Itaperuna Esporte Clube

Itaperuna Esporte Clube é uma agremiação esportiva da cidade de Itaperuna, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil, fundada a 21 de julho de 1989.

Itaperuna
Nome Itaperuna Esporte Clube
Alcunhas Águia do Noroeste
Mascote Águia
Fundação 21 de julho de 1989 (34 anos)
Estádio Jair de Siqueira Bittencourt
Capacidade 10 000 pessoas
Presidente Ailton Luiz da Silva Sales
Treinador(a) Alexandre Cristossomos
Material (d)esportivo Zepe
Competição Campeonato Carioca - Série C
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
titular
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Cores do Time
Uniforme
alternativo
Temporada atual

Em 2011, disputou a Segunda Divisão do Campeonato Fluminense, mas foi rebaixado para a Terceira Divisão em 2012 por abandonar injustificadamente a competição em 2011.

Seu estádio, o Jair de Siqueira Bittencourt, que tem capacidade para 10.000 pessoas, começou a ser demolido em 2015, porém o então presidente do Conselho Deliberativo do clube Ailton Luiz da Silva Sales acionou a justiça e conseguiu impedir a venda e a demolição do estádio. Em 22 de dezembro de 2015 sendo convocada nova eleição o então presidente do Conselho Deliberativo do clube foi candidato e ganhou a eleição para Presidente Executivo. Atualmente, o clube está voltando a disputar a 3ª Divisão (série B2 do Carioca). Suas cores oficiais são preto, vermelho e branco.

A equipe também é conhecida como Águia do Noroeste ou Terror do Interior.

História editar

Origem editar

O atual Itaperuna Esporte Clube é produto da fusão de três clubes locais, o Porto Alegre Futebol Clube, o Unidos Atlético Clube e o Comércio e Indústria Atlético Clube.

 
Equipe profissional do Itaperuna em 2010. Foto de Paulo Roberto Rodrigues

A primeira bola de futebol chegou em Itaperuna em 1911 e as primeiras partidas do esporte foram disputadas na Fazenda Porto Alegre, na Av. Zulamith Bittencourt. O primeiro time foi fundado a 15 de agosto de 1915, com o nome de Porto Alegre Futebol Clube, tendo como primeiro presidente Augusto Otaviano da Silva. O terreno para a sede foi comprado do Coronel Romualdo Monteiro de Barros, na Rua Sátiro Garibaldi, e foi iniciada a construção do estádio Jair Siqueira Bittencourt em 1963[1].

A 23 de novembro de 1943, surgiu o Comércio e Indústria Atlético Clube e, a 8 de julho de 1948, o Unidos Atlético Clube.

A fundação do Unidos se deu na residência de Rodolfo Novaes. O primeiro mandatário foi Júlio Malta. O antigo estádio tinha o nome Monte Líbano, em homenagem à colônia libanesa no Brasil. Ficava na Rua Cel. Luiz Ferraz, s/n.º. Porém, foi demolido e o terreno loteado para a construção de residências. José Câncio Barbosa Soares, quando presidente, comprou o novo terreno e, em 1983, foi iniciada a construção do estádio Álvaro Catanheda, na Estrada Mourão Filho, então sítio pertencente a João França[1].

A construção do estádio Jurandir Nunes, do Comércio e Indústria, foi iniciada em 1947, quando adquirido o terreno. Sempre passou por reformas complementares com obras para a construção de quinze lojas e dezesseis salas para aluguel. Possuía uma arquibancada coberta e outra sem cobertura. Localizava-se na Rua José Egídio Tinoco, Cidade Nova. Sua primeira diretoria teve como presidente Ary Vilela Marins. O patrono era Jurandir Nunes e o presidente de honra era Moacyr de Paula[1].

Porto Alegre editar

 
Porto Alegre

Em 1985, o rubro-negro Porto Alegre fez a sua estreia no futebol profissional ao participar do Campeonato Estadual da Terceira Divisão. Na época o time era apoiado pelos dois maiores bicheiros e empresários da cidade, Norton Nassif e Roberto Sued que não hesitavam em injetar recursos e ajudar a equipe a galgar os degraus para chegar à Primeira Divisão, fato que se consolidaria em tempo recorde. Na primeira fase, disputada em seu grupo, o Norte/Centro/Vale, a equipe ficou em primeiro lugar, superando os classificados Tamoyo e Flamengo de Volta Redonda, além dos eliminados XV de Novembro de Araruama, Cruzeiro Futebol Clube, Canto do Rio e Olympico. Na fase final, foi novamente líder ao superar Central (Barra do Piraí), Tomazinho, Tamoyo, Flamengo de Volta Redonda e Heliópolis. Na finalíssima derrotou o Central por 1 a 0 e se sagrou campeão justamente na sua estreia em nível profissional.

 
Equipe juvenil do Itaperuna, em 2007. Foto de Paulo Roberto Rodrigues

Em 1986, disputou pela primeira vez o Campeonato Estadual da Segunda Divisão do Rio de Janeiro, na ocasião disputado sob pontos corridos. Após dois turnos, o time se sagrou campeão, deixando a Associação Atlética Cabofriense com o vice-campeonato. O Volta Redonda foi o terceiro. A seguir vieram São Cristóvão, Serrano, Friburguense, Central (Barra do Piraí), Rio Branco, Bonsucesso, Madureira, Rubro e Siderantim.

Em 1987, o time chegava de forma inédita à elite do futebol fluminense e conseguiu se manter no mesmo módulo. Ao final da Taça Guanabara, o primeiro turno, o Porto Alegre ficou na décima colocação, à frente de Olaria, Associação Atlética Cabofriense, Mesquita e Portuguesa. Já ao final da Taça Rio, o segundo turno, o time conseguiu a nona posição ao superar Botafogo, Olaria, Mesquita, Campo Grande e Portuguesa. Vale ressaltar a vitória por 2 a 0, conquistada sobre o Flamengo, a 11 de março daquele ano. O campeão foi o Vasco da Gama.

Em 1988, o Porto Alegre ficou em nono lugar ao final da Taça Guanabara. À frente de Associação Atlética Cabofriense, Friburguense e Volta Redonda. Ao final do segundo turno, a Taça Rio, o time ficou em oitavo, à frente dos tradicionais Bangu e America, além de Goytacaz e Friburguense. O Vasco foi o bicampeão..

Em 1989, a campanha foi ainda melhor. Conquistou o quinto lugar na Taça Guanabara, à frente de Americano, Volta Redonda, Bangu, America, Associação Atlética Cabofriense, Nova Cidade e Olaria. Ao fim da Taça Rio conquistou a sexta colocação, à frente de Bangu, Nova Cidade, America, Associação Atlética Cabofriense, Volta Redonda e Olaria. Na ocasião, o Porto Alegre voltou a vencer o Flamengo, desta vez por 3 a 1 no dia 3 de maio, e bateu também o Fluminense por 2 a 1 no dia 7 de junho. O campeão daquele ano foi o Botafogo.

Itaperuna Esporte Clube editar

Em 1989, a cidade de Itaperuna comemorou seu centenário de fundação. Em 21 de julho daquele ano, após a participação do Porto Alegre no Campeonato Estadual, ficou definida a fusão deste clube com o Unidos e o Comércio e Indústria - amadores, mas velhos rivais do campeonato local - para a criação do Itaperuna Esporte Clube, que herdaria a vaga do Porto Alegre no Campeonato Estadual a partir de 1990.

Na primeira participação do novo clube, em 1990, o Itaperuna repetiu a boa campanha do ano anterior ao final da disputa da Taça Guanabara, e ficou em quinto lugar, à frente de America, Americano, Bangu, Campo Grande, Cabofriense, América de Três Rios e Nova Cidade. Ao término no segundo turno, a Taça Rio, o time ficou na lanterna. No cômputo total ficou em nono lugar, à frente de Campo Grande, Cabofriense e Nova Cidade.

Em 1991, ficou na nona posição ao término da Taça Guanabara, à frente de América de Três Rios, Portuguesa e Volta Redonda. Ao término da Taça Rio, o time repetiu a nona posição à frente do Bangu e dos rebaixados São Cristóvão e Goytacaz.

Em 1992, ficou em último lugar na Taça Guanabara e ainda perdeu 5 pontos por ter utilizado de forma irregular o lateral Júnior na derrota de 3 a 0 para o Vasco. Na Taça Rio ficou na 12ª posição, à frente apenas de Goytacaz e Madureira e atrás do Campo Grande. Todos sofreram o descenso.

Em 1993, disputou o primeiro turno do Grupo "B" da Primeira Divisão, conseguindo o acesso à elite do futebol fluminense na Taça Rio juntamente com o Bonsucesso, realizando campanha excepcional: venceu todas as 11 partidas que disputou, sofrendo apenas um gol, na partida de estreia contra o Friburguense. Na ocasião, o goleiro Pacato chegou a permanecer 1.133 minutos sem sofrer gols[2]. Durante a disputa da Taça Rio, conseguiu sua permanência ao ficar na décima posição, à frente dos rebaixados São Cristóvão e Bonsucesso.

Em 1994, terminou em sexto lugar, último de sua chave. No ano seguinte, 1995, terminou o primeiro turno na quinta colocação. No segundo turno, foi o sexto e conseguiu se manter na elite do futebol fluminense

Em 1996, realizou sua melhor campanha na história do Estadual. Terminou o primeiro turno, a Taça Guanabara, em quinto lugar, chegando a derrotar o Botafogo por 4 a 1 no dia 4 de maio. No segundo turno, a Taça Rio, ficou na décima posição. Na classificação final, ocupou a quinta colocação, atrás apenas dos chamados "quatro grandes" do estado. O destaque daquela equipe era o centroavante Barata, autor de 11 gols.

Em 1997, diante das fortes chuvas que inundaram grande parte do município em janeiro, o clube esteve perto de abandonar a disputa do Estadual, mas acabou garantindo sua participação já perto do início da competição[3]. Ao fim da Taça Guanabara ficou na décima posição, sendo eliminado das etapas seguintes, já que somente os oito primeiros disputaram a Taça Rio.

Em 1998, na primeira fase do certame, disputada apenas por times pequenos, ficou na sexta e última posição. O líder foi o Friburguense, seguido de Madureira, Olaria, Volta Redonda e America.

Em 1999, participou do Torneio Seletivo, grupo do interior, na primeira fase e ficou na liderança, se classificando a outra fase. Volta Redonda e Associação Desportiva Cabofriense completaram a lista. Ao fim da Taça Guanabara, ficou na décima posição, última da tábua de classificação. Ao final da Taça Rio, o segundo turno, repetiu a mesma colocação. É o último ano em que o Itaperuna enfrenta os grandes clubes do estado.

Em 2000 e 2001, o clube disputou uma fase preliminar do Campeonato Estadual. No primeiro ano, ficou em último em seu grupo. O Madureira liderou a chave, seguido de America, Olaria e Bangu. Já no ano seguinte, fica na quarta posição entre seis participantes. A Associação Desportiva Cabofriense se classifica. Em seguida aparecem Volta Redonda, Serrano, Portuguesa e São Cristóvão.

Em 2002, o Itaperuna - juntamente com Nova Iguaçu, Serrano e Barreira, que também enviaram representantes ao conselho arbitral da categoria - resolve ficar de fora de competições oficiais por dois anos. Portanto, ausenta-se do Campeonato Estadual da Segunda Divisão.

Em 2003, o Itaperuna fica afastado das competições oficiais, voltando a disputar a Segunda Divisão no ano seguinte. Ao término da primeira fase, no Grupo "A", fica na quinta posição, atrás dos classificados Volta Redonda e Boavista, além dos eliminados Rio Branco, Entrerriense, São Cristóvão, Mesquita e Casimiro de Abreu.

Em 2017, o Itaperuna confirma sua participação na série C (quarta divisão) do carioca,voltando aos gramados após um longo período de crise. No seu retorno, ficou em 8o lugar, entre 17 equipes, com 7 vitórias em 16 partidas. Sem disputar no ano seguinte, retorna à mesma competição disputando a fase preliminar com mais três equipes (Heliopolis, Paraíba do Sul e Arturzinho), que classificará duas equipes para a fase principal, com mais 15 outras equipes.

Estádio Jair Siqueira Bittencourt editar

O estádio Jair Siqueira Bittencourt,também conhecido como Jairzão,foi palco de grandes atuações do Itaperuna Esporte Clube durante as décadas de 80 e 90,porém,quase 30 anos depois,chegou a ser vendido e parcialmente demolido. A demolição irregular do estádio foi interrompida,e em 2017 as partes demolidas foram novamente. É conhecido como ''palco do improvável'' devido as várias situações incomuns presenciadas no estádio

Participações em competições nacionais editar

Em 1988, um ano após estrear na elite estadual, o Porto Alegre classificou-se para disputar a chamada Divisão de Acesso (Terceira Divisão) do Campeonato Brasileiro. Na primeira fase, terminou na primeira colocação do Grupo B, à frente de Desportiva, Cabofriense e Tupi. Na segunda, voltou a enfrentar a Desportiva em seu grupo, além do Volta Redonda e do Esportivo-MG, mas desta vez terminou na terceira colocação e foi eliminado.

Após a fusão, em julho de 1989, a primeira competição disputada pelo Itaperuna foi o Campeonato Brasileiro da Série B no segundo semestre daquele ano, no qual fez a melhor campanha sua história. Na primeira fase, no Grupo "H", se classificou em primeiro lugar, ficando o Americano em segundo. Os dois primeiros se habilitaram às oitavas de final. Foram eliminados Cabofriense, Rio Branco (ES), Desportiva e Colatina. O Itaperuna veio a eliminar o Treze nas oitavas. Porém, nas quartas de final, foi superado pelo Remo, ficando na sétima colocação geral, a melhor de um clube fluminense naquele ano. Subiram Bragantino e São José (SP)[4].

Em 1990, no Campeonato Brasileiro da Série B, passou novamente da primeira fase. Na segunda, terminou empatado em todos os critérios na segunda colocação com o Sport Recife - e atrás do Operário (PR) e à frente do Remo. Houve a necessidade de um sorteio para a definição do classificado, realizado na sede da CBF no dia 19 de novembro, e no qual o Sport saiu vencedor.[5]. Ao final do campeonato, subiram Sport e Atlético (PR).

Em 1991, ainda na Série B, ficou apenas na 27ª colocação. E no ano seguinte disputou pela última vez a Segunda Divisão, terminando na 25ª posição. Nesta campanha, o destaque foram os dois empates (0 a 0 em Salvador e 1 a 1 em Itaperuna) com o tradicional Vitória (BA), que naquele ano terminaria o campeonato como vice-campeão.

Em 1995, em sua última participação numa competição nacional, disputou o Campeonato Brasileiro da Série C e ficou na 78ª posição entre 107 times. Subiram XV de Piracicaba e Volta Redonda.

Títulos editar

Como Porto Alegre:

Como Itaperuna:

Ver também editar

Referências

  1. a b c «História de Itaperuna». Consultado em 14 de abril de 2013. Cópia arquivada em 9 de outubro de 2009 
  2. «Fluminense exorciza o "fantasma"». Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 23 de abril de 1993. pp. pág. 19 
  3. «Guia dos Campeonatos Estaduais». Placar (1124). São Paulo: Abril. Fevereiro de 1997. pp. pág. 53 
  4. Campeonato Brasileiro da Série B de 1989
  5. «Sorteio». Jornal do Brasil. Rio de Janeiro. 20 de novembro de 1990. pp. pág. 15 

Fontes editar

  • VIANA, Eduardo. Implantação do futebol Profissional no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Cátedra, s/d.