Hospedaria Velha das Caldas de Monchique

A Hospedaria Velha das Caldas de Monchique, igualmente denominada de Estalagem Dom João II, é um edifício hoteleiro na localidade das Caldas de Monchique, no Distrito de Faro, em Portugal.[1]

Hospedaria Velha das Caldas de Monchique
Hospedaria Velha das Caldas de Monchique
Tipo
Inauguração 1692
Website Página oficial
Património Nacional
SIPA 17061
Geografia
País Portugal Portugal
Coordenadas 37° 17' 9.26" N 8° 33' 14.21" O
Mapa
Localização do sítio em mapa dinâmico
Vista geral do complexo das Caldas de Monchique, em 2018.

Descrição editar

O edifício apresenta uma forma quadrangular, tendo sido construído em declive, pelo que uma das fachadas tem dois pisos, enquanto que a oposta apresenta apenas um piso.[1] O imóvel é rematado por um telhado de quatro águas com duplo beirado, e está anexo a outro edifício de dois pisos.[1] É utilizado como estabelecimento hoteleiro, sendo parte do complexo do Hotel Central.[2]

História editar

O edifício foi construído pelo bispo do Algarve, D. Simão da Gama, tendo sido concluído em 1692, segundo uma lápide na sua fachada Sul.[3] D. Simão da Gama também instalou o hospital termal, e melhorou as estradas, de forma a aumentar a procura e facilitar o acesso por parte dos doentes.[3] O edifício foi construído junto ao local em que confluíam as ribeiras do Banho e do Lajeado, de acordo com as ordenações régias.[3] Originalmente, a hospedaria consistia apenas no lado térreo, que servia de alojamento para as pessoas mais proeminentes.[3] Esta lápide é a única que continuou no local original, entre as várias que foram colocadas para comemorar as obras dos bispos do Algarve no sítio das Caldas de Monchique.[3] As outras foram mudadas para o interior do Hotel Central, quando o primeiro hospital das Caldas foi demolido, em meados do Século XIX.[3] Foi alvo de extensas obras de restauro no Século XIX,[1] tendo sido ampliada em 1861 pelo Governo Civil, de forma a alojar um maior número de utentes.[3] Segundo um relatório de 1873, o edifício já teria sido alugado, e um dos compartimentos tinha sido convertido em sala de recreio, com um piano e uma mesa de bilhar.[3] Naquele documento também ficou registado o mau estado dos edifícios nas Caldas da Monchique, aconselhando a realização de obras de forma a melhorar a sua estética e as suas condições de higiene e comodidade.[3] Igualmente na Década de 1870, foram feitas obras de remodelação nos edifícios, incluindo na Hospedaria Velha, que ficou com uma entrada melhorada[3] Esta mudou igualmente de funções nessa altura, deixando de ser o local de residência do provedor, que foi morar para um palacete construído para este fim, passando a hospedaria velha a ser ocupada por quartos e uma cozinha comum.[3] A instalação do palacete causou uma viva polémica, uma vez que foi paga com os rendimentos das termas, que deveriam ter sido aplicados principalmente na manutenção do hospital.[3]

Em 1883 o director clínico das Caldas de Monchique, João Bentes Castel-Branco, iniciou um novo ciclo de obras nos edifícios das Termas de Monchique, incluindo a construção de uma nova hospedaria e a ampliação da antiga, onde foram melhorados e duplicados os alojamentos, intervenção que foi concluída ainda no mesmo ano.[3] A nova hospedaria foi inaugurada apenas em 1896.[3] O arquitecto italiano Nicola Bigaglia, que foi responsável pela maior parte dos edifícios construídos durante esta fase de expansão das termas, também chegou a preconizar a demolição da antiga hospedaria e a construção de uma nova, que se denominaria de Grande Hotel das Caldas de Monchique, empreendimento que não chegou a avançar, embora o nome tenha sido dado ao edifício já existente, de forma a tentar aumentar a procura.[3]

Em Agosto de 1971, o Ministério das Obras Públicas autorizou a celebração de um contrato para trabalhos de remodelação no edifício.[4] Entre 1999 e 2000, foram feitas novas obras de restauro no edifício.[1]

Ver também editar

 
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Referências

  1. a b c d e VIEGAS, Patrícia (2000). «Hospedaria Velha das Caldas de Monchique / Estalagem Dom João II». Sistema de Informação para o Património Arquitectónico. Direcção-Geral do Património Cultural - Ministério da Cultura. Consultado em 5 de Janeiro de 2020 
  2. «Hotel Central». Unlock Boutique Hotels. Consultado em 9 de Janeiro de 2019 
  3. a b c d e f g h i j k l m n o PINTO, Ana Maria Lourenço (2013). Realizações e Utopias: O Património Arquitectónico e Artístico das Caldas de Monchique na Cenografia da Paisagem Termal (PDF) (Tese de Mestrado). Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Consultado em 9 de Janeiro de 2019 
  4. PORTUGAL. Decreto n.º 358/71 , de 6 de Agosto de 1971. Ministério das Obras Públicas - Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, Publicado no Diário do Governo n.º 197, Série I, de 21 de Agosto de 1971.

Ligações externas editar


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