Júlio Pólux

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Júlio Pólux (em latim: Julius Pollux; em grego clássico: Ιούλιος Πολυδεύκης; romaniz.:Ioúlios Poludeúkes) foi um antigo gramático, lexicógrafo e sofista grego do século II originário de Náucratis, no Egito, que tornar-se-ia em Atenas um discípulo do sofista Adriano de Tiro. Pelo reinado do imperador romano Cômodo (r. 177–192) foi nomeado como professor de retórica da Academia de Atenas.

Júlio Pólux
Nacionalidade
Império Romano
Etnia Grega
Ocupação Retórico e filósofo
Religião Politeísmo romano

História editar

 
Denário do imperador Cômodo (r. 177–192)

Júlio Pólux nasceu em Náucratis, no Egito. Foi instruído por seu pai no criticismo e então partiu para Atenas, onde estudou retórica sob orientação do sofista Adriano de Tiro. Júlio abriu uma escola privada em Atenas, onde lecionou gramática e retórica, e foi posteriormente escolhido pelo imperador romano Cômodo (r. 177–192) como professor de retórica na Academia ateniense. Em data desconhecida era o professor do sofista Élio Antípatro, que lecionaria no reinado de Sétimo Severo (r. 193–211). Ele faleceu em data desconhecida durante o reinado de Cômodo e deixaria um filho.[1]

Ele foi louvado por Filóstrato por sua habilidade crítica, mas foi criticado por seus poderes retóricos, sob alegação que teria recebido a cadeira de professor simplesmente por sua voz melíflua. Júlio Pólux foi atacado por muitos de seus contemporâneo devido o caráter inferior de sua retórica. Luciano de Samósata em suas obras Ρητόρων διδάσκαλος, Leociphanes e De Saltatione e um certo Atenodoro, que lecionada em Atenas à época de Pólux, estão entre seus detratores.[1]

Obras editar

Pólux foi o autor de vários trabalhos, dos quais a Suda preservou o nome: Ὀνομαστικὸν ἐν βιβλίοις ί, uma onomástico em 10 livros; Διαλέξεις ήτοι λαλιαί, Dissertações; Μελέται, Declamações; Εις Κόμοδον καισαρα επιθαλάμιος, uma oração dedicada ao casamento do César Cômodo; Ρωμαiκος λόγος, um panegírico sobre Roma; Σαλπιγκτης η αγων μουσικός, um trompetista, ou um concurso musical; Κατα Σωκράτους, um discurso contra Sócrates; Κατα Σινωπέων, contra os sinopianos; Πανελλήνιος, um discurso proferido diante de gregos reunidos; Αρκαδικός , um discurso endereçado aos arcádios ou em louvor a eles.[2]

Todas as obras de Júlio Pólux não sobreviveram com exceção do Onomástico. Ela divide-se em 10 livros, cada qual contendo uma breve dedicatória ao César Cômodo, o que sugere que teria sido publicada antes de 177, uma vez que Cômodo tornar-se-ia Augusto naquele ano. Cada livro é temático e contêm as mais importantes palavras relacionadas a certos assuntos, com explanações curtas dos significados das palavras que são frequentemente exemplificadas por citações de autores antigos. A obra não é organizada em ordem alfabética.[3]

Os conteúdos, segundo seu livro, são: 1 - de deuses e seu culto, de reis, da velocidade e vagareza, do tingimento, do comércio e manufaturas, da fertilidade e o contrário, do tempo e as divisões do ano, das cadas, dos navios, da guerra, dos cavalos, da agricultura, das partes do arado e da carroça e das abelhas; 2 - dos homens, seu olho, das partes de seu corpo e similares; 3 - das relações, da vida política, dos amigos, do amor pelo campo, do amor, da relações entre mestres e escravos, do dinheiro, das viagens, e vários outros assuntos; 4 - dos vários ramos do conhecimento e ciência; 5 - da caça, animais, etc; 6 - das refeições, dos nomes dos crimes; 7 - dos diferentes comércios, etc; 8 - dos tribunais, da administração da justiça, etc; 9 - das cidades, edifícios, moedas, jogos, etc; 10 - dos vários vasos, etc.[3]

Referências

  1. a b Smith 1870, p. 440.
  2. Smith 1870, p. 440-441.
  3. a b Smith 1870, p. 441.

Bibliografia editar

  • Smith, William (1870). Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology. [S.l.]: Little, Brown and Company