Legio secunda Augusta ou Legio II Augusta ("Segunda legião de Augusto") foi uma legião do exército imperial romano formada na década de 40 a.C. e que ainda operava na Britânia no século IV Seus emblemas eram o Capricórnio[2]:p. 128, Pégaso[2]:p. 129 e o deus Marte.

Legio II Augusta

Mapa do Império Romano em 125, sob o imperador Adriano. LEGIO II AUGUSTA estacionada em Isca dos Siluros (Caerleon, País de Gales), na província da Britânia, de 74 até pelo menos 269
País República Romana e Império Romano
Corporação Legião romana (Mariana)
Missão Infantaria (com alguma cavalaria de apoio)
Denominação Augusta, "de Augusto" sob Augusto
Antonina, "Antoniana" sob Caracala e Elagábalo
Criação 43 a.C. até alguma data no século IV a.C.
Patrono Augusto
Mascote Capricórnio[1]
Pégaso e Marte
História
Guerras/batalhas Batalha de Filipos (42 a.C.)
Batalha de Perúgia (41−40 a.C.)
Guerras Cantábricas (25−19 a.C.)
Invasão da Britânia (43-66)
Campanha britânica de Agrícola ((79 84))
Campanha britânica de Quinto Lólio Úrbico (139-143)
Campanha britânica de Sétimo Severo (208-211)
Logística
Efetivo Aprox. 3500 combatentes, mais apoio quando foi criada.
Comando
Comandante Tibério Cláudio Paulino
Comando em campanha Sétimo Severo
Sede
Guarnições Hispânia Tarraconense (25 a.C. - 9 d.C.)
Germânia (9–17)
Argentorato (17–43)
Britânia (43–66)
Glevo Nervense (66–74)
Isca Augusta (Caerleon) (74–c. 208)
Carpow (c. 208–235)
Isca Augusta (235–após 255)

Origem editar

A Legio II Sabina era uma unidade militar do final do período republicano que pode ter sido criada por Júlio César durante seu ano de consulado (48 a.C.) e seria, neste caso, a legião conhecida como "Legio II". Sua função era lutar contra Pompeu e lutou na Batalha de Munda em 45 a.C. É possível também que a Legio II seja a legião criada pelo cônsul Caio Víbio Pansa Cetroniano em 43 a.C. em "Sabina", de onde tirou seu cognome original[3] e é possível que ela tenha participado da Batalha de Filipos (42 a.C.) do lado do Segundo Triunvirato (Marco Antônio, Otaviano e Lépido).[4]

Depois da derrota dos republicanos, a Legio II jurou fidelidade a Otaviano[5] e manteve seu nome até a Batalha de Ácio (31 a.C.).[6] Foi aparentemente dissolvida em algum momento entre 30 e 14 a.C. (deixando entre 105 000 e 120 000 veteranos),[7] alguns dos quais foram incorporados na nova "Legio II Augusta", criada imediatamente em seguida.[5]

Período imperial editar

No começo do reinado de Augusto, em 25 d.C., esta legião foi realocada para Hispânia para lutar nas guerras cantábricas, que firmaram definitivamente o poder de Roma na região, ficando aquartelada em seguida em Hispânia Tarraconense. Com a aniquilação das legiões XVII, XVIII e XIX na batalha da floresta de Teutoburgo (em 9 d.C.), a II Augusta foi novamente realocada, agora para a Germânia, possivelmente na área onde hoje está Mogúncia. Após 17 d.C., ela ficou em Argentorato (atual Estrasburgo).

Invasão da Britânia editar

 
Estela funerária do legionário Caio Largênio da Legio II Augusta, encontrada em Estrasburgo (distrito de Kœnigshoffen)
(Museu Arqueológico de Estrasburgo)

A legião participou então da Conquista romana da Britânia em 43 d.C. O futuro imperador Vespasiano era o comandante da legião na época e liderou a campanha contra as tribos durotriges e dumnônias. Embora esteja nos registros que ele sofreu uma derrota pelas mãos dos siluros em 52 d.C., a II Augusta se mostrou uma das melhores legiões, mesmo após sua desgraça durante o levante da rainha Boudica, quando seu prefeito do castro (praefectus castrorum), que era então o comandante em exercício (seus legados e tribunos provavelmente ausentes com o governador Caio Suetônio Paulino), desobedeceu uma ordem de Suetônio para que se juntassem a ele e, por isso, cometeu o suicídio posteriormente.

Após a derrota de Boudica, a legião foi dispersada em diversas bases. De 66 até 74, ela esteve em Glevo Nervense (moderna Gloucester). Em seguida, foi realocada para Isca Augusta (moderna Caerleon), construindo lá uma fortaleza que os soldados ocuparam até o final do século III. A legião também tinha conexões com o campo em Alchester, em Oxfordshire, teve seu selo estampado em tijolos no século II em Abonas (Abonae; um subúrbio de Bristol) na costa de Avon.[8]

Séculos II e III editar

Em 122, a II Augusta ajudou a construir a Muralha de Adriano. Em 196, ela apoiou o golpe do governador da Britânia, Clódio Albino, que foi derrotado por Sétimo Severo. Durante a campanha escocesa de Severo, a segunda mudou-se para Carpow, retornando para Caerleon durante Alexandre Severo.

Ver também editar

Referências

  1. O Capricórnio (astrologia) foi escolhido como emblema da legião devido ser o símbolo astrológico do patrono da II Augusta, Augusto.
  2. a b Legions and Veterans: Roman Army Papers 1971-2000 By L. J. F. Keppie
  3. L.Keppie. The making of the roman army. [S.l.: s.n.] pp. 199 and 203 
  4. E.Ritterling. voice Legio, in Realencyclopädie of Klassischen Altertumswissenschaft. 1924-1925, 1483-1484. Stuttgart: [s.n.] 
  5. a b JRGonzalez. Historia del las legiones romanas. [S.l.: s.n.] p. 106 
  6. L.Keppie. The making of the roman army. [S.l.: s.n.] p. 201 
  7. Augustus. «Res Gestae Divi Augusti». III: 15 and 16 
  8. Richard Stillwell, ed. (1976). Princeton Encyclopedia of Classical Sites (em inglês). [S.l.: s.n.] Consultado em 2 de janeiro de 2011 

Bibliografia editar

  • Dorset and the Second Legion, N.Field (1992), ISBN 1-871164-11-7 (em inglês)
  • Lawrence Keppie: Legions and Veterans: Roman Army Papers 1971-2000, Franz Steiner Verlag, 2000, ISBN 3-515-07744-8; chapter The Origins and Early History of the Second Augustan Legion, pages 123 - 147 (disponível no Google Books). (em inglês)

Ligações externas editar