Hospital Santa Cruz (Niterói)

Hospital Santa Cruz de Niterói é uma unidade hospitalar localizada na cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, que pertence a Sociedade Portuguesa de Beneficência de Niterói - SPBN. Encontra-se atualmente desativado, por conta de dívidas acumuladas pela incompetência e desmandos de algumas administrações, mas na expectativa do interesse de investidores para levá-lo novamente à posição de destaque e referência para a população de Niterói e adjacências.

Hospital Santa Cruz
SPBN
Nome completo Sociedade Portuguesa de Beneficência de Niterói
Localização R. Dr. Celestino, 26 - Centro
Código Postal: 24020-091
Niterói, Rio de Janeiro
 Brasil
Fundação 29 de janeiro de 1909
Sistema de saúde Pública
Financiamento Baixa R$ 115 milhões (2015)
Tipo Privado
Público (posteriormente)
Rede hospitalar SAMU
Urgências 192 (SAMU)
Leitos 3
Especialidades Geral
Geriatria
Site beneficiencianiteroi.com.br (anteriormente)
samu192.com.br
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História editar

O Hospital Santa Cruz pertence à Sociedade Portuguesa de Beneficência de Niterói e se encontra fechado porque acumulou dívidas estimadas em R$ 120 milhões, tanto em tributos municipais, estaduais e federais quanto em dívidas trabalhistas.

Em maio de 2013 a empresa Multiserv Serviços e Gestão Hospitalar Ltda venceu a disputa pelo arrendamento do complexo hospitalar, porém "forças ocultas" impediram o que poderia ter sido a melhor chance de recuperação.

Em abril de 2014 um novo presidente foi eleito para comandar a Beneficência, Sr. Vinícius Ramos Nery de Sá, que venceu a votação que escolheu a nova diretoria para o biênio 2014/2016. Foram computados 248 votos para a “Beneficência dos Sócios”, chapa de Nery; 124 para a “Resgatando o Santa Cruz”, liderada pelo associado Diogo Lopes de Carvalho; três votos nulos e um em branco.

A chapa vencedora teve entre suas propostas a auditoria imediata nas contas do hospital, manutenção da clínica geriátrica e a reabertura gradual da unidade, mas a verdade é que, até o momento, nada se fez e a instituição corre sério risco de desaparecer em meio a leilões de seu patrimônio.

Problemas financeiros editar

2013 - Imóveis, leilões e arrendamento editar

O HSC estudava em 2013 a possibilidade de venda de imóveis para finalizar dívidas e os atrasados de seus funcionários. A questão foi debatida em uma assembleia convocada pelo Conselho Deliberativo no dia 12 de setembro de 2013.

Uma pesquisa havia constatado que a diretoria possuía na época cerca de 140 propriedades entre estabelecimentos comerciais, terrenos, casas e apartamentos.

Na reunião também foi apresentado o relatório e balanço da Diretoria Executiva relativo ao primeiro semestre do ano. Caso o Conselho Deliberativo tivesse sido favorável à venda dos imóveis, uma nova assembleia seria agendada com os sócios para definir quais deles seriam vendidos.

Em março do ano, a diretoria do Hospital Santa Cruz anunciou que estava com dívidas e que poderia arrendar a propriedade.

Um leilão presencial foi realizado no mesmo ano no auditório do Edifício Tower 2000, no centro da cidade. Um imóvel situado na região, em Icaraí, custava mais de R$ 2 milhões.

Problemas em relação a funcionários editar

O associado Armando Piccinini afirmou, em 2015, que muitos funcionários estavam (e continuam) insatisfeitos com o destino dos imóveis leiloados, pois reivindicavam que essa quantia seria revertida apenas para pagamentos de salários e direitos trabalhistas daqueles que seriam demitidos com o fechamento do Santa Cruz.

Para discutir o leilão e o futuro do hospital, fechado desde 2013, funcionários organizaram uma reunião em outubro no Campo de São Bento localizado na cidade de Niterói.

Ele havia informado que haveria cerca de 700 ex-funcionários sem seus direitos trabalhistas pagos desde o fechamento da unidade de saúde em 2013.

O levantamento seria apresentado aos sócios entre setembro e outubro de 2014 durante uma assembleia geral. Na ocasião Nery também apresentou a estratégia de venda dos imóveis.

O temor dos associados editar

Como os leilões dos imóveis já estavam ocorrendo, o temor dos associados era de que o prédio do Santa Cruz não reabrisse mais.

Desclassificação da Multserv editar

Em 21 de maio de 2013, após a apresentação das propostas, colocadas em votação no processo licitatório, a Multserv venceu o pleito, aprovado por 60 votos, contra 36 da MH-Med e 23 do Ideias. Uma semana depois, a comissão de gestão e arrendamento havia comunicado a um representante da Multserv que estava desclassificada do processo licitatório, devido a uma suposta irregularidade na documentação de uma das empresas que compunham o grupo.

Em assembleia, no dia 4 de junho, ficou definido que a segunda colocada MH-Med assumiria a gestão, porém a direção não se manifestou e perdeu a concessão. Um mês depois, a Multiserv ganha nova disputa e assume a instituição.

Quinze dias após, a Multiserv volta a ser excluída de toda e qualquer ação que envolva a empresa e o hospital. Na ocasião, Vinícius Nery, membro da comissão de arrendamento e gestão do hospital, disse que nos 15 dias em que a empresa esteve apta a gerir o Santa Cruz quebrou quatro vezes os prazos de pagamento dos salários atrasados. No mês de julho foi assinado um contrato com uma empresa de gestão hospitalar, que faria uma auditoria e pontuaria necessidades da unidade, até que uma nova empresa se candidate a administrar o Santa Cruz.

Bloqueio de bens editar

Em 2015 o procurador Maurício Guimarães de Carvalho, do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, acionou a justiça trabalhista estadual para pedir o bloqueio de bens da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Niterói e garantir a execução de ações individuais, ou seja o pagamento das verbas de ex-funcionários do Hospital Santa Cruz já reconhecidas em decisão judicial.

Conforme o atual presidente da SPBN, Vinícius Nery, informou em reunião do Conselho Deliberativo da entidade, no dia 12 de novembro de 2015, que a dívida da instituição era de R$ 115 milhões, a maior parte de débitos trabalhistas.

Só nas oito varas de trabalho de Niterói estariam cerca de 800 processos de ex-funcionários, de acordo com o Nery. O MPT-RJ já havia entrado, em 2012, com uma Ação Civil Pública na Justiça Trabalhista contra a SPBN, requerendo o pagamento das verbas rescisórias e aplicação de multa de R$ 5 mil caso a Sociedade voltasse a dispensar empregados sem o pagamento das devidas verbas.

Além disso, já haviam requerido o pagamento de R$ 100 mil em dano moral coletivo por prática irregular. O pedido foi julgado procedente pela Justiça Trabalhista.

Como o hospital parou de funcionar há mais de dois anos, diante do agravamento da condição financeira, ao invés de pedir a execução da multa e do dano moral coletivo (que são reversíveis ao FAT), o MPT pediu à Justiça que seriam priorizado o pagamento aos trabalhadores.

Ainda na reunião do Conselho Deliberativo, Nery informou que o Instituto Pedro Ludovico, do Rio de Janeiro, estaria interessado em arrendar o HSC. Porém, as conversas foram paradas. Até uma equipe de reportagem do jornal A Tribuna tentou entrar em contato com a empresa e não havia conseguido resposta.

Um dos associados destacados, Armando Piccinini, chegou a ser procurado por um empresário paulista, interessado em investir no hospital.

Envolvimento da Samsung editar

A coreana Samsung, que tem uma filial brasileira em São Paulo enviou alguns executivos da empresa que reuniram-se com representantes da chapa Resgatando o Santa Cruz, demonstrando interesse em reequipar a unidade e obter agentes financiadores para ajudar o hospital em 2014.

A empresa manifestou interesse e prontificou-se a viabilizar os agentes financiadores para o reequipamento do hospital. O novo presidenciável também recebeu apoio da Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo.

Limpeza editar

Em setembro de 2014 houve mutirão voluntário de limpeza no Hospital Santa Cruz. Vários setores administrativos começaram a ser reorganizados.

A nova administração recontratou o gestor Felipe Dumas, advogado com MBA em Gestão Hospitalar em Portugal, após ter passado pela instituição no ano passado. Ontem, o novo Conselho Deliberativo da SPBN foi eleito por aclamação.

O novo Conselho editar

No dia 8 de abril de 2014 foi aclamado o novo Conselho Deliberativo, que seria presidido por José Carlos Monteiro, médico veterinário com especialização em Administração em Saúde. A função do órgão é acompanhar a execução dos projetos que forem aplicados no hospital e a gestão dos imóveis da SPBN. Também foram eleitos 15 novos conselheiros da Diretoria Executiva. Esta já tinha 256 conselheiros natos. Já os 15 novos teriam mandato de dois anos.

Problemas externos relacionados a SPBN editar

Imoveis assustadores no Centro de Niterói (2011) editar


Trafico de drogas no Hospital Santa Cruz (2011) editar

Tentativa de golpe (2013) editar


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Referências

  1. «Blog Sócio Santa Cruz». Aos associados, ex-funcionários e amigos do Hospital Santa Cruz de Niterói 
  2. «SOS Hospital Santa Cruz (facebook)» 
  3. Funcionários fazem greve no Hospital Santa Cruz
  4. «Niterói: Hospital Santa Cruz pode definir nova gestão hoje». Consultado em 16 de novembro de 2014. Arquivado do original em 29 de novembro de 2014 
  5. «Crise ameaça mais três hospitais nas cidades de Niterói e São Gonçalo». Consultado em 16 de novembro de 2014. Arquivado do original em 29 de novembro de 2014 
  6. http://www.atribunarj.com.br/noticia.php?id=15625&titulo=D%CDVIDA%20DO%20SANTA%20CRUZ%20COM%20IMPOSTOS%20CHEGA%20A%20R$%204%20MILH%D5ES[ligação inativa]
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  8. http://www.atribunarj.com.br/noticia.php?id=15564&titulo=SANTA%20CRUZ%20VENDE%20APENAS%20DOIS%20IM%D3VEIS%20E%20PRE%C7OS%20SAEM%20ABAIXO%20DO%20ESPERADO[ligação inativa]
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  10. http://www.atribunarj.com.br/noticia.php?id=15640&titulo=EX-FUNCION%C1RIOS%20DO%20SANTA%20CRUZ%20PEDEM%20PAGAMENTO%20DE%20ATRASADOS[ligação inativa]
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  12. a b «Cópia arquivada». Consultado em 26 de dezembro de 2015. Arquivado do original em 27 de dezembro de 2015 
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  15. a b http://www.atribunarj.com.br/noticia.php?id=6484&titulo=Im%F3veis%20abandonados%20assustam%20no%20Centro[ligação inativa]