Januário Garcia Leal Sobrinho

Januário Garcia Leal (Lavras, 1788 ou 1792Paranaíba, 1858) foi um sobrinho de Januário Garcia Leal, o "Sete Orelhas", e fundador, no leste sul-matogrossense, do atual município de Paranaíba, ao lado de outros pioneiros.

Januário Garcia Leal
Januário Garcia Leal Sobrinho
Dados pessoais
Nome completo Januário Garcia Leal
Nascimento 1788
Três Pontas
Morte 25 de março de 1868 (80 anos)
Paranaíba
Nacionalidade Brasil brasileiro
Progenitores Mãe: Maria Joaquina de Jesus
Pai: João Garcia Leal
Casamento dos progenitores 1822
esposo Luduvina Maria de Jesus (ou de São Camilo)
Profissão Alferes

Biografia editar

Perseguição política e desbravamento do Mato Grosso do Sul editar

Em sua tenra infância, teve o pai, João Garcia Leal, assassinado cruelmente em 1802 devido a disputas territoriais na região de Lavras. Com sua família, presenciou, também, a mudança que se deu na vida de seu tio, também de nome Januário Garcia Leal, que, de pacato fazendeiro, tornou-se vingador cruel da morte do irmão, sendo intitulado "Sete Orelhas". Desta forma, mesmo após a morte deste, Januário e a sua família sofreram com problemas políticos decorrentes das ações do tio, e se estabeleceram, os órfãos, em Franca.

A existência ou não do personagem Sete Orelhas é discutida no artigo Januário Garcia Leal, o Sete Orelhas.[1]

No ano de 1829, saindo de Franca, então Província de São Paulo, e cruzando o Rio Paranaíba, os Garcia Leal (os irmãos Capitão José Garcia Leal, Januário Garcia Leal Sobrinho, João Pedro Garcia Leal e Joaquim Garcia Leal, filhos de João Garcia Leal) e suas famílias agregadas, e mais os Correia Neves, Januário José de Souza e irmãos, os Rodrigues da Costa, os Barbosa e os Lopes, adentraram o atual leste sul-matogrossense, no atual estado de Mato Grosso do Sul. Além da fuga por motivos políticos, visavam, esses pioneiros, expandir as fazendas de gado, cujos rebanhos vinham do Vale do Rio São Francisco. O sertanista Joaquim Francisco Lopes deixou manuscritos dessa entrada, que hoje se encontram na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro. Tal entrada também possibilitou que toda a região leste de Mato Grosso do Sul fosse colonizada, a partir de então, onde posteriormente, desmembraram-se vários municípios da primeiro município da região que foi Paranaíba.

Casamentos e descendência editar

Casou-se, em Franca, em 1815, pela primeira vez, com Claudina Maria de Jesus, natural de Pitangui, filha legítima de Fabiano Álvares da Silveira e Anastácia Maria de Oliveira. Tiveram os filhos:

  • Camilo, nascido em Franca, em 29 de setembro de 1816, não aparece no inventário da mãe dele, aberto em Franca em 1825.
  • Januário, nascido em Franca, em 26 de abril de 1818;
  • Maria Joaquina de Freitas, nascida em 1819, em Franca, falecido em Paranaíba em 3 de julho de 1883), casada com Bernardino Correia Neves;
  • Claudina Garcia Leal, nascida em Franca, em 1820, casada, pela primeira vez, com Francisco Alves de Assis, e pela segunda vez, com Bernardo Correia de Melo, e, da terceira vez, com Jerônimo Ferreira Bueno.

Falecendo Claudina Maria de São Camilo, também chamada Claudina Maria de Jesus, em 2 de julho de 1822, em Ituverava, Januário Garcia Leal Sobrinho casou-se novamente, em Franca, com uma irmã de sua falecida esposa, Ludovina Maria de Jesus, em 29 de agosto de 1822. Januário e Ludovina tiveram os seguintes filhos, nascidos, os primeiros em Franca, e, após 1830, nascidos em Paranaíba:

  • Maria Garcia Leal (1825 - ), casada com seu primo Sabino Garcia Leal, moradores na fazenda do capitão José Garcia Leal;
  • Narcisa Garcia Leal (1826 - antes de 1868;
  • Joaquim Garcia Leal (1828 - ), casado com Maria Angélica Ferreira de Freitas, afazendados no ribeirão Ariranha;
  • Francisco Garcia Leal (1830 - 28 de junho de 1861), tenente, casado com Laudelina Carolina de Almeida;
  • Manuel Garcia Leal (1834 - ), casado com Camila Garcia Tosta, afazendados no córrego Sapato, águas do ribeirão Barreiro;
  • Laura Garcia Leal, casada com Necésio Ferreira de Melo, moradores no ribeirão Ariranha;
  • Delfina Garcia Leal, casada com Francisco Ferreira de Melo, também moradores no Ariranha;
  • Lucinda Garcia Leal, casada com Jerônimo Indalécio.

Entre seus descendentes, ainda estão: Protázio Garcia Leal, seu neto, fundador de Três Lagoas juntamente a Antônio Trajano dos Santos e Luís Correia Neves Neto (filho de seu compadre Luís Correia Neves Filho); Claudina Correia Garcia, sua neta, filha de Maria Joaquina de Freitas e fundadora da Fazenda Beltrão; e Zulmira Maria de Jesus - sua bisneta, filha de Claudina Correia Garcia e Luís Correia Neves Neto[2].

Referências

  1. D'ALESSANDRO, LUCIANO (2012). O Sete Orelhas ou a história das perseguições aos descendentes dos colonos de origem flamenga no Brasil. Andrelândia, Editora Mormannese Eireli. [S.l.: s.n.] ISBN 978-85-65757-00-3 
  2. «Primeira treslagoense é destaque em livro». Consultado em 23 de julho de 2010. Cópia arquivada em 11 de julho de 2022 

Bibliografia editar

  • BARBOSA GARCIA, Elio, Desbravadores de Sertões: Saga e Genealogia dos Garcia Leal, Campo Grande, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2009, ISBN 978-85-99142-05-4.
  • SOBRÉ, Nelson Werneck, Oeste - Ensaio sobre a grande propriedade pastoril, Edição do Arquivo Público do Estado de São Paulo, 1990.

Ligações externas editar