Landim

freguesia do município de Vila Nova de Famalicão, Portugal
 Nota: Para a língua Landim, veja Língua ronga.

Landim é uma freguesia portuguesa do município de Vila Nova de Famalicão, com 4,55 km² de área[1] e 2838 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 623,7 hab./km².

Portugal Portugal Landim 
  Freguesia  
Capela de São Brás
Capela de São Brás
Capela de São Brás
Gentílico landinense
Localização
Landim está localizado em: Portugal Continental
Landim
Localização de Landim em Portugal
Coordenadas 41° 22' 48" N 8° 27' 54" O
Município Vila Nova de Famalicão
Código 031221
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 4,55 km²
População total (2021) 2 838 hab.
Densidade 623,7 hab./km²
Código postal 4770
Outras informações
Orago Santa Maria (Nossa Senhora da Assunção)

Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Era constituído pelas freguesias de Areias, Lama, Palmeira de Landim, Sequeiró, Ávidos, Bente, Landim (Santa Marinha) e São Miguel de Seide. Tinha, em 1801, 2944 habitantes.

Demografia editar

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Landim
AnoPop.±%
1864 1 131—    
1878 1 060−6.3%
1890 1 213+14.4%
1900 1 105−8.9%
1911 1 201+8.7%
1920 1 225+2.0%
1930 1 314+7.3%
1940 1 695+29.0%
1950 1 923+13.5%
1960 2 331+21.2%
1970 2 411+3.4%
1981 2 745+13.9%
1991 2 752+0.3%
2001 2 852+3.6%
2011 2 834−0.6%
2021 2 838+0.1%
Distribuição da População por Grupos Etários[3]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 511 432 1568 341
2011 392 339 1661 442
2021 367 281 1600 590

História editar

A história da freguesia de Santa Maria de Landim confunde-se com a do seu mosteiro, visto que ela nasce para a história graças à fundação do mosteiro, em 1096, por D. Rodrigo de Forjaz Trastamara, filho do Conde de Trastamara, nobre francês que atraído para a Península pelas guerras de Afonso VI, rei de Leão, contra os mouros. Fundado em finais do século XI, o convento foi entregue aos Frades Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, que viu aumentar o seu património, quando D. Gonçalo Gonçalves e D. Rodrigo Gonçalves Pereira (filhos do Conde D. Gonçalo Rodrigues) lhe doaram o rico e extenso Couto de Palmeira, com sede no lugar de Santa Eulália. É certo que, existe uma confusão histórica na atribuição primaz quanto à fundação Couto, direitos e privilégios entre o de Landim e Palmeira. No entanto, a maioria dos estudiosos defende a integração deste naquele, porque o de Landim se firmou, prevalecendo e dominando o de Palmeira. Ao longo dos séculos o mosteiro recebeu grandes privilégios por parte dos poderes religiosos e da própria monarquia, que o isentou de submissão e lhe garantiu grandes rendimentos pelo contributo de numerosos casais existentes no perímetro do Couto que chegava à jurisdição de Barcelos. O Couto teve igualmente o título de Condado, desde o reinado de D. Afonso IV, privilégio que D. João I conservou, atribuindo-lhe ainda jurisdição civil, por carta de doação feita em Lisboa, a 19 de setembro de 1410. Aquando da morte do último prior do mosteiro, D. Frei António da Silva, em 1560, o convento passou para a Comenda do Cardeal Alexandre Farnegia, por concessão do Papa Pio IV. D. Frei Filipe, procurador-geral dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, no entanto, encontrando-se nessa altura em Roma, conseguiu que o referido Cardeal desistisse da posse da Comenda. Em 1562, o Mosteiro foi unido ao de Santa Cruz de Coimbra, da mesma ordem. Em 1770, porém, o Convento foi extinto e vendido a particulares, com autorização do Papa Clemente XIV. Em 1790, o Couto (então, instituição em decadência) foi transformado em concelho, que se manteve até 1836, ano da grande reorganização administrativa encetada por D. Maria II. Apesar de a fundação do mosteiro ter ocorrido no século XI, a sua igreja é da segunda metade do século XII. Em março de 1996 a Igreja e a Casa do Mosteiro foram considerados por decreto Imóvel de Interesse Público. O conjunto de três capelas de São Brás - Senhor das Santas Chagas e Senhor dos Paços, em pedra; da Senhora do Carmo, com fachada Barroca; e a de Santa Marinha, construída há mais de quatrocentos anos, completam o rico património religioso da freguesia. Em termos arquitectónicos, Landim possui algumas belas casas senhoriais. O Solar do Souto, com um espigueiro datado do início do século, em madeira de castanho, tem o seu teto revestido a telha francesa. Na casa agrícola deste solar, pode-se ainda encontrar uma pia do século XVIII. O Solar da Basta é uma casa de pedra muito antiga, com as portas bastante trabalhadas, talvez por entalhadores de Landim.

Património editar

Tradições editar

Na freguesia, a expressividade cultural e religiosa da população manifesta-se através da solenização das festa em honra de: Nossa Senhora da Assunção: festa em honra da padroeira de Landim, comemora-se anualmente e tradicionalmente a 15 de agosto; Senhora das Candeias - esta festa tem lugar a 2 de fevereiro; São Brás - realiza-se a romaria em louvor a este santo em 3 de fevereiro; São João - realiza-se de 20 a 24 de junho; Santa Marinha - realiza-se a 18 de julho; Procissão dos Passos - a lendária festa que se realiza no quarto domingo da Quaresma, de dois em dois anos; Carnaval (cortejo carnavalesco).

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 5 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
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