Nota: Para outros significados, veja Lato (desambiguação).

Lato (em grego clássico: Λατώ; romaniz.:Lató),[1] também chamada Lato Etera,[2][3][4][5] foi uma cidade da ilha de Creta, Grécia, cujas ruínas estão situadas aproximadamente 8 km a oeste de Ágios Nikolaos e a 3 km da aldeia de Kritsa, na unidade regional de Lasíti. Há teorias que afirmam que a cidade deve o nome à deusa Leto (da qual Lato é a forma dórica), podendo ser mencionada em tabuinhas em Linear B como RA-TO. Lato também cunhava moeda na Antiguidade, tendo a imagem da deusa Ilítia que parece ter sido particularmente adorada em Lato. Nearco, almirante de Alexandre Magno, nasceu em Lato.[6]

Vista do sítio arqueológico de Lato

Embora a cidade, provavelmente, seja anterior a chegada dos dóricos, as ruínas encontradas datam principalmente do período dórico (séculos V e IV a.C.). Foi possivelmente fundada após o circundante sítio de Kastellos ser abandonado.[7] Antes do fim do século III a.C., Lato integrou a coligação cretense, estando ao lado de Rodes, Teos e Eumenes II, rei de Pérgamo; constantemente conflitou com a cidade circundante de Olunte pela delimitação de fronteiras. A cidade foi destruída cerca de 200 a.C., mas seu porto (Lato pros Camára), localizado onde agora se encontra Ágios Nikolaos, permaneceu em uso até 200 d.C.[6]

Arqueologia editar

O almirante britânico Thomas Spratt localizou a cidade em 1865, no entanto, suas escavações começaram a partir de 1894-96 quando Arthur Evans realizou uma pequena escavação, que foi prosseguida em 1899–1901 por J. Demargne e de 1968 até a década de 1970 por P Ducrey, O. Picard e B. Chatizmichali.[6] Foram recuperados de Lato um grande número de cerâmicas produzidas com granodiorito, assim como uma série de placas de terracota datadas de 630–600 a.C.[8]

A cidade-estado dórica foi construída em uma posição defensável entre dois picos (tornaram-se duas acrópoles para a cidade) com vista para a baía de Mirabelo. Seu portão principal possuía três entradas sucessivas e dois pátios quadrados dos quais saia uma estrada que ia em direção a ágora composta por uma cisterna e um pequeno templo retangular; ao sul da ágora está o templo principal da cidade e a oeste do templo está o teatro da cidade. O pritaneu, complexo monumental possivelmente utilizado para apresentações de espetáculos ou para discussões públicas, localiza-se no norte da cidade.[6]

Referências

  1. Estêvão de Bizâncio, Ethnikon, s.v. Kamara
  2. Kofou, Anna (1992), Crete: all the museums and archaeological sites (em inglês) 3ª ed. , Ekdotike Athenon, p. 184, 194, consultado em 10 de fevereiro de 2014 
  3. Pendlebury, John Devitt Stringfellow (1969), The Archaeology of Crete, ISBN 9780819601216 (em inglês), Biblo & Tannen, p. 10, consultado em 10 de fevereiro de 2014 
  4. Willetts, R. F. (1965), Ancient Crete: From Early Times Until the Roman Occupation, ISBN 9781134528318 (em inglês), Routledge (publicado em 2013), p. 57–58, consultado em 10 de fevereiro de 2014 
  5. The Annual of the British School at Athens (em inglês), British School at Athens. MacMillan, 1935, p. 94, consultado em 10 de fevereiro de 2014 
  6. a b c d Apostolakou, Vili. «Lato» (em inglês). Ministério da Cultura e Desporto da Grécia. odysseus.culture.gr. Consultado em 17 de dezembro de 2011 
  7. Hayden 2005, p. 227.
  8. Hogan, C. Michael. «Lato (hillfort)». themodernantiquarian.com (em inglês). Consultado em 11 de dezembro de 2011 

Bibliografia editar

  • Hayden, Barbara J. (2005). Reports on the Vrokastro Area, Eastern Crete. [S.l.]: University of Pennsylvania Museum of Archaeology. ISBN 1931707596 
 
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