Paróquia São Cristóvão (São Paulo)

igreja em São Paulo

A Igreja de São Cristóvão, antiga Capela do Seminário da Luz, está localizada na avenida Tiradentes, nº 84 esquina com a rua 25 de Janeiro no bairro da Luz, zona central de São Paulo, Brasil.[1]

Paróquia
São Cristóvão
Paróquia São Cristóvão (São Paulo)
A igreja vista da Pinacoteca do Estado
Tipo
Construção 1856
Diocese Arquidiocese de São Paulo
Geografia
País Brasil
Coordenadas 23° 32' 06" S 46° 37' 59" O

O edifício, construído originalmente em 1855 e inaugurado em 9 de novembro de 1856, conta com dois andares e abrigava o recinto da Igreja, anexos voltados para administração e moradia de pessoas ligadas à Paróquia.[2]

Em 1982, graças a construção original do prédio ter sido feita em taipa de pilão, o mesmo precisou passar por um processo de tombamento e re-construção, com a demolição de uma ala do seminário que deu lugar a uma rua e com sua mudança de uso, passando a abrigar um comércio também.[3]

Atualmente o edifício do antigo Seminário, que pertence a Cúria Metropolitana, é ocupado por um hotel na parte superior e por comércio no pavimento térreo, permanecendo somente a antiga capela, Igreja de São Cristóvão, com suas funções originais.[4]

A Igreja tem como santo padroeiro São Cristóvão, cujo nome quer dizer "aquele que conduz Cristo" e é protetor e padroeiro dos motoristas.[5] Seu dia de festa dá-se em 25 de julho, onde graças a uma antiga tradição que diz que quem olha para a imagem de São Cristóvão passa o dia protegido, faz com que muitos motoristas e caminhoneiros, principalmente taxistas, passem pela Avenida Tiradentes, em frente à igreja, para receber a benção e proteção do santo.[4]

História editar

O Seminário Episcopal, fundado em meados do século XIX por Dom Antonio Joaquim de Melo, já na década de 1880 se encontrava entre os estabelecimentos de maior importância quanto à instrução pública da cidade de São Paulo.

Do grande conjunto construído no final do século XIX, resta ainda a Igreja de São Cristóvão, cujas paredes de taipa de pilão existentes representam a primeira fase da cidade de São Paulo, sendo que o restante do antigo seminário encontra-se descaracterizado.

O quarteirão inteiro, entre a Avenida Tiradentes e a Rua 25 de Janeiro pertencem à Mitra Arquidiocesana, entidade mantenedora da Cúria, sendo assim responsável pela manutenção e salvaguarda de suas propriedades.

Contudo, tanto a Igreja de São Cristóvão quando o antigo Seminário da Luz estão enquadrados dentro das Leis Municipais de Uso de Solo (Z8-200), no que diz respeito ao Programa de Preservação de Bens Culturais Arquitetônicos da Área Central de São Paulo, elaborado pela COGEP (Coordenadoria de Gestão de Pessoas).

Com sua deterioração e desabamento da parede lateral, causando a interdição da igreja em 05 de março de 1982, foi aprovado por unanimidade o processo de tombamento do bem cultural pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico Artístico e Turístico do Estado) em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, em 12 de maio de 1982, número do processo 22078/82.

Em 01 de junho de 1982 foi iniciado o processo de conservação da Igreja, num trabalho em conjunto com o FRM (Fundação Roberto Marinho), DOP (Departamento de Edifícios e Obras Públicas) e o CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico Artístico e Turístico do Estado).

A igreja foi restaurada e reinaugurada em 28 de abril de 2001.[3]

 
Placa com a história da Igreja de São Cristovão, em São Paulo (SP), Brasil.

Cronologia editar

Arquitetura editar

 
Detalhes da frente da Igreja de São Cristovão, em São Paulo (SP), Brasil.

A Igreja de São Cristóvão conta com apenas um pavimento, dividido em dois andares, o superior e o inferior. Atualmente o edifício é ocupado por um hotel na parte superior e por comércio no térreo, permanecendo somente a Igreja com suas funções originais.

O terreno conta com 1.440 m², sendo sua área construída de 768 m².[6]

Significado histórico e cultural editar

A Igreja de São Cristóvão tem sua importância determinada por suas características arquitetônicas, por seu valor histórico – foi construída na primeira fase da cidade de São Paulo – e seu significado sociocultural.

Localizada no bairro da Luz, também anteriormente conhecido como bairro do Guaré, a Igreja teve sua construção iniciada em 1853 junto com a elevação do Seminário Episcopal do qual fez parte.

Na época, o bairro de Guaré já era considerado um espaço significativo em relação às construções históricas. A partir de 1868 o Seminário Episcopal, juntamente com a Igreja de São Cristóvão, figuravam um marco referencial no bairro Luz, junto com outros edifícios como Convento de Nossa Senhora da Luz[7] (1774), Jardim Botânico (1797) e Hospital dos Lázaros (1805).

A construção do Seminário Episcopal, que durou de 1855 a 1860, corresponde a um período de prestigio crescente nas ruas paulistas. O edifício, que foi erguido por um sistema de taipas pois não existiam tijolos na época, lembra o estilo de construção barroco, colonial e românico.[8]

 
Placa descrevendo a restauração feita na Igreja de São Cristovão, em São Paulo (SP), Brasil.

Tombamento editar

Contudo, como o edifício foi construído com um sistema simples e de acordo com a época, foi iminente sua deterioração ao passar dos anos.

O ápice ocorreu com o desabamento de sua parede lateral, causando a interdição da igreja em 05 de março de 1982.

Com isso foi aprovado por unanimidade o processo de tombamento do bem cultural pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico Artístico e Turístico do Estado) em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, em 12 de maio de 1982, número do processo 22078/82.

Em 01 de junho de 1982 foi iniciado o processo de conservação da Igreja, num trabalho em conjunto com o FRM (Fundação Roberto Marinho), DOP (Departamento de Edifícios e Obras Públicas) e o CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico Artístico e Turístico do Estado).

A igreja foi restaurada e reinaugurada em 28 de abril de 2001.[3]

Estado atual editar

Atualmente, do edifício original, apenas a Igreja de São Cristóvão continua com sua função original.

O elemento artístico mais importante que resta da fundação do Seminário é o alto-mór. Além de sua importância litúrgica, possui também importância importância história, pois é provavelmente o primeiro altar néo-gótico do Brasil. Deve ter sido concebido pelos cultos padres capuchinhos que vieram organizar o Seminário, quando aquele estilo ainda era novidade na Europa e que o introduziram no país. A restauração revelou uma cor original branca.

As missas na igreja acontecem aos sábados – às 15h, aos domingos – às 09h e a missa em louvor à Santa Filomena acontece todo dia 10 de cada mês – às 15h.

No local também acontecem sacramentos como Batizados, Crismas, Cursos para noivos e Primeira Eucaristia.[6]

Conservação do bem cultural editar

O restauro da Igreja, que foi iniciado com o Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns e finalizado com o Arcebispo de São Paulo Cardeal Dom Cláudio Hummes atualmente encontra-se em estado total de uso e conservação, onde a própria Cúria de São Paulo cuida para que o bem cultural continue sem grandes deteriorações.

Galeria editar

Ver também editar

Referências

  1. Processo de tombamento - Igreja de São Cristóvão. [S.l.: s.n.] pp. http://www.arquicultura.fau.usp.br/images/arquicultura/Processo_22078–82_–_Igreja_de_Sao_Cristovao_(Anexo).Image.Marked.pdf 
  2. Fotos Processo de Tombamento - Igreja de São Cristóvão. [S.l.: s.n.] pp. http://www.arquicultura.fau.usp.br/images/arquicultura/Processo_22078–82_–_Igreja_de_Sao_Cristovao.Image.Marked.pdf 
  3. a b c «Igreja de São Cristóvão». www.arquicultura.fau.usp.br. Arquivado do original em 17 de novembro de 2016 
  4. a b «Secretaria de Estado da Cultura». www.cultura.sp.gov.br. Arquivado do original em 5 de setembro de 2017 
  5. «Igreja no Centro de SP celebra o Dia de São Cristóvão». São Paulo 
  6. a b «São Cristóvão». Arquidiocese de São Paulo 
  7. «HPIP». www.hpip.org 
  8. «saocristovaosp». saocristovaosp. Consultado em 15 de novembro de 2016. Arquivado do original em 17 de novembro de 2016