Le Spleen de Paris

Le Spleen de Paris, também conhecido como Pequenos poemas em prosa, é uma coleção de cinquenta poemas escritos em prosa poética por Charles Baudelaire. O livro foi publicado postumamente em 1869 como parte do IV tomo das obras completas do escritor. A obra é considerada como precursora da poesia em prosa, embora o próprio Baudelaire credite a inclinação para a adoção dessa forma poética à obra de Aloysius Bertrand, Gaspard de la Nuit, considerado hoje por muitos estudiosos como inventor do poema em prosa: "Foi folheando, pela vigésima vez ao menos, o famoso Gaspard de la Nuit de Aloysius Bertrand [...] que me veio a ideia de tentar algo de análogo, e de aplicar à descrição da vida moderna, ou sobretudo de uma vida moderna e mais abstrata, o procedimento que ele aplicara à pintura da vida antiga, tão estranhamente pitoresco"[1].

Spleen et idéal, de Carlos Schwabe, 1907

São temas recorrentes nos poemas: a melancolia, prazer[2], o pavor em relação à passagem do tempo[3], o desejo pelo infinito, crítica corrosiva contra a religião e à moral.

Antecedentes editar

 
Autorretrato de Baudelaire.

As cinquenta seções que compõem a coleção foram redigidas entre 1855 e 1864.

A particularidade desta obra reside na ausência de sequência entre as distintas partes. Em contrapartida, os poemas podem ser lidos aleatoriamente. Como Baudelaire mesmo afirmou: "Retire uma vértebra e os dois fragmentos desta fantasia torturante irão se unir novamente sem esforço". É um traço comum da obra a recorrência de determinadas características como, por exemplo, visões urbanas envoltas em spleen (melancolia que se expressa sem razão aparente, caracterizada por uma grande repulsa geral.[4]). De esta comprobación se deriva naturalmente la explicación del subtítulo.

Estilo editar

Le Spleen de Paris representa a ruptura definitiva com as formas poéticas clássicas. A nova estética de Baudelaire influenciaria enormemente diversos poetas das gerações futuras.[5]

Entre os escritores mais influenciados pelo estilo poético de Le Spleen de Paris estão os simbolistas Stéphane Mallarmé, Tristan Corbière e Arthur Rimbaud. A inspiração sobre este último pode ser notada em suas principais obras: Uma temporada no inferno e Iluminações.

Referências

  1. BAUDELAIRE, Charles (2018). Pequenos poemas em prosa: o Spleen de Paris. São Paulo: Via Leitura. pp. 13–14  Parâmetro desconhecido |Tradução= ignorado (ajuda)
  2. Baudelaire, Charles. Paris Spleen. Trans. Keith Waldrop. Middleton: Wesleyan University Press, 2009. 9.
  3. Baudelaire, Charles. Paris Spleen. Trans. Keith Waldrop. Middleton: Wesleyan University Press, 2009. 73.
  4. Definición de Le Nouveau Petit Robert 2009
  5. Berman, Marshall. “Baudelaire: Modernism in the Streets.” All that is solid melts into air. New York: Penguin Group Inc., 1988. 148. Google Books. 2009. 21 May 2009 <http://books.google.com/books?id=mox1ywiyhtgC&printsec=frontcover>