Kirby Krackle (também conhecido como Kirby Dots, em português: Pontos de Kirby)[1][2] é uma convenção artística usada em histórias em quadrinhos(pt-BR) ou banda desenhada(pt-PT?) e ilustrações similares de super-heróis e ficção científica, em que um campo de imagens pretas, pseudo-fractais, é utilizado para representar o espaço negativo em torno de tipos de energia não especificados.[3][4]

Exemplo da técnica artística na capa de Fantastic Four #72. Arte de Jack Kirby e Joe Sinnott.

Kirby Krackles normalmente são usados nas ilustrações de explosões, fumaça, explosões de armas de raio, energia "cósmica", e fenômenos do espaço sideral.[5][6] O recurso estético inspirou os efeitos visuais no filme Thor: Ragnarok.[7]

História editar

O efeito leva o sobrenome de Jack Kirby, o influente artista de quadrinhos que criou este artifício estilístico. Enquanto o Kirby Krackle em sua forma madura apareceu pela primeira vez em seu trabalho durante o período de 1965-1966 (em Quarteto Fantástico e Thor), o historiador de banda desenhada Harry Mendryk (do Jack Kirby Museum & Research Center) traçou que a versão mais antiga da estilística foi por volta de 1940, no trabalho de Jack Kirby e Joe Simon Blue Bolt #5. Como Simon foi o arte-finalista daquela revista, ele pode ter sido parcialmente responsável pela aparência do proto-Kirby Krackle. Exemplos de uma forma de transição do Kirby Krackle aparecem em duas histórias da década de 1950: The Man Who Collected Planets, de 1957 (lápis e arte-final por Kirby) e The Negative Man de 1959 (arte-final atribuída a Marvin Stein).

Análise editar

O professor de filosofia e autor Jeffrey J. Kripal escreveu:

Para Kirby, o corpo humano é uma manifestação ou cristalização da de energias definitivamente inexplicáveis - um super-corpo. [...] O que Mesmer chamou de magnetismo animal, Reichenbach conhecia como o od azul, e Reich viu como um orgone cósmico azul radiante, se torna em Jack Kirby uma marca registrada energética sinalizada por "linhas de explosão" e um campo de energia único de pontos negros e borrões que passou a ser carinhosamente conhecido como "Kirby Krackle" [...]. O resultado final foi uma visão do ser humano como um corpo de energia congelada que, como uma bomba atômica, poderia ser liberada com efeitos deslumbrantes, para o bem ou para o mal. Essas energias metafísicas, eu quero sugerir, constituem a fonte secreta da arte de Kirby.[8]

Referências

  1. «Jack Kirby é o artista mais importante que talvez você não tenha ouvido falar». Dínamo Estúdio. 22 de novembro de 2013. Consultado em 18 de março de 2018 
  2. Crowder, Craig (2010). «Kirby, Jack». In: Booker, M. Keith. Encyclopedia of Comic Books and Graphic Novels (em inglês). Santa Barbara, CA: ABC-CLIO. 353 páginas 
  3. Foley, Shane (novembro de 2001). «Kracklin' Kirby: Tracing the advent of Kirby Krackle». Jack Kirby Collector (em inglês) (33). Consultado em 30 de abril de 2015. Cópia arquivada em 14 de novembro de 2010 
  4. Mendryk, Harry (3 de setembro de 2011). «Evolution of Kirby Krackle» (em inglês). Jack Kirby Museum: "Simon and Kirby". Consultado em 30 de abril de 2015. Cópia arquivada em 4 de junho de 2012 
  5. Duncan, Randy; Smith, Matthew J. (2010). Icons of the American Comic Book: From Captain America to Wonder Woman: From Captain America to Wonder Woman (em inglês). Santa Barbara, CA: ABC-CLIO. 353 páginas. ISBN 9780313357473 
  6. Scientists Confirm Existence of 'Kirby Krackle'
  7. Cardim, Thiago (25 de outubro de 2017). «Thor: Ragnarok enfim traz o design de Jack Kirby para os cinemas». Judão. Consultado em 18 de março de 2018 
  8. Kripal, Jeffrey J. (2011). Mutants and Mystics: Science Fiction, Superhero Comics, and the Paranormal (em inglês). Chicago, IL: University of Chicago Press. p. 286–287. ISBN 9780226453859 

Ligações externas editar