Lâmpada de Argand

A lâmpada de Argand foi inventada e patenteada em 1780 por Aimé Argand, um físico e químico suíço. Melhorou muito a iluminação doméstica da altura, predominantemente feita por lâmpadas a óleo, produzindo uma luz equivalente a cerca de 6 a 10 velas. Tinha uma mecha tubular montada entre um par de cilindros concêntricos de metal de modo que o ar era canalizado através do centro da mecha, assim como pelo exterior da mesma. Uma chaminé cilíndrica de vidro fosco e por vezes colorido cercava a torcida, estabilizando a chama e melhorando o fluxo de ar. Usava como combustível, um óleo de boa liquidez, como o espermacete ou óleo de baleia. Este era fornecido por gravidade desde um reservatório montado acima da torcida. Para além da melhoria no brilho, a combustão mais completa do óleo requeria ajustamentos muito menos frequentes da torcida.

Uma lâmpada de Argand num retrato de James Peale pelo seu irmão Charles Willson Peale, 1822

Estes candeeiros, eram produzidos numa grande variedade de formas decorativas e rapidamente afastaram do mercado todos os outros tipos de candeeiros a óleo. Eram um pouco mais caros que os antigos devido à sua maior complexidade, pelo que foram adoptados primeiramente pelas classes abastadas, mas rapidamente se espalharam à classe média e também, eventualmente, as classes menos favorecidas. Foi o candeeiro mais usado até cerca de 1850 quando foram introduzidos os candeeiros a petróleo (querosene ou óleo de parafina) que usavam uma torcida espalmada mergulhada num reservatório, com uma chaminé arredondada. O petróleo era consideravelmente mais barato do que o óleo de baleia, e muitos candeeiros de Argand foram modificadas para passarem a queimar petróleo iluminante.

Uma das desvantagens devia-se ao facto do reservatório de óleo necessitar de estar acima do nível do queimador porque o óleo utilizado era muito pesado e não subia pela torcida. Isto tornou a parte superior dos candeeiros muito volumosa gerando uma grande zona de sombra. A posterior lâmpada Carcel de 1800, procurou superar este problema.

Utilização em faróis editar

Esta lâmpada, dadas as suas características de forte intensidade de luz e estabilização de chama, sem produzir fumos, revolucionou a iluminação de faróis. A diminuição do diâmetro da chaminé de vidro deveu-se a Lange, e o princípio de mechas múltiplas foi desenhado pelo Conde Rumford. Fresnel produziu queimadores com duas, três e quatro mechas concêntricas.

Queimavam originalmente óleo de peixe, mais tarde óleo vegetal e por volta de 1860, óleo mineral. O Espermacete foi utilizado em faróis Ingleses até 1846, mas por essa altura o óleo de colza era já amplamente utilizado. Azeite, óleo de banha e óleo de coco também foram utilizados para iluminação de faróis em várias partes do mundo. Durante mais de cem anos, a lâmpada de Argand tornou-se a principal fonte de luz dos faróis.[1]

 
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Referências

  1. «Lighthouse». Encyclopædia Britannica, 11th ed. 1911 (em inglês). LoveToKnow. Consultado em 29 de novembro de 2009. Arquivado do original em 6 de fevereiro de 2009 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Argand lamp», especificamente desta versão.