Indústria eletrônica no Japão

A indústria eletrônica no Japão é a maior indústria de eletrônica de consumo do mundo apesar da participação das empresas japonesas gradativamente ter caído devido à competição com a Coreia do Sul e Taiwan.[necessário esclarecer][carece de fontes?] O Japão ainda possui um grande número de empresas que produzem televisores, câmeras gravadoras, reprodutores de áudio e vídeo, etc.

As empresas japonesas têm sido responsáveis por um grande número de importantes inovações, incluindo o pioneirismo nos rádio transistores e o Walkman (Sony), os primeiros laptops produzidos em massa (Toshiba), a gravadora de VHS (JVC) e células solares e telas de LCD (Sharp).[1]

As principais empresas de eletrônica japonesas incluem a Canon, Casio, Citizen, Fujifilm, Fujitsu, Hitachi, JVC Kenwood, Mitsubishi Electric, NEC, Nikon, Nintendo, Olympus, Panasonic, Pioneer, Ricoh, Seiko, Sharp, Sony, TDK e Toshiba.

História editar

A Sony foi fundada em 1946 por Masaru Ibuka e Akio Morita e rapidamente avançou no campo da eletrônica. A invenção do rádio transistor de bolso colocou a empresa na fronteira do desenvolvimento eletrônico, tanto no Japão como no mundo. À medida que outras empresas foram formadas para competir na área, a indústria eletrônica tornou-se o principal exportador que investia no exterior na década de 1980. Em 1991, 46,7% das televisões coloridas e 87,3% dos videocassetes produzidos no Japão eram exportados. A participação nas exportações de alguns produtos eram muito pequenas para mostrar separadamente em um sumário de informações comerciais, no entanto, o gravador de áudio representava 2,9% do total das exportações japonesas em 1988, os gravadores de video cassete 2,3%, receptores de rádio 0,8%, e receptor de televisão 0,7%, totalizando 6,7%.

Essas indústrias construíram o sucesso do Japão no desenvolvimento de aplicações comerciais para o transistor na década de 1950 e as gerações de dispositivos semicondutores das décadas de 1970 e 1980. O resultado vinha de grandes e integradas fabricantes de eletrônica que produziam componentes semicondutores, eletrônica de consumo e computadores. O sucesso internacional das empresas veio da contínua miniaturização e as decrescentes custos de fabricação.

O sucesso do Japão dominou a indústria da eletrônica de consumo dos Estados Unidos. Acusações não provadas de dumping e outras práticas predatórias levaram a acordos de comercialização com o Japão em 1977. As restrições limitaram a exportação de televisões coloridas para 1,75 milhões de unidades anualmente de 1977 a 1980. O acordo deu alguma proteção à indústria doméstica dos Estados Unidos. As empresas japonesas responderam investindo nos Estados Unidos. No final da década de 1980, apenas restava uma única fabricando de televisão pertencente aos Estados Unidos. Em resultado disso, a indústria eletrônica japonesa manteve a sua dominação no mercado dos Estados Unidos e manteve sua força nas exportações nesse campo devido à alta reputação da sua eletrônica.

O investimento direto estrangeiro do Japão na indústria da eletrônica de consumo foi motivado pelo protecionismo e custos de mão de obra. Após de três anos de restrições voluntárias às exportações, sete firmas japonesas montaram fábricas nos Estados Unidos em 1980. As firmas japonesas continuaram a produção dos produtos mais avançados tecnologicamente não só no Japão, mas também nos Estados Unidos, enquanto direcionava a produção de produtos menos avançados para países em desenvolvimento no sudeste asiático.[2]

Século XXI editar

 
A sede atual da Sony Corporation em Tóquio.

Desde o início do século XXI, um grande número das maiores empresas japonesas de eletrônica de consumo têm lutado financeiramente e perdido participação no mercado, particularmente para empresas sul-coreanas e taiwanesas. As empresas japonesas perderam sua posição dominante em categorias que incluem tocadores de mídia portáteis, TVs, computadores e semicondutores.[3] Atingidos em cheio pela crise econômica de 2008, a Sony, Hitachi, Panasonic, Fujitsu, Sharp, NEC e Toshiba relataram prejuízos no montante de $ 17 bilhões.[4] Em 2009, o lucro operacional da Samsung era mais que o dobro do lucro operacional das nove maiores empresas japonesas de eletrônica de consumo.[5] O declínio relativo foi ligado a fatores incluindo altos custos, o valor do iene e que muitas empresas japonesas estão produzindo a mesma classe de produtos, causando uma duplicação nos esforços de pesquisa e desenvolvimento e reduzindo as economias de escala e poder de definir preço.[6][7] O sistema educacional japonês também foi apontado como possível fator determinante.[8]

Uma resposta aos desafios foi o aumento das fusões e aquisições de empresas. A JVC e a Kenwood fundiram-se (formando a JVC Kenwood Holdings),[9] e a Renesas Technology e a NEC Electronics –o braço de semicondutores da NEC- fundiram-se formando a Renesas Electronics.[10] Em movimento semelhante, em 2009 a Panasonic adquiriu um participação majoritária na Sanyo, tornando-a parte do grupo Panasonic. Também algumas das grandes empresas escolheram fundir algumas de suas operações, como a Hitachi, Casio e NEC, e Fujitsu e Toshiba, com seus negócios de telefonia celular. [11]

Em 15 de novembro de 2011, encarando uma competição dura com a Samsung e LG, a Sony, Toshiba e Hitachi assinaram um acordo para fundir seus negócios de LCD, criando uma nova empresa chamada Japan Display na primavera de 2012.[12]

Em 2013, a maior parte das empresas japonesas não mais gozavam da mesma reputação que tinham há uma ou duas décadas atrás. O mercado internacional de eletrônica de consumo era então dominado por empresas sul-coreanas, chinesas e taiwanesas. Apenas algumas empresas japonesas possuem participação de mercado significante e são bem conhecidas internacionalmente.[13] O futuro da indústria japonesa de eletrônicos é debatido.[14][15]

Referências

  1. «The mighty, fallen - Ex-world-beaters swallow their pride and do deals with foreign rivals». The Economist. 3 de março de 2011. Consultado em 17 de julho de 2012 
  2. Ong, Aihwa (1987) [1st. pub.]. Spirits of Resistance and Capitalist Discipline: Factory Women in Malaysia. Albany, NY: State University of New York Press. ISBN 0-88706-381-0 
  3. «Winning the global challenge: The Japanese electronics companies' race to innovate». Consultado em 9 de novembro de 2018. Arquivado do original em 17 de dezembro de 2012 
  4. «Japanese electronics giants post $17b losses» 
  5. Simms, James (5 de novembro de 2009). «South Korea's Rising Sun». The Wall Street Journal 
  6. «Unplugged - Once the epitome of Japan's post-war success, its electronics firms are in crisis». The Economist. 5 de fevereiro de 2009. Consultado em 17 de julho de 2012 
  7. «From summit to plummet - Once global leaders, Japanese electronics firms are tumbling». The Economist. 18 de fevereiro de 2012. Consultado em 17 de julho de 2012 
  8. «Completing one's education». The Japan Times. 10 de julho de 2012. Consultado em 17 de julho de 2012 
  9. Erica Ogg. «JVC, Kenwood officially hook up». CNET 
  10. «Renesas Electronics is biggest 'non-memory' chip firm». ElectronicsWeekly.com. 2 de abril de 2010. Consultado em 3 de abril de 2010 
  11. «Fujitsu, Toshiba agree to merge mobile phone businesses» [ligação inativa]
  12. «Sony, Hitachi, and Toshiba Agree to "Japan Display" Joint Venture». Consultado em 16 de outubro de 2014. Arquivado do original em 17 de novembro de 2011 
  13. «What does the future hold for Japan's electronics firms?». BBC UK. 12 de abril de 2012. Consultado em 26 de abril de 2013 
  14. «Japanese electronics industry debates future amid turmoil». UBM Tech. 22 de abril de 2013. Consultado em 26 de abril de 2013 
  15. Rupert Wingfield-Hayes (2 de abril de 2013). «What happened to Japan's electronic giants?». BBC News Asia 

Ligações externas editar