Jerónimo da Silva Maldonado de Eça

Jerónimo da Silva Maldonado de Eça ComTEComAComNSC (8 de Dezembro de 1803 - 5 de Maio de 1886), foi um militar, político e escritor português.[1]

Jerónimo da Silva Maldonado de Eça
Jerónimo da Silva Maldonado de Eça
Jerónimo da Silva Maldonado de Eça.
Nascimento 1803
Morte 1886
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação escritor, militar, político
Prêmios
  • Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa
  • Comendador da Ordem da Torre e Espada
  • Comendador da Ordem de Avis

Biografia editar

Era filho de António da Silva Maldonado de Eça, General de Cavalaria, e de sua mulher D. Mariana Justina da Cruz e Brito, neto paterno de José da Silva Maldonado de Eça, Governador de Cabo Verde, e irmão de Luís da Silva Maldonado de Eça, General de Brigada e Ministro da Guerra.[1]

Foi admitido como Pensionista no Real Colégio Militar, onde cursou os primeiros três anos, e que foi obrigado a abandonar por falta de recursos.[1]

Assentou Praça em 1817, no Regimento de Cavalaria N.° 3, sendo declarado Cadete. No mesmo ano, foi promovido a Porta-Estandarte e, em 1820, a Alferes, sendo transferido para o Regimento de Cavalaria N.° 10.[1]

Pelas suas ideias Liberais, viu-se obrigado a emigrar.[1]

Na Guerra Civil Portuguesa, apresentou-se em Belle-Isle em 1832, embarcou para a Ilha de São Jorge e tomou parte na Expedição à Ilha Terceira, como Ajudante-de-Campo do Comandante da 2.ª Brigada, acompanhando, depois, o Exército que desembarcou no Mindelo.[1]

No Porto, foi promovido a Capitão Graduado, indox novamente, para o Regimento de Cavalaria N.° 10 em 1834. Neste mesmo ano, foi transferido, de volta, para o Regimento de Cavalaria N.° 3, e, neste Regimento, fez parte da Divisão Auxiliar a Espanha,[1] que foi defender os direitos de D. Isabel II de Espanha contra D. Carlos de Bourbon, Conde de Molina, de 1835 a 1837.

Em 1837, foi separado do Quadro do Exército pela Convenção de 20 de Setembro. Jurando a Carta Constitucional Portuguesa de 1826, foi reintegrado, e, em 1843, foi promovido a Major, contando a antiguidade desde 1837, e a Tenente-Coronel, contando a antiguidade desde 1842.[1]

Em 1847, foi promovido a Coronel. Foi, então, Comandante do Regimento de Cavalaria N.° 4, onde manteve grande disciplina, negando-se a aderir à Revolta de 1851, apesar de ser amigo pessoal do 1.° Conde de Saldanha, 1.° Marquês de Saldanha e 1.° Duque de Saldanha, João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun. Este procedimento valeu-lhe um elogio na "Ordem do Exército" e o grau de Comendador da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.[1]

Tendo vingado a Revolta, de Saldanha quis que ele continuasse no Comando do Regimento, mas ele preferiu passar à disponibilidade.[1]

Em 1851, foi promovido a Brigadeiro Graduado, exercendo neste posto o Comando Militar do Distrito de Coimbra e, depois, os cargos de Governador Civil do Distrito de Coimbra e do Distrito de Lisboa, desde 4 de Abril de 1861 até 19 de Março de 1862. Foi agraciado, então, coma Carta de Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima e o grau de Comendador da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.[1]

Exerceu, depois, vários cargos militares de importância, entre os quais o de Presidente da Comissão para formular um Regulamento Interno do Serviço para os Corpos de Cavalaria, que foi publicado na "Revista Militar" em 1871, com o título Regulamento do serviço interno para os regimentos de cavalaria.[1]

Em 1867, tomou o Comando Interino da 4.ª Divisão Militar, no qual pouco se demorou, mas para o qual voltou como Efectivo em 1871, por ter sido promovido a General de Divisão.[1]

Era Vogal do Conselho Superior de Guerra e Marinha quando faleceu.[1]

Além das condecorações citadas, era Comendador da Ordem Militar de Avis de Portugal e Comendador da Ordem de Isabel a Católica de Espanha.[2]

Na "Revista Militar" publicou mais: O exército dinamarquês, A aquisição nos regimentos de cavalaria da Prússia, O teatro geográfico-militar da guerra russo-turca em 1877, A organização do exército egípcio, etc. Nos Anais da Real Sociedade de Geografia de Lisboa publicou: Navegação de Henrique Stanley no rio Zaire, no Congo, Sondagens no Oceano Pacífico e A Austrália (conferência). Traduziu Romeu e Julieta de William Shakespeare.[3]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume IX. 383 
  2. Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume IX. 383-4 
  3. Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. pp. Volume IX. 384