Agricultura urbana
Agricultura urbana é a agricultura praticada no interior (agricultura intraurbana) ou na periferia (agricultura periurbana) de uma localidade, cidade ou metrópole, cultivando, produzindo, criando, processando e distribuindo uma diversidade de produtos alimentares e não alimentares, utilizando os recursos humanos e materiais, produtos e serviços encontrados dentro ou em redor da área urbana.[1]

A agricultura urbana é realizada geralmente em pequenas áreas e destina-se sobretudo a uma produção para utilização e consumo próprio ou para a venda em pequena escala, em mercados locais. Pratica-se principalmente em quintais, em terraços ou pátios, ou ainda em hortas urbanas – espaços comunitários ou espaços públicos não urbanizados.[2]
Um parâmetro de diferenciação importante entre a agricultura urbana e a rural é o contexto espacial em que as atividades de cultivo são realizadas[3]. A agricultura urbana acontece dentro do perímetro definido em leis municipais (ainda que em zonas metropolitanas ou periféricas). Já a atividade rural é realizada nas zonas externas ao perímetro urbano.
A prática da agricultura urbana abarca também atividades como: compra e venda de insumos para cultivo, o processamento e o comércio dos resultados da produção. Inclui desde o cultivo totalmente comercial, iniciativas comunitárias entre a vizinhança, até uma produção doméstica para consumo próprio[3].
A agricultura urbana, em sua pluralidade, possibilita criar novos modos para as pessoas envolvidas se relacionarem socialmente. Além disso, afirmam que essa prática traz consigo uma nova maneira de se apropriar e conceber o espaço urbano, motivando outras reivindicações e reverberando simbologias político-ideológicas [4] [5] [6].
Esses fatores apontam, então, o papel da agricultura urbana para a manutenção e melhoramento da coesão social uma vez que as formas que as cidades se apresentam colaboram na moldagem do comportamento social de seus cidadãos[7]. Desse modo, o conhecimento tácito advindo da práxis da agricultura urbana ao mesmo tempo provoca e sofre influências na configuração da cidade. Adaptam-se as técnicas, os comportamentos das pessoas envolvidas e os objetivos simbólicos de cada iniciativa, originando um saber-fazer próprio[8].
Alguns exemplos exemplos no BrasilEditar
- Horta do Ciclista, em São Paulo, SP[9]
- Horta das Corujas, em São Paulo, SP[10]
- Horta Comunitária da Vila Pompeia, em São Paulo, SP[9]
- Horta do Centro Cultural São Paulo (CCSP), em São Paulo, SP[9]
- Horta das Nascentes na Praça Homero Silva - Lapa, São Paulo, SP
- Cidades sem Fome[11]
- Plantio nas Tekoás
- Agricultura urbana no entorno da CEASA-PE, em Recife[12]
- HortaCorubi em Florianópolis, SC
- Horta Comunitária do Cosme Velho, RJ[13]
- Horta do Shopping Eldorado, em Pinheiros, em São Paulo[13]
Ver tambémEditar
Referências
- ↑ MOUGEOT, L. (1999): Urban agriculture: Definition, Presence, Potentials and Risks, and Policy Challanges, Havana, Cuba, 1999
- ↑ «Programa do SENAR Goiás possibilita inserção da produção na zona urbana - Rede e-TEC Brasil no SENAR». Rede e-TEC Brasil no SENAR. Consultado em 5 de junho de 2016
- ↑ a b ARRUDA, J.; ARRAES, N. A. M. Agricultura urbana e peri-urbana em Campinas: subsídios para políticas públicas. XLIII CONGRESSO DA SOBER, 2005. Ribeirão Preto, 2005
- ↑ TRACEY, D. Guerrilla gardening: a manualfesto. Canadá: New Society, 2007
- ↑ REYNOLDS, R. On guerrilla gardening: a handbook for gardening without boundaries. Reino Unido: Bloomsbury, 2009
- ↑ NAGIB, Gustavo. Agricultura urbana como ativismo na cidade de São Paulo: o caso da Horta das Corujas. 2016. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
- ↑ MORAES, Antonio Carlos Robert. Ideologias geográficas. São Paulo: Annablume, 2005
- ↑ FENIMAN, Eduardo Henrique. Hortas curitibanas: as representações simbólicas do cultivo de alimentos na cidade. 2014. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Paraná.
- ↑ a b c Horta das Corujas. Disponível em https://hortadascorujas.wordpress.com/hortas-urbanas/. Acesso em 18 de setembro de 2015.
- ↑ Horta das Corujas. Disponível em https://hortadascorujas.wordpress.com/. Acesso em 18 de setembro de 2015.
- ↑ Organização Cidades Sem Fome. Disponível em http://cidadessemfome.org/pt-br/. Acesso em 18 de setembro de 2015.
- ↑ Sindfrutas. Disponível em http://www.sindfrutas.com.br/slide/novas-atividades-para-a-agricultura-urbana-do-entorno-da-ceasa/. Acesso em 18 de setembro de 2015.
- ↑ a b O Globo. Disponível em http://oglobo.globo.com/sociedade/sustentabilidade/hortas-urbanas-se-multiplicam-pelas-grandes-metropoles-9801458. Acesso em 18 de setembro de 2015.