Leila Diniz
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Leila Roque Diniz (Niterói, 25 de março de 1945 — Nova Délhi, Índia, 14 de junho de 1972) foi uma atriz brasileira.
Leila Diniz | |
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Leila Diniz em 1971 | |
Nome completo | Leila Roque Diniz |
Nascimento | 25 de março de 1945 Niterói, RJ |
Morte | 14 de junho de 1972 (27 anos) Nova Délhi, Índia |
Ocupação | Atriz |
Cônjuge | Domingos de Oliveira (1962-1965) Ruy Guerra (1965-1971) |
BiografiaEditar
Formou-se em magistério e foi ser professora do jardim de infância em Ipanema. Aos dezessete anos, conheceu seu primeiro marido, o cineasta Domingos de Oliveira e casou-se com ele. O relacionamento durou apenas três anos. Foi nesse momento que surgiu a oportunidade de trabalhar como atriz. Primeiro estreou no teatro e logo depois passou a trabalhar na TV Globo, atuando em telenovelas. Mais tarde, casou-se com o cineasta moçambicano Ruy Guerra, com quem teve uma filha, Janaína. Participou, ao todo, de quatorze filmes, doze telenovelas e várias peças teatrais.
Leila Diniz quebrou tabus de uma época em que a repressão dominava o Brasil, escandalizou ao exibir a sua gravidez de biquini[1] na praia, e chocou o país inteiro ao proferir a frase: Transo de manhã, de tarde e de noite. Considerada uma mulher à frente de seu tempo, ousada e que detestava convenções.[2] Foi invejada e criticada pela sociedade conservadora das décadas de 1960 e 1970 e pelas feministas pois consideravam que ela estava a serviço dos homens [3].
Leila falava de sua vida pessoal sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento. Concedeu diversas entrevistas marcantes à imprensa, mas a que causou um grande furor no país foi a entrevista que deu ao jornal O Pasquim em 1969[4]. Nessa entrevista, ela, a cada trecho, falava palavrões que eram substituídos por asteriscos, e ainda disse: Você pode muito bem amar uma pessoa e ir para cama com outra. Já aconteceu comigo.
O exemplar mais vendido do jornal foi justamente esse no qual foi publicada a entrevista da atriz fluminense. E foi também depois dessa publicação que foi instaurada a censura prévia à imprensa, mais conhecida como Decreto Leila Diniz. Perseguida pela polícia e Política Social, Leila se esconde em Petrópolis no sítio do colega de trabalho Flávio Cavalcanti, tornando-se em seguida jurada do programa do apresentador, no momento em que é acusada de ter ajudado militantes de esquerda. Alegando razões morais, a TV Globo do Rio de Janeiro não renova o contrato de atriz. De acordo com a emissora, não haveria papel de prostituta nas próximas telenovelas.[2]
Meses depois, Leila reabilita o teatro de revista, e começa uma curta e bem sucedida carreira de vedete. Estrelando a peça tropicalista Tem banana na banda, improvisando a partir dos textos escritos por Millôr Fernandes, Luiz Carlos Maciel, José Wilker e Oduvaldo Viana Filho. Recebe de Virgínia Lane o título de Rainha das Vedetes. No carnaval de 1971, é eleita Rainha da Banda de Ipanema por Albino Pinheiro e seus companheiros.
Morreu num acidente aéreo, voo 471 da Japan Airlines, no dia 14 de junho de 1972, aos 27 anos, no auge da fama, quando voltava de uma viagem à Austrália.
Após o falecimento de Leila, sua filha Janaina foi criada pelo cantor Chico Buarque e sua então esposa, a atriz Marieta Severo.
Um cunhado advogado se dirigiu a Nova Délhi, na Índia, local do desastre, para tratar dos restos mortais da atriz. Acabou encontrando um diário que continha diversas anotações e uma última frase, que provavelmente estava se referindo ao acidente: Está acontecendo alguma coisa muito es....
Leila Diniz, A Mulher de Ipanema, defensora do amor livre e do prazer sexual, é sempre lembrada como símbolo da revolução feminina, que rompeu conceitos e tabus por meio de suas ideias e atitudes.
“ | "Sem discurso nem requerimento, Leila Diniz soltou as mulheres de vinte anos presas ao tronco de uma especial escravidão." | ” |
Por sua carreira, sua história e seu legado, entrou para a lista 10 Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio.[5]
CarreiraEditar
Na televisãoEditar
Novelas | ||||
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Ano | Título | Papel | Emissora | |
1965 | Ilusões Perdidas | Rede Globo | ||
Paixão de Outono | Maria Luísa | |||
Um Rosto de Mulher | ||||
1966 | Eu Compro Esta Mulher | Úrsula | ||
O Sheik de Agadir | Madelon | |||
1967 | A Rainha Louca | Lorenza | ||
Anastácia, a Mulher sem Destino | Anastácia | |||
1968 | O Direito dos Filhos | Ana Lúcia | TV Excelsior | |
1969 | Acorrentados | Irmã Amparo | TV Rio | |
Vidas em Conflito | Débora | TV Excelsior | ||
Dez Vidas | Pompom | |||
1970 | E Nós, Aonde Vamos? | Beth | TV Tupi |
No cinemaEditar
Longas-Metragem | ||||
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Ano | Título | Papel | Notas | |
1967 | Mineirinho, Vivo ou Morto | Maria | [6] | |
O Mundo Alegre de Helô | Luisinha | [7] | ||
Todas as Mulheres do Mundo | Maria Alice | [8] | ||
Juego peligroso | Servente | |||
1968 | Edu, Coração de Ouro | Tatiana | ||
O Homem Nu | Mariana | |||
A Madona de Cedro | Marta | |||
Fome de Amor | Ulla | |||
1969 | Corisco, o Diabo Loiro | Dadá | ||
Os Paqueras | Ela Mesma | |||
1970 | Azyllo Muito Louco | Eudóxia | ||
O Donzelo | Ela Mesma | |||
1971 | Mãos Vazias | Ida[9] | ||
1972 | Amor, Carnaval e Sonhos | Pirata | ||
1977 | O Dia Marcado | Póstumo |
Na músicaEditar
- 1980 - Um Cafuné na Cabeça, Malandro, Eu Quero Até de Macaco - Parceria com Milton Nascimento - Álbum Sentinela
Referências
- ↑ Evolução do Biquini - 1970 Terra
- ↑ a b Publifolha. «Leila Diniz - Joaquim Ferreira dos Santos». Consultado em 6 de março de 2010
- ↑ http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_297.html
- ↑ reprodução da entrevista, O Martelo, arquivado em Wayback Machine, consulta em 2019-08-30
- ↑ Boeckel, Cristina (8 de março de 2015). «Confira lista de grandes mulheres que marcaram a história do Rio; veja 10». Rio 450 anos. G1 Rio. Consultado em 31 de julho de 2020
- ↑ Cinemateca Brasileira Mineirinho, Vivo ou Morto [em linha]
- ↑ O Mundo Alegre de Helô
- ↑ Cinemateca Brasileira Todas as Mulheres do Mundo [em linha]
- ↑ http://cinemateca.gov.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=FILMOGRAFIA&lang=P&nextAction=search&exprSearch=ID=014883&format=detailed.pft