João de Deus Ramos

pedagogo, educador, poeta, músico e político português
 Nota: Se procura João de Deus (o pai), veja João de Deus de Nogueira Ramos.

João de Deus Ramos (Lisboa, 26 de abril de 1878Lisboa, 15 de novembro de 1953) foi um pedagogo português, filho do também pedagogo e poeta João de Deus, cuja obra continuou.

João de Deus Ramos
João de Deus Ramos
Nascimento 26 de abril de 1878
Lisboa
Morte 15 de novembro de 1953
Lisboa
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Alma mater
Ocupação pedagogo, poeta, músico, político, professor
Distinções
  • Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo

Biografia

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Era filho do pedagogo e poeta João de Deus e de D. Guilhermina Battaglia Ramos[1]. Frequentou o Colégio de Campolide até aos 14 anos, quando foi expulso. Cresceu num ambiente familiar marcado pelos valores humanistas, cívicos e culturais, sendo profundamente influenciado pelo liberalismo de Alexandre Herculano e pelo socialismo de Antero de Quental[2].

Órfão de pai aos 18 anos, terminou o liceu em 1897, quando foi cursar Direito na Universidade de Coimbra[3].

Continuando o trabalho pedagógico iniciado por João de Deus e aproveitando a experiência das escolas móveis criadas por Casimiro Freire e a sua Associação de Escolas Móveis e Jardins-Escolas João de Deus, fundou uma rede de escolas infantis, designadas por Jardins-Escolas João de Deus.

A primeira dessas escolas [1] abriu em Coimbra, junto ao Jardim Botânico[2], onde ainda hoje se encontra em pleno funcionamento.

João de Deus Ramos foi ainda Sócio-Diretor do "Colégio Bairro Escolar do Estoril" no Monte Estoril em sociedade com o Dr. João Lopes Soares (pai de Mário Soares) e do Dr. Américo Limpo de Negrão Buisel (filho do conhecido professor de Portimão José Negrão Buisel).

A 14 de novembro de 1950, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo.[4]

Em 1971, a Câmara Municipal de Lisboa homenageou o pedagogo dando o seu nome a uma rua no prolongamento da Rua Marquês de Soveral, em Lisboa.[5]

João de Deus Ramos é autor, entre outras, das seguintes obras:

Poesia

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  • A Cruz d'Amar (1899);
  • Poetas (1955, póstumo), com prefácio de Aquilino Ribeiro;
  • Fábulas para a Gente Moça (1955, póstumo).

Pedagogia

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  • Reforma da Instrução Primária, 1911;
  • A Reforma do Ensino Normal, 1912;
  • O Estado Mestre Escola e a Necessidade das Escolas Primárias Superiores, 1924;
  • A Criança em Portugal antes da Educação Infantil, 1940.

Música

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  • Piano:
    • Caprichos;
    • Canto do Fado;
    • Variações do Fado;
  • Para crianças:
    • Rancho de Esperança;
    • Marcha Escolar;
    • A Lágrima Celeste, com letra do poeta João de Deus;
    • O Hino do Sol, com letra de Tomás Ribeiro.

Encontra-se colaboração da sua autoria em diversas publicações periódicas, nomeadamente na Revista nova [6] (1901-1902), Arte & vida [7] (1904-1906), Atlantida[8] (1915-1920) e ainda na Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal[9] (1939-1947).


Referências

  1. As Escolas Maternais de Ilda de Bulhão Pato, n.º 32, de 2014, pp.150-157, texto de Maria Honrado.
  2. Barreto, Graziela (2006). "João de Deus Ramos e a Educação Nova" in História da Escola em Portugal e no Brasil: circulação e apropriação de modelos culturais, org. Joaquim Pintassilgo, ISBN 972-772-623-2
  3. Barreto, Graziela (2006). "João de Deus Ramos e a Educação Nova" in História da Escola em Portugal e no Brasil: circulação e apropriação de modelos culturais, org. Joaquim Pintassilgo, ISBN 972-772-623-2
  4. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "João de Deus Battaglia Ramos". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 22 de julho de 2019 
  5. «Título ainda não informado (favor adicionar)». www.facebook.com 
  6. Pedro Mesquita (25 de junho de 2013). «Ficha histórica: Revista nova(1901-1902)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 15 de setembro de 2015 
  7. Daniel Pires (1996). «Ficha histórica: Arte e Vida: Revista d'arte, crítica e ciência (1904-1906)» (PDF). Dicionário da Imprensa Periódica Literária Portuguesa do Século XX (1900-1940). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 18 de setembro de 2014  Texto " Lisboa, Grifo, 1996 " ignorado (ajuda); Texto " pp. 71-72 " ignorado (ajuda)
  8. Rita Correia (19 de fevereiro de 2008). «Ficha histórica: Atlantida: mensário artístico, literário e social para Portugal e Brasil» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 17 de junho de 2014 
  9. Helena Roldão (2 de maio de 2014). «Ficha histórica: Mocidade Portuguesa Feminina : boletim mensal (1939-1947).» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 27 de maio de 2014 

Ligações externas

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Referências