imagem de clípeo ou imagem clipeada (em latim: imago clipeata; pl. imagines clipeatae) é um termo artístico utilizado para referir-se às imagens de ancestrais, pessoas famosas ou mortos sobre escudos circulares (clípeos). Era utilizada na Roma Antiga para criar representações, individuais ou em grupo,[1] de membros falecidos das famílias patrícias a serem depositadas em templos ou outros espaços públicos.[2][3] Podia ser um baixo-relevo num medalhão para exposição em sarcófagos ou mosaicos e afrescos.[4][5]

Imagem de clípeo no díptico consular de Areobindo, cônsul em 506

Na arte cristã, a imagem de clípeo continuou a ser utilizada em sarcófagos para representar falecidos, mas também serviu para criar imagens do busto de Cristo ou do Bom Pastor, dos imperadores, oficiais do governo, papas, bispos, os apóstolos e outras figuras sagradas. Eram feitas em mosaicos, afrescos, peças em metal e baixo-relevos em dípticos de marfim e geralmente possuem anjos que são retratados segurando ou elevando o clípeo onde localização o representado.[5] Na iconografia bizantina é comum a imagem de Jesus num clípeo diante da Virgem Maria orante (Platítera).[1]

Referências

  1. a b Ross 1996, p. 127.
  2. Plínio, o Velho século I, 35.4-11.
  3. Winkes 1979, p. 481-484.
  4. Hall 1983, p. 78.
  5. a b Jones 2013, p. 268.

Bibliografia editar

  • Hall, James (1983). A History of Ideas and Images in Italian Art. Londres: John Murray. ISBN 0-7195-3971-4 
  • Jones, Tom Devonshire; Murray, Linda; Murray, Peter (2013). The Oxford Dictionary of Christian Art and Architecture. Oxford: OUP Oxford. ISBN 0199680272 
  • Plínio, o Velho (século I). História Natural. [S.l.: s.n.] 
  • Ross, Leslie (1996). Medieval Art: A Topical Dictionary. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. ISBN 0313293295 
  • Winkes, Rolf (1979). «Pliny's chapter on Roman funeral customs in the light of Clipeatae imagines». American Journal of Archaeology. 83