Jonas Abib
Monsenhor Jonas Abib SDB (Elias Fausto, 21 de dezembro de 1936) é um sacerdote católico brasileiro. É fundador e o atual líder da comunidade católica Canção Nova.
Jonas Abib, S.D.B. | |
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Monsenhor, Capelão de Sua Santidade | |
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Título |
Monsenhor da Santa Igreja Católica no Brasil |
Hierarquia | |
Papa | Francisco |
Arcebispo metropolita | Orlando Brandes |
Bispo | Joaquim Wladimir Lopes Dias |
Reitor-Mor | Ángel Fernández Artime, S.D.B. |
Atividade eclesiástica | |
Congregação | Pia Sociedade de São Francisco de Sales |
Diocese | Diocese de Lorena |
Serviço pastoral | Comunidade Canção Nova |
Mandato | 2 de fevereiro de 1978 até a atualidade |
Ordenação e nomeação | |
Ordenação presbiteral | 8 de dezembro de 1964 São Paulo |
Dados pessoais | |
Nascimento | Elias Fausto, São Paulo 21 de dezembro de 1936 (85 anos) |
Nacionalidade | brasileiro |
Progenitores | Mãe: Josefa Pacheco Pai: Sérgio Abib |
Habilitação académica | Graduação em Teologia pelo Instituto Salesiano Pio IX |
Categoria:Igreja Católica Categoria:Hierarquia católica Projeto Catolicismo | |
VocaçãoEditar
Nascido no interior de São Paulo, seus pais eram Sérgio Abib, de ascendência libanesa, e Josefa Pacheco.
Aos sete anos de idade, iniciou o curso de primeiro grau no Colégio Padre Moye, dirigido pelas Irmãs da providência de Gap. Aos doze anos passou a estudar no Liceu Coração de Jesus e trabalhar nas oficina de artes gráficas - setor de encadernação. Aos treze anos foi transferido para o Ginásio São Manuel, de Lavrinhas (SP), com o objetivo de integrar-se no seminário salesiano, de onde, mais tarde, partiu para Pindamonhangaba (SP), para fazer o segundo grau, no Instituto do Coração Eucarístico, e em seguida para Lorena (SP), para estudar Filosofia, no Instituto Salesiano de Filosofia e Pedagogia.
Terminada esta etapa, cursou teologia em São Paulo no Instituto Teológico Salesiano Pio XI do Alto da Lapa, e foi ordenado sacerdote pela ordem Salesiana em 1964, tendo escolhido o seguinte lema: "Feito tudo para todos". Recém ordenado padre começou, em São Paulo, a trabalhar com os jovens dando aulas na Faculdade de Ciências e Letras de Lorena/SP e promovendo encontros e retiros, principalmente na região do Vale da Paraíba, São Paulo. Em 1971, Jonas Abib teve uma experiência de oração num retiro promovido pela Renovação Carismática, marcando sua vida e ministério, tendo se tornado, desde o inicio, uma das principais lideranças desse movimento eclesial. Sua vida também é marcada pela música. É compositor de várias músicas e também é cantor católico, sendo um dos pioneiros da música católica popular do Brasil.[carece de fontes]
Comunidade Canção NovaEditar
Em 1978, Jonas Abib, junto com um pequeno grupo de jovens, fundou a Comunidade Canção Nova. Em 1980, a Canção Nova passou a atuar nos meios de comunicação com a Rádio Canção Nova, no município de Cachoeira Paulista, hoje com potência que abrange todo o Brasil. A partir de 1989, a Comunidade Canção Nova começou a atuar com uma retransmissora de TV, a Canção Nova pela TVE do Rio de Janeiro.
Em 2004, juntamente a Comunidade Canção Nova, inaugurou o Centro de Evangelização Dom João Hipólito de Moraes, um local para mais de 80 mil pessoas.[1]
Jonas Abib é presidente da Fundação João Paulo II e membro do Conselho da Renovação Carismática Católica do Brasil, além de outras funções.
No ano de 2008, a Comunidade Canção Nova recebeu o Reconhecimento Pontifício da Igreja, que atesta que ela é, a partir de então, uma Associação Internacional de Fiéis.[2]
Monsenhor e CorepiscopoEditar
Em 9 de outubro de 2007, Jonas Abib recebeu o título de monsenhor. O Papa Bento XVI concedeu ao sacerdote o título que é dado a padres que se destacam por relevantes serviços prestados à Igreja e aos fiéis em suas dioceses. O pedido oficial foi feito pelo Bispo da Diocese de Lorena, Dom Benedito Beni dos Santos. A cerimônia de investidura ocorreu oito dias depois, em Cachoeira Paulista, na sede da Canção Nova.[3]
No mesmo ano, recebeu o título de Corepiscopo da Igreja Maronita, concedido pela Eparquia Maronita do Brasil por meio de Dom Edgard Madi. Tal título é a maior honraria que um presbítero maronita pode receber abaixo do bispo e é concedida diretamente pelo Patriarca Maronita. A cerimônia de investidura ocorreu no dia do aniversário de Mons. Jonas, na Catedral Maronita de Nossa Senhora do Líbano. A família paterna de Monsenhor Jonas era originalmente ligada à Igreja Maronita, pois seu avô fora diácono da mesma quando no Líbano. É tanto que Mons. Jonas teve que pedir permissão à Eparquia Maronita do Brasil para se tornar diácono e presbítero pelo rito romano.[4]
"Caso Jonas Abib", liberdade de expressão e proselitismo religiosoEditar
Jonas Abib é autor do livro Sim, Sim, Não, Não! - Reflexos de Cura e Libertação, obra esta que atingiu sua 85a edição no ano de 2007.[5] No ano de 2008, iniciou-se uma controvérsia quanto ao teor supostamente preconceituoso com que Jonas Abib se referia a outras religiões, como o espiritismo, além daquelas religiões de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé. Em 2008, a justiça do Estado da Bahia chegou a ordenar o recolhimento da publicação no Estado. O Ministério Público Baiano, por sua vez, acusou Abib de incitação à discriminação religiosa (art. 20, Lei n. 7.716/1989).
O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal, que decidiu a respeito em 2016, em sede de Recurso Ordinário em Habeas Corpus. O relator do caso, Ministro Luiz Edson Fachin, primeiramente explicou que "o discurso discriminatório criminoso somente se materializa após ultrapassadas três etapas indispensáveis. Uma de caráter cognitivo, em que atestada a desigualdade entre grupos e/ou indivíduos; outra de viés valorativo, em que se assenta suposta relação de superioridade entre eles e, por fim; uma terceira, em que o agente, a partir das fases anteriores, supõe legítima a dominação, exploração, escravização, eliminação, supressão ou redução de direitos fundamentais do diferente que compreende inferior".
No caso concreto, o Ministro Fachin entendeu que Abib "por meio de publicação em livro, incita a comunidade católica a empreender resgate religioso direcionado à salvação de adeptos do espiritismo, em atitude que, a despeito de considerar inferiores os praticantes de fé distinta, o faz sem sinalização de violência, dominação, exploração, escravização, eliminação, supressão ou redução de direitos fundamentais". Deste modo, a Corte entendeu não se configurar o crime de incitação à discriminação religiosa, uma vez que a conduta, "embora intolerante, pedante e prepotente" como qualificou o Ministro relator do caso, insere-se no âmbito do proselitismo religioso da religião católica, qualidade "essencial ao exercício, em sua inteireza, da liberdade de expressão religiosa".[6]
Salvo o Ministro Luiz Fux,[7] os demais ministros da Primeira Turma votaram com o relator, extinguindo a ação penal.
DiscografiaEditar
- Participações em discos da COMEP
- 1976 — Canções para Orar no Espírito 2
- 1976 — Canções Latino Americanas para Orar no Espírito
- 1977 — Ele Vive
- 1978 — Eu Creio em Deus (com os Titulares do Ritmo)
- Carreira Solo
- 1977 — O Amor Vencerá (Gravadora COMEP)
- 1984 — Anuncia-Me
- 1985 — Quem Dera...
- 1986 — Vem Louvar
- 1987 — Vem Louvar II - Tu És a Vida
- 1987 — Vem Louvar III - Queremos Deus
- 1988 — Vem Louvar IV - 10 Anos de Canção Nova
- 1989 — Vem Louvar V - Entregue Seu Caminho a Deus
- 1991 — Anuncia-Me 91
- 1991 — Canção Nova: Volume 1
- 1992 — Canção Nova: Volume 2
- 1992 — Rio de Água Viva
- 1993 — Eu e Minha Casa Serviremos ao Senhor
- 1997 — Como É Linda a Nossa Família
- 2001 — Não Dá Mais Pra Voltar (Regravações)
- 2004 — Só Pra Você (Ao Vivo)
- 2008 — Como É Linda a Nossa Família (ao vivo) (CD e DVD)
- Coletâneas
- 1994 - Collection: As 20 +
- 1994 - 20 Sucessos
- 1998 - O Vento Sopra Onde Quer
- 2000 - Maria, Mãe da Canção Nova
Referências
- ↑ «Centro de Evangelização Dom João Hipólito de Moraes - Santuário do Pai das Misericórdias». santuario.cancaonova.com. Consultado em 18 de novembro de 2021
- ↑ http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2014/10/fieis-da-cancao-nova-celebram-reconhecimento-do-vaticano.html
- ↑ «Padre Jonas Abib recebe título de Monsenhor na próxima quarta-feira». Canção Nova. 9 de outubro de 2007. Consultado em 6 de setembro de 2018
- ↑ «Monsenhor Jonas Abib recebe título honorífico da Igreja Maronita». Canção Nova. 8 de dezembro de 2007. Consultado em 6 de setembro de 2018
- ↑ «Padre não deve ser réu por dizer que espiritismo é disfarce do demônio, diz STF». Consultor Jurídico
- ↑ Fachin, Luiz Edson (29 de novembro de 2016). «STF, Primeira Turma, RO 134.682/BA, rel. Min.: Edson Fachin, 29/11/2016». Supremo Tribunal Federal. Consultado em 3 de abril de 2018
- ↑ «STF derruba ação penal contra padre autor de livro crítico ao espiritismo». Política. 29 de novembro de 2016
BibliografiaEditar
- Frederico Alves Mota; Regina Celia Lima Caleiro (21 de setembro de 2016), «A "sadia radicalidade" do pentecostalismo católico: Mídia, gênero e literatura de massa», Revista Brasileira de História da Mídia, ISSN 2238-3913, 5 (2): 21-37, doi:10.26664/ISSN.2238-5126.5220164597, Wikidata Q108042844