Lóide Aéreo Nacional
Lóide Aéreo Nacional S/A foi uma companhia aérea brasileira fundada em 1938 como Navegação Aérea Brasileira (NAB). Passou a se chamar Lóide Aéreo Nacional em 1948. Operou até 1962 quando foi incorporada à VASP.[1]
HistoriaEditar
A NAB foi fundada em 28 de janeiro de 1938 por Paulo Venâncio da Rocha Vianna. No início, a NAB possuía o que era mais moderno em termos de tecnologia de aviação e administração. O primeiro avião chegou em 1941 e operou entre Rio de Janeiro e Recife via Belo Horizonte , Bom Jesus da Lapa e Petrolina . Para operar a rota, a NAB investiu na modernização das instalações do aeroporto de Bom Jesus da Lapa e Petrolina.[2]
Mais tarde NAB também tentou voar entre Rio de Janeiro e Recife através da costa, mas não obteve sucesso devido à concorrência acirrada com a Serviços Aéreos Condor (mais tarde Cruzeiro do Sul) e a Panair do Brasil . Devido a dificuldades financeiras, o governo brasileiro concedeu três subvenções sucessivas, que foram utilizados para ampliar a frota e ampliar a rede.
O fim da Segunda Guerra Mundial trouxe um boom na criação de novas companhias aéreas no Brasil e devido à feroz concorrência, a fim de sobreviver, NAB recebeu mais dois empréstimos.
Em 22 de dezembro de 1947, Ruy Vacani funda a companhia aérea TCA – Transportes Carga Aérea S.A. em Anápolis, Goiás, especializada no transporte de cargas. Anteriormente, em 1928, Vacani havia também fundado a ETA - Empresa de Transporte Aéreo, que operou menos de um anos, tendo sido vendida para a NYRBA do Brasil. Vacani possuía boas relações políticas com o presidente Getúlio Vargas, que aparentemente o favorecia nos negócios. A nova empresa fundada por Vacani tinha entre seus acionistas Roberto Taves, um dos fundadores da Aerovias Brasil e o Coronel Marcílio Jacques Gibson que em 1976 viria a fundar a TABA – Transportes Aéreos da Bacia Amazônica.
Em 24 de agosto de 1949 a TCA teve o seu nome mudado para Lóide Aéreo Nacional e iniciou o transporte aéreo regular de passageiros usando aviões Curtiss C-46 Commando, em voos do Rio de Janeiro para São Luís ou Fortaleza com várias escalas. Essas operações cresceram a ponto de integrar praticamente todo território brasileiro.[1]
Em 1951 o Lóide Aéreo Nacional incorpora a companhia, Linhas Aéreas Paulistas – LAP e a TABA – Transportes Aéreos Bandeirantes.
Entre 1956 e 1958 o Lóide Aéreo Nacional e a Panair do Brasil celebraram um acordo a fim de evitar uma competição predatória. Pelo acordo, o território brasileiro foi dividido entre as empresas em áreas de influência. Também foi incluído no acordo o leasing de aeronaves.
A empresa começou a declinar em 1960 e finalmente em 1962 o Lóide Aéreo Nacional foi vendido e incorporado à VASP.
FrotaEditar
A frota do LÓIDE AÉREO NACIONAL[2]
Aparelho | Quantidade | Anos de Operação |
---|---|---|
Beechcraft D17S | 1 | 1941-1957 |
Beechcraft B 185 | 2 | 1941-1958 |
Fairchild 24W41 | 1 | 1942-1950 |
Stinson SR-9E Reliant | 1 | 1942-1943 |
Lockheed Modelo 18 Lodestar | 5 | 1943-1948 |
Douglas DC-3/C-47 | 18 | 1946-1951 |
Curtiss C-46 Commando | 40 | 1949-1962 |
Douglas DC-4 | 10 | 1957-1962 |
Douglas DC-6A | 4 | 1961-1962 |
AcidentesEditar
- 12 de julho de 1951: um Douglas DC-3/C-47 prefixo PP-LPG, registrado para Linhas Aéreas Paulistas - LAP, voando de Maceió para Aracaju, após abortar o pouso sob condições adversas em Aracaju, arremeteu, vindo a cair em seguida. Todos os 33 ocupantes entre passageiros e tripulantes morreram.
- 24 de maio de 1952: um Curtiss C-46D-15-CU Commando prefixo PP-LDE, após a decolagem em Manaus-Ponta Pelada, caiu no Rio Negro ao tentar retornar ao aeroporto com falha nos motores. No acidente morreram os 6 ocupantes.
- 1 de fevereiro de 1958: um Douglas DC-4 prefixo PP-LEM, durante a decolagem noturna do Rio de Janeiro-Santos Dumont apresentou uma falha no motor nº 4. A decolagem foi abortada a 100m antes do fim da pista, um pneu estourou fazendo com que o avião saísse da pista, incendiando-se. Dos 72 passageiros e tripulantes abordo, 5 morreram.
- 11 de agosto de 1958: um Douglas DC-4 prefixo PP-LEQ, caiu por causas desconhecidas perto da Ilha de Carapí, no estado do Pará, quando fazia aproximação para pouso no aeroporto de Belém-Val de Cães. Dos 11 passageiros e tripulantes a bordo, 1 passageiro sobreviveu.
- 5 de setembro de 1958: um Curtiss C-46D-15-CU Commando prefixo PP-LDX caiu durante a aproximação para pouso em Campina Grande. Dois tripulantes e 11 passageiros morreram. Neste voo, entre os sobreviventes, estava o humorista Renato Aragão, o Didi dos Trapalhões.
BibliografiaEditar
- Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (2005). História Geral da Aeronáutica Brasileira: de janeiro de 1946 a janeiro de 1956 após o término da Segunda Guerra Mundial até a posse do Dr. Juscelino Kubitschek como Presidente da República. 4. Rio de Janeiro: GR3 Comunicação & Design. p. 345.
- Pereira, Aldo (1987). Breve história da aviação comercial brasileira. Rio de Janeiro: Europa Empresa Gráfica e Editora. pp. 308–315.
- "Lóide Aéreo Nacional (Brasil)". Aviação Brasil. http://www.aviacaobrasil.com.br/wp/empresas_aereas/nacionais_desativadas/Loide_Aereo_Nacional_Brasil[ligação inativa]. Retrieved 18 June 2010.
- Pereira, Aldo (1987). Breve História da Aviação Comercial Brasileira. Rio de Janeiro: Europa. pp. 314–315.
Referências
- ↑ Aviação Brasil. «Loide Aéreo Nacional (Brasil)». Consultado em 24 de agosto de 2010[ligação inativa]
- ↑ Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (1991). História Geral da Aeronáutica Brasileira: da criação do Ministério da Aeronáutica ao final da Segunda Guerra Mundial. 3. Belo Horizonte and Rio de Janeiro: Villa Rica Editoras Reunidas. p. 304