Instituto de Informática da UFRGS

Departamento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

O Instituto de Informática da UFRGS (INF-UFRGS) é uma das unidades acadêmicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ministra programas de ensino, pesquisa e extensão voltados à area de computação, software, microeletrônica e diversas subáreas. O INF foi fundado em 1989, sendo uma das mais jovens unidades acadêmicas da UFRGS, e atualmente oferece dois cursos de graduação, três programas de pós-graduação e ocasionalmente cursos de especialização.

Logo do INF-UFRGS
Logo do INF-UFRGS

História editar

O primeiro computador que veio para a UFRGS era um IBM 1130. Para operá-lo e mantê-lo, foi criado durante a década de 1960 o Centro de Processamento de Dados (CPD-UFRGS). A equipe do CPD era composta por estudantes, que recebiam treinamento da própria IBM para aprender a usar o computador. Ao se graduarem, alguns destes estudantes seguiram para programas de mestrado em outras universidades, retornando à UFRGS após terem se formado. Estes estudantes, somados a um grupo de pesquisadores de instrumentação eletrônica do Instituto de Física, fundaram o Curso de Pós-Graduação em Ciência da Computação em 1972, na época vinculado ao CPD. Este programa existe até hoje, com o nome de PPGC (Programa de Pós-Graduação em Computação).[1][2]

No ano seguinte o então CPGCC já havia recebido sua primeira turma. Em 1974, O CPGCC organizou o primeiro Seminário Integrado de Software e Hardware (SEMISH), um evento de abrangência nacional. Dali a poucos anos, o SEMISH foi absorvido pela Sociedade Brasileira de Computação, sendo hoje chamado de "Congresso da SBC". Em 1975, se formaram os primeiros mestres em computação da UFRGS.[1]

Durante as décadas de 1970 e 1980, começaram a surgir pelo Brasil diversas empresas de computação, fruto da política protecionista do Regime Militar. No Rio Grande do Sul, a principal delas era a Edisa. A Edisa contratou diversos alunos de computação da UFRGS enquanto esteve em atividade.[1]

Em 1989, o CPD foi dividido; a equipe técnica, que fazia manutenção nos computadores da universidade, foi mantida como CPD; já para a equipe de docência foi criado o Instituto de Informática como é conhecido hoje. Concentrariam-se no INF as atividades de ensino e pesquisa relacionadas à informática. Ao mesmo tempo, CPGCC passou a oferecer formação de nível doutorado também. Dois anos depois disso, optou-se por transferir a sede do INF, que era nos prédios da Escola de Engenharia, para o Campus do Vale, onde é até hoje.[1]

Ensino editar

O Instituto de Informática da UFRGS hoje oferece dois cursos de graduação: ciência da computação e engenharia da computação. Em 2021, o curso de ciência da computação havia pontuado conceito ENADE 5, que é o máximo[3]. Em 2019, o curso de engenharia de computação havia pontuado 4[4]. O INF também dispõe de três programas de pós-graduação[5]:

  • Programa de Pós-Graduação em Computação (PPGC). Sucessor do primeiro programa de mestrado, o CPGCC. Estudantes da área de engenharia de computação, sistemas de computação, sistemas de informação, inteligência artificial, e informática teórica podem concorrer a uma vaga no PPGC. O PPGC obteve conceito CAPES 7, que é o máximo.
  • Programa de Pós-Graduação em Microeletrônica (PGMicro). Criado em 2002, o programa obteve conceito CAPES 5.
  • Programa de Pós-Graduação Informática em Educação (PGIE). Programa interdisciplinar que visa à integração das tecnologias de informação e a educação. Também obteve conceito CAPES 7.

Série de livros didáticos editar

No final da década de 1990 o INF já ministrava o curso de graduação em ciência da computação, e muitas outras universidades Brasil afora estavam começando a oferecer cursos da área de computação. No entanto, àquela época havia uma forte carência de professores qualificados para ministrar as aulas. O que acontecia era que os professores tinham que dar aulas de diversas disciplinas diferentes ao mesmo tempo. Esse foi um dos motivos para que o INF começasse a lançar livros didáticos que sustentassem as disciplinas destes cursos. Os primeiros, Fundamentos da Matemática Intervalar (Charles Höher, Carlos Hölbig e Tiarajú Diverio) e Programando em Pascal XSC (Paulo de Oliveira, Tiarajú Diverio e Dalcidio Claudio), foram lançados em 1997.[6]

O amplo sucesso destes primeiros títulos inspirou os professores do INF a lançarem mais livros nos anos seguintes, e muitos deles foram adotados como livros base para as disciplinas em diversas universidades do Brasil. A Série de Livros Didáticos do INF-UFRGS assumiu o compromisso de entregar livros breves o suficiente para que pudessem servir de sustentação para uma disciplina de curso de graduação, mas ao mesmo tempo mantendo o padrão de qualidade. A partir de 2001, o INF começou a publicar obras escritas por professores de fora de sua comunidade docente, por entender que o escopo e o nível de qualidade eram compatíveis.[6]

As publicações cessaram em 2006, tendo então somado 24 títulos no total. Até 2010, cerca de cem mil exemplares da coleção haviam sido impressos.[6]

Pesquisa editar

O Instituto de Informática mantém diversos grupos de pesquisa sobre temas relacionados à computação teórica e suas aplicações práticas[7]:

O INF também publica periodicamente volumes da Revista de Informática Teórica e Aplicada, que compila textos relacionados a todas as áreas da informática.

Ver também editar

Referências

  1. a b c d Oliveira, José; Santos, Clésio (11 de novembro de 2011). «Breve história do Instituto de Informática da UFRGS». Consultado em 16 de outubro de 2022 
  2. «Institucional | História». Consultado em 16 de outubro de 2022 
  3. Relatório de curso: ciência da computação (bacharelado) (PDF) (Relatório). INEP. 2022 
  4. Relatório de curso: engenharia de computação (Relatório). INEP. 2019 
  5. «Pós-Graduação | Apresentação». 2015. Consultado em 16 de outubro de 2022 
  6. a b c Diverio, Tiarajú; Menezes, Paulo (2010). «Série Livros Didáticos da Informática UFRGS: Trajetória de Sucesso com Qualidade» (PDF). Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora. Revista de Sistemas de Informação da FSMA. Consultado em 16 de outubro de 2022 
  7. «Pesquisa | Grupos de pesquisa». Consultado em 16 de outubro de 2022