João Crisóstomo de Abreu e Sousa

político português (1811-1895)

João Crisóstomo de Abreu e Sousa GCTE (Lisboa, 27 de Janeiro de 1811 — Lisboa, 7 de Janeiro de 1895), mais conhecido por João Crisóstomo, foi um militar e político que, entre outras funções, foi deputado, ministro e Presidente do Conselho de Ministros durante a fase final da monarquia constitucional portuguesa. Oficial de Engenharia Militar, atingiu o posto de General. Foi eleito pela primeira vez para a Câmara dos Deputados em 1861. Foi Ministro da Marinha e Ultramar, das Obras Públicas, Comércio e Indústria e da Guerra, tendo promovido importantes iniciativas legislativas, entre as quais a reforma do ensino industrial. Após o ultimato britânico de 1890, e a consequente demissão do governo de José Luciano de Castro, presidiu a um governo extrapartidário de unidade nacional que governou de 1890 a 1892.

João Crisóstomo
João Crisóstomo de Abreu e Sousa
Presidente do Conselho
de Ministros de Reino de Portugal Portugal
Período 14 de outubro de 1890 até 17 de janeiro de 1892
Antecessor(a) António Serpa
Sucessor(a) José Dias Ferreira
Dados pessoais
Nome completo João Crisóstomo de Abreu e Sousa
Nascimento 27 de janeiro de 1811
Encarnação (Lisboa), Portugal
Morte 7 de janeiro de 1895 (83 anos)
Santa Isabel (Lisboa), Reino de Portugal Portugal
Nacionalidade Portugal Português
Progenitores Mãe: Inácia Lima de Abreu
Pai: João José de Sousa
Esposa Casimira Lúcia da Rocha Ferreira
Partido Independente
Profissão Militar, engenheiro e político

Biografia editar

Foi baptizado como filho de pais incógnitos em 4 de Fevereiro de 1811, sendo só reconhecido mais tarde pelos seus pais, João José de Sousa e D. Inácia Lima de Abreu, prima de D. José Luís de Castelo Branco de Abreu, solteiros à data.

Em 1861 fez parte da Câmara dos Deputados e entre 1864 e 1865 foi Ministério das Obras Públicas, Comércio e Indústria. Nesta pasta procedeu a uma importante reforma do ensino industrial, que perduraria por décadas[1].

Membro da Liga Liberal, presidiu ao governo entre 14 de Outubro de 1890 e 17 de Janeiro de 1892, acumulando a pasta de Ministro da Guerra, num governo extrapartidário. Era membro da Junta Consultiva de Obras Públicas.

Foi agraciado com a Grã-Cruz da Real Ordem Militar da Torre e Espada.

Faleceu aos 83 anos de idade pelas duas horas da manhã de 7 de janeiro de 1895,[2] na sua residência, Rua de São João dos Bem-Casados, número 92,[3] encontrando-se sepultado no Cemitério dos Prazeres.

O seu nome consta na lista de colaboradores do singular periódico Lisboa creche: jornal miniatura [4] (1884).

Família editar

Casou em 11 de Junho de 1838, na Igreja Paroquial de Santa Isabel, em Lisboa, com D. Casimira Lúcia da Rocha Ferreira,[5] de quem teve três filhos. Uma sua neta materna casou com António Nogueira Mimoso Guerra e foram bisavós de Ana Maria Brito Bustorff Guerra.

Notas

  1. Decreto de 20 de Dezembro de 1864 (reforma de João Crisóstomo de Abreu e Sousa do ensino industrial), in Colecção oficial da legislação portuguesa. Ano de 1864. Lisboa: Imprensa Nacional.
  2. «Assento de óbito de João Crisóstomo de Abreu e Sousa (Paróquia de Santa Isabel, Lisboa)». Arquivo Nacional da Torre do Tombo. 7 de Janeiro de 1895. Consultado em 29 de Dezembro de 2017 
  3. «Diário Illustrado - 8 de Janeiro de 1895» (PDF). Biblioteca Nacional Digital. 8 de Janeiro de 1895. Consultado em 29 de Dezembro de 2017 
  4. Catálogo BLX. «Lisboa crèche : jornal miniatura oferecido em benefício das creches a sua majestade a Rainha a Senhora Dona Maria Pia, maio de 1884, página 2, ficha técnica – registo bibliográfico.». Consultado em 21 de maio de 2020 
  5. «Assento de casamento de João Crisóstomo de Abreu e Sousa e de D. Casimira Lúcia da Rocha Ferreira». Arquivo Nacional da Torre do Tombo. 11 de Junho de 1838. Consultado em 29 de Dezembro de 2017 

Referências editar

  • João Augusto de Abreu e Sousa, Notas biographicas do General João Chrysostomo de Abreu e Sousa. Lisboa : Typ. da Cooperativa Militar, 1898.
  • Samuel Jorge Calvelas Vicente, João Crisóstomo de Abreu e Sousa: na crise interna e africana. Dissertação apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2000.

Ligações externas editar