Nota: Se procura pela técnica empregada na cerâmica, veja Impasto (cerâmica).

Impasto é uma técnica utilizada em pintura onde a tinta (em particular a de óleo) é espalhada numa área da tela, ou mesmo em toda a tela, de forma tão espessa que as marcas dos objectos utilizados para pintar (p.ex. pincel, espátula) são visíveis na pintura. A tinta também pode ser misturada directamente na tela. Quando fica seco, o impasto dá textura e relevo à representação.[1][2] O termo impasto tem origem italiana e quer dizer "mistura".[3]

Taos Mountain, Trail Home de Cordelia Wilson (c. 1920). Pintura do início do século XX elaborada com uma técnica de impasto bastante marcada.

O impasto ganhou notoriedade nas pinturas de artistas venezianos, como Titian e Tintoretto. Além de ser possível observar nas paisagens naturalista e romântica, do século XIX. A técnica foi imposta como uma maneira de ressignificar a superfície das obras, que deveria ter sua própria realidade e profundidade, ao invés de ser apenas uma janela para um mundo imaginativo e ilusionista. Este método também pode ser definida pelo termo pictórico, no qual a aplicação de tinta é feita de forma "solta" ou menos controlada, causando efeitos sensoriais e visuais.[4]

Em meados do século XX, alguns artistas levaram o impasto ao extremo, como pode ser observado em alguns trabalhos de Frank Auerbach, Jean Dubuffet e Leon Kossoff.[4]

Características editar

O impasto é uma técnica, na qual uma quantidade espessa e opaca de tinta é adicionada a um mural ou pintura. Sua composição, geralmente, é produzida com a adição de corantes e ligantes, podendo, também, ser encontrada em quantidades de pigmentos inorgânicos.[5] O método cria a sensação de que a tinta está derramando sobre a superfície, como se tivesse sido gotejada sobre a tela, por meio de traços curtos, agitados e semi-opacos. O resultado é um comportamento não-linear das pinceladas, dependendo tanto da espessura em que foi empregada uma camada de tinta quanto da mistura de pigmentos envolvidos.[6]

É aplicado em superfícies já pintadas, por exemplo, com tinta a óleo ou acrílica. Com traços visíveis e grossos, o impasto dá volume ao plano, conferindo a sensação de peso e textura. A técnica gera um contraste com outras partes da obra, já que cada camada poderá ter uma altura, causando a impressão de dimensionalidade e profundidade.[6]

Popularizou-se entre os artistas devido a sua versatilidade e habilidade de ser aplicada a mais de um estilo artístico. Nos trabalhos de Vermeer, por exemplo, o método ganhou acabamentos mais profundos e lustrosos. Já em Monet, obteve uma forma mais espessa, para alcançar um contorno escultural e, por vezes, agressivo.[6]

Referências

  1. «Impasto no National Portrait Gallery». Consultado em 31 de março de 2013. Arquivado do original em 3 de junho de 2013 
  2. «Impasto em AmoPintar». Consultado em 31 de março de 2013. Arquivado do original em 18 de junho de 2012 
  3. The Free Dictionary
  4. a b Tate. «Impasto – Art Term | Tate». Tate (em inglês) 
  5. Weyer, Angela (2015). EwaGlos - European illustrated glossary of conservation terms for wall paintings and architectural surfaces. Europa: Hornemann Institut. 1 páginas. doi:10.5165/hawk-hhg/233 
  6. a b c Baxter, William (2004). «IMPaSTo: A Realistic, Interactive Model for Paint». Consultado em 22 de setembro de 2017 

Ligações externas editar

 
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