos seguintes e permanecendo até os dias atuais.

Da bebida ao doce editar

O ano de 1849 foi um marco na história do chocolate, Joseph Fry foi o responsável por transformar a então bebida quente em um alimento sólido e em forma de barra. Nas décadas seguintes esse processo criado pelo inglês passou a ser aprimorado por outros especialistas em chocolate. Trinta anos mais tarde, o suíço Daniel Peter teve a ideia de misturar leite condensado ao chocolate, assim dando origem ao primeiro chocolate ao leite. A partir daí outras diversas marcas pelo mundo iniciaram a produção do alimento conhecido como barra de chocolate.

A produção de chocolate em Portugal editar

No ano de 1914 é inaugurada a primeira fábrica de chocolate em Portugal. Conhecida como Hotel Fábrica do Chocolate era pertencente à marca Avianense, a primeira marca de chocolate do país, que veio a falir no ano de 2004, mas que foi comprada e retomou suas ações no ano de 2005. Após a reestruturação da marca, eles deixaram a famosa fábrica e transformaram-na no Museu da Fábrica do Chocolate, no qual explicam e mostram a história do chocolate no mundo e no próprio país. A Imperial é a mais famosa marca de chocolates do país, fundada no ano de 1932, se consolidou como líder de mercado, em que vende, aproximadamente, 4.200 toneladas de chocolate por ano.[2] Ainda se destacam no mercado português as marcas da Arcádia e da Equador, também importantes no cenário nacional. Estima-se que os portugueses consumiram dois quilogramas de chocolate durante o ano de 2017. O número que parece alto, ainda é muito baixo se comparado a outros países europeus. A principal explicação para o consumo ainda baixo é o consumo apenas em feriados específicos, páscoa e natal, o que explica a sazonalidade do produto e não um consumo constante ao longo do ano.[3]

Referências

  1. «Revista Galileu - NOTÍCIAS - Breve história do chocolate». revistagalileu.globo.com. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  2. Garrochinho, Antonio (17 de abril de 2015). «desenvolturas e desacatos: A HISTÓRIA DO CHOCOLATE - AS FÁBRICAS DE CHOCOLATE EM PORTUGAL». desenvolturas e desacatos. Consultado em 3 de outubro de 2018 
  3. Lusa, Agência. «Cada português comeu dois quilos de chocolate em 2017. Vendas ultrapassam os 200 milhões de euros». Observador. Consultado em 3 de outubro de 2018