Ibira-pema,[1] ivirapema, ivirapeme,[2] tacape ou tangapema[3] era o porrete de madeira com que os tupis que habitavam a maior parte do litoral brasileiro no século XVI matavam seus prisioneiros de guerra. Media mais de uma braça de comprimento. Costumava ser pintado e decorado com penas.[4]

Gravura retratando um tupinambá portando um ivirapema

Descrição do seu uso editar

O prisioneiro, após passar um período cativo durante o qual era alimentado e cuidado por uma moça da tribo (com a qual tinha, por vezes, filho, o qual seria, posteriormente, devorado pela tribo), era, no dia escolhido para o sacrifício, amarrado com uma corda chamada muçurana ou maçarana.[5]

Seguia-se, então, um diálogo ritual, no qual o algoz, portando a ibira-pema, dizia, ao prisioneiro amarrado com a muçurana: "vou matá-lo, pois seu povo matou e comeu muitos de meu povo". O sacrificando respondia, então: "meus parentes me vingarão". Então o algoz desferia um golpe com a ibira-pema na nuca do sacrificando, fazendo jorrar seu cérebro. O corpo era, então, esquartejado e devorado pelos membros da tribo e por membros de tribos vizinhas que haviam sido convidadas para o ritual antropofágico.

Etimologia editar

"Ivirapema" deriva do tupi ïbï rá pema, que significa "pau trançado".[2] "Tacape" deriva do tupi taka'pem.[3] "Tangapema" deriva do tupi itangapema.[6]

Referências

  1. STADEN, H. Duas viagens ao Brasil: primeiros registros sobre o Brasil. Tradução de Angel Bojadedsen. Introdução de Eduardo Bueno. Porto Alegre/RS. L&PM. 2010. p. 160-168.
  2. a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 976.
  3. a b FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 639.
  4. STADEN, H. Duas viagens ao Brasil: primeiros registros sobre o Brasil. Tradução de Angel Bojadedsen. Introdução de Eduardo Bueno. Porto Alegre,RS. L&PM. 2010. p. 160-168.
  5. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 167.
  6. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 1 646.