Lúcio Fúrio Purpúreo

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Lúcio Fúrio Purpúreo (em latim: Lucius Furius Purpureo) foi um político da gente Fúria da República Romana eleito cônsul em 196 a.C. com Marco Cláudio Marcelo.

Lúcio Fúrio Purpúreo
Cônsul da República Romana
Consulado 196 a.C.

Segunda Guerra Púnica editar

 Ver artigo principal: Segunda Guerra Púnica

Purpúreo liderou a pequena guarnição em Numistro para Marco Cláudio Marcelo depois da Batalha de Numistro, em 210 a.C., mas, fora isto, teve pouco envolvimento nas campanhas contra os cartagineses.[1][2]

Pretor (201 a.C.) e legado (200 a.C.) editar

 Ver artigo principal: Batalha de Cremona (200 a.C.)
 
Gália Cisalpina.

Em 201 a.C., era um dos pretores que decidiram a eleição de 201 a.C.. Com seus dois colegas, escolheu Caio Aurélio Cota e Públio Sulpício Galba Máximo como cônsules para 200 a.C.. Ainda em Roma, Purpúreo, Cneu Sérgio Planco, Quinto Fúlvio Gilão e Quinto Minúcio Rufo sortearam qual província cada um governaria como propretores no ano seguinte. Planco foi escolhido como pretor urbano de Roma, Gilão recebeu a Sicília, Rufo ficou com Brúcio e Púrpureo, a Gália Cisalpina.[3][4]

Logo depois de chegar à Gália, Galba Máximo declarou guerra ao Reino da Macedônia e entregou a Purpúreo 5 000 soldados para que ele defendesse sua província contra invasões bárbaras, oficialmente designada ao cônsul Aurélio Cota. Porém, este contingente era insuficiente para defender a província dos grandes exércitos de ínsubres, canomanos e boios, que estavam sendo liderados por um general de origem cartaginesa chamado Amílcar, cujo número de tropas combinado chegava a 40 000. Ao saber da invasão, Purpúreo escreveu ao Senado pedindo mais tropas, que respondeu enviando as legiões da Etrúria e ordenando que Purpúreo utilizasse suas próprias tropas para libertar as cidades cercadas na região antes que elas chegassem. Na Batalha de Cremona, derrotou decisivamente os gauleses, que conseguiram salvar apenas 6 000 soldados; todos os demais ou foram mortos em combate ou foram aprisionados. Além disto, foram capturadas 200 carroças, mais de 70 insígnias militares e libertados cerca de 2 000 prisioneiros romanos capturados em Placência. Esta vitória valeu a Purpúreo um triunfo, apesar de Caio Aurélio Cota ter sido o cônsul oficial naquele ano. Furioso, ele tratou de arrasar o território inimigo, acumulando uma grande riqueza.[5] Amílcar logo foi convocado a Cartago por violar os termos do tratado que encerrou a Segunda Guerra Púnica.[6][7][8]

No ano seguinte, Purpúreo foi um legado de Galba Máximo em suas tratativas com a Macedônia e seus embaixadores, mas sem resultados concretos, depois que os macedônios tentara convencer a Liga Etólia a abandonar a aliança com Roma.[9][10]

Consulado (196 a.C.) editar

Em 196 a.C., Purpúreo foi eleito cônsul com Marco Cláudio Marcelo.[11] Depois de resolverem alguns assuntos domésticos, os dois cônsules marcharam até o território dos boios, onde, depois de arrasarem tudo no caminho até a cidade de Falsina, conseguiram sua submissão completa. Quando voltaram a Roma, Purpúreo recebeu permissão para celebrar um triunfo por sua vitória.[12][13][14]

Anos finais editar

É conhecido por ter ordenado a construção de três templos em homenagem a Júpiter por suas vitórias contra os gauleses: um inaugurado em 194 a.C. e os outros dois, em 192 a.C.. Depois da vitória de Cipião Asiático contra Antíoco III, o Grande, da Síria selêucida, Purpúreo foi um dos dez embaixadores enviados à Ásia para firmar um tratado de paz e determinar as novas fronteiras. Ele apareceu novamente nas fontes em 187 a.C. como um dos mais obstinados adversários de Cneu Mânlio Vulsão, acusando-o de ameaçar a paz com Antíoco. Em 184 a.C., concorreu à censura, mas foram eleitos Marco Pórcio Catão e Lúcio Valério Flaco. No ano seguinte, foi enviado pelo Senado como legado a algumas tribos da Gália Cisalpina.

Ver também editar

Cônsul da República Romana
 
Precedido por:
Caio Cornélio Cetego

com Quinto Minúcio Rufo

Lúcio Fúrio Purpúreo
196 a.C.

com Marco Cláudio Marcelo

Sucedido por:
Marco Pórcio Catão

com Lúcio Valério Flaco


Referências

  1. Edmonds, Cyrus (1891). The History of Rome, Volume 3 (em inglês) 1 ed. London: George Bell & Sons. pp. 1091–1092 
  2. Lívio, Ab Urbe Condita XXVII 2.
  3. Edmonds, Cyrus (1891). The History of Rome, Volume 3 (em inglês) 1 ed. London: George Bell & Sons. pp. 1344–1346 
  4. Lívio, Ab Urbe Condita XXXII 4, 63 10, 21, 47-49.
  5. Lívio, Ab Urbe Condita XXX,26-27; XXXI 5, 6, 10, 11, 21, 22, 47, 49.
  6. Edmonds, Cyrus (1891). The History of Rome, Volume 3 (em inglês) 1 ed. London: George Bell & Sons. pp. 1348–1351 
  7. Lívio, Ab Urbe Condita XXXIII 24, 37.
  8. Lívio, Ab Urbe Condita XXXIV 53.
  9. Edmonds, Cyrus (1891). The History of Rome, Volume 3 (em inglês) 1 ed. London: George Bell & Sons. pp. 1369–1370 
  10. Lívio, Ab Urbe Condita XXXV 41.
  11. Edmonds, Cyrus (1891). The History of Rome, Volume 3 (em inglês) 1 ed. London: George Bell & Sons. pp. 1440–1441 
  12. Lívio, Ab Urbe Condita XXXVII 55.
  13. Lívio, Ab Urbe Condita XXXVIII. 44, 45, 54.
  14. Lívio, Ab Urbe Condita XXXIX 40, 54.

Bibliografia editar

Fontes primárias editar

Fontes secundárias editar