João Álvaro de Brito Albuquerque

político português

João Álvaro de Brito Albuquerque (Santa Cruz da Graciosa, 13 de março de 1850Angra do Heroísmo, 12 de março de 1907) foi um bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, advogado e professor liceal, que se distinguiu na política local, especialmente na defesa da autonomia administrativa dos Açores aquando do primeiro movimento autonomista.[1][2]

João Álvaro de Brito Albuquerque
Nascimento 13 de março de 1850
Santa Cruz da Graciosa
Morte 12 de março de 1907 (56 anos)
Angra do Heroísmo
Cidadania Reino de Portugal
Ocupação advogado, professor, político

Biografia editar

Nasceu na vila de Santa Cruz, ilha Graciosa, filho do desembargador António Maria de Albuquerque Couto e Brito, àquela data a exercer as funções de delegado do procurador régio na ilha Graciosa, e de Maria Amélia de Lacerda da Silveira e Bettencourt Labath, filha de António da Cunha Silveira de Bettencourt, o 1.º barão da Fonte do Mato, uma das mais importantes famílias graciosenses da época.[1]

Cursou Direito na Universidade de Coimbra, onde obteve o grau de bacharel em 1873. Concluído o curso retornou à ilha Graciosa, onde exerceu o cargo de juiz substituto. Como presidente da subcomissão autonómica da Graciosa em 1893, defendeu esta causa com grande convicção.

Em 1895 transferiu-se para Angra do Heroísmo com o fim de poder seguir mais de perto a educação dos seus filhos. Na ilha Terceira exerceu advocacia e foi professor do Liceu Nacional de Angra do Heroísmo, estabelecimento do qual foi reitor entre 1895 e 1900, e de novo entre 1904 e 1906.[1]

Considerado um homem de grandes conhecimentos e ilustração, dedicou-se ao jornalista, tendo sido o fundador e diretor do jornal Ilha Graciosa, periódico que se publicou em Santa Cruz da Graciosa entre 1901 e 1907, pugnando com vigor pelos interesses locais.[3]

No campo político foi militante destacado do Partido Regenerador até à morte de Fontes Pereira de Melo, em 1887. Com o desaparecimento de Fontes Pereira de Melo acompanhou a cisão da Esquerda Dinástica liderada pelo seu antigo mestre de Coimbra, Barjona de Freitas.[4]

Apesar de ter abandonado a vida partidária, nunca deixou de intervir publicamente, tendo sido simpatizante do franquismo e do Partido Progressista de José Luciano de Castro, pelo qual foi eleito procurador à Junta Geral de Angra em 1904.

Lutou desde sempre pela melhoria do modo de vida na ilha Graciosa onde foi incansável no advogar os seus interesses e concorrer para o seu desenvolvimento e prosperidades. A causa açoriana muito lhe deve, pois, o Dr. João Álvaro, foi na imprensa, onde foi jornalista distinto, um devotado apostolo para a liberdade da autonomia administrativa dos Açores.[5]

Relações familiares editar

Foi filho de António Maria de Albuquerque do Couto e Brito da Costa e Faro, natural de Nelas, Casal de Vilar Seco, onde nasceu em 29 de setembro de 1814, e de Maria Amélia de Lacerda da Silveira e Bettencourt Labath, filha de António da Cunha Silveira de Bettencourt, 1.º barão da Fonte do Mato, nascido em 1782 na ilha Graciosa, e da picoense Isabel Forjaz de Lacerda Brum de Labath, irmã de António Garcia da Rosa, 1.º barão de Areia Larga.

Casou com Joana Elisa da Cunha e Vasconcelos, com quem teve dois filhos:

  1. Eugénia Elisa de Brito e Albuquerque (20 de novembro de 1882) casada com Guilherme da Silva Quintanilha;
  2. António Maria Brito Albuquerque.

Referências

  1. a b c «Albuquerque, João Álvaro de Brito de».
  2. Alfredo Luís Campos, Memória da Visita Régia à Ilha Terceira. Imprensa Municipal, Angra do Heroísmo, 1903.
  3. Urbano de Mendonça Dias (1931), Literatos dos Açores. Vila Franca do Campo, Emp. Tip. Lda.: 791-792.
  4. Leite, J. G. R.(1995), Política e Administração nos Açores de 1890 a 1910, o Primeiro Movimento Autonomista, Ponta Delgada, Ed. Jornal de Cultura, Anexos: 42-43.
  5. «Autonomia» na Enciclopédia Açoriana.