Les Culottées

livro de banda desenhada de Pénélope Bagieu, série de animação

Les Culottées é um blog de banda desenhada, escrito pela ilustradora Pénélope Bagieu em 2016. Através de pequenas bandas desenhadas, Bagieu conta a história de vida de mulheres inspiradoras. De Janeiro a Outubro de 2016, produziu uma banda desenhada por semana que foi partilhando no site do Le Monde, acabando por as publicar em livro. Em França as histórias foram divididas em dois volumes, cada um com 15 biografias e com o subtítulo  “As mulheres que fazem o que querem”. [1][2]

Les Culottées
Webcomic
Imagem ilustrativa padrão; esse artigo não possui imagem.
Editora(s) Le Monde
Lançada em janeiro de 2016
Terminou em outubro de 2016
Autor(es) Pénélope Bagieu
Site oficial lesculottees.blog.lemonde.fr

Traduzido em 17 línguas, Les Culottées foi recebido de forma positiva e acabou por ganhar o Eisner Award em 2019. A tradução inglesa recebeu o título de Brazen: Rebel Ladies Who Rocked the World. Esta versão apenas tem 29 histórias em vez das 30 originais. A biografia de Phoolan Devi, a rainha indiana da Bandidos, foi retirada porque incluía a sua violação pelo marido quando tinha apenas dez anos. Cada versão traduzida é ligeiramente diferente da obra original devido a restrições locais.[2]

Em 2020, foi adaptado como uma série de animação de 30 episódios para a France Télévisions que foi traduzida e transmitida noutros países, entre eles, Portugal onde recebeu o título de Destemidas.[3][4][5][6]

Conteúdo editar

Les Culottées, de Pénélope Bagieu, é uma série de banda desenhada sobre mulheres históricas de vários períodos e nacionalidades. Muitas das mulheres que Bagieu reuniu nesta série são normalmente ignoradas pelos historiadores, no entanto ela também retratou várias mulheres que são reconhecidas. [7]

Entre as mulheres apresentadas em Les Culottées encontram-se Joséphine Baker, Tove Jansson, Clementine Delait, Margaret Hamilton, Josephina Van Gorkum, Nzinga e Frances Glessner Lee. [8]

As histórias contadas em Les Culottées são geralmente bem-humoradas, mas Bagieu cria um equilíbrio ao não se concentrar demasiado na comédia e ao apresentar as informações históricas sem demasiada densidade. As histórias tendem a ser bastante curtas, em parte devido à falta de fontes disponíveis sobre os assuntos das banda desenhadas. [9]

Desenvolvimento editar

 
Pénélope Bagieu em 2015

Há muito tempo que Bagieu planeava criar uma webcomic focada em trinta "audaciosas mulheres” que decidiram tomar conta do seu próprio destino que fosse publicada no site oficial do jornal Le Monde. Quando ela propôs o projecto ao jornal em 2013, a equipa ficou muito entusiasmada. [10]

Inicialmente o lançamento foi agendado de forma a coincidir com as data previstas para o Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême, mas o Le Monde decidiu antecipar o lançamento de Les Culottées em três semanas, como resposta aos protestos públicos contra as nomeações exclusivamente masculinas para o Grand Prix de Angoulême. [11]

Ao criar Les Culottées, o objectivo de Bagieu foi fazer com que organizações como o festival de  Angoulême: "deixem de ser capazes de fingir que as mulheres que marcaram a história simplesmente não existem, infelizmente, existem poucas mulheres na história da banda desenhada, se for ao Louvre são poucas as obras de artistas do sexo feminino expostas."

O primeiro volume de Les Culottées com quinze bandas desenhadas foi lançado em Setembro de 2016 e o segundo em janeiro de 2017.

Recepção editar

O primeiro volume de Les Culottées vendeu mais de 75,000 copias nos primeiros 5 meses após o seu lançamento.[12] A versão inglesa com o título Brazen: Rebel Ladies Who Rocked the World recebeu reconhecimento mundial [13][14][15][16]

Prémios editar

  • 2019: Prémio Eisner de melhor edição americana de uma obra estrangeira

Referências

  1. «Bagieu retrata en un cómic a 15». La Vanguardia (em espanhol). 19 de outubro de 2017. Consultado em 2 de julho de 2020 
  2. a b Leblanc, Philippe (12 de fevereiro de 2018). «Syndicated Comics». The Beat (em inglês). Consultado em 2 de julho de 2020 
  3. Disko. «Through its Women In Motion program, Kering is pleased to support the launch of the animated series adaptation of "Culottées" ("Brazen"), produced by Silex Films for France Télévisions, the weekend beginning March 8th, on International Women's Day». www.kering.com (em inglês). Consultado em 24 de junho de 2020 
  4. «Destemidas | Zig Zag | RTP». Zig Zag. Consultado em 2 de julho de 2020 
  5. «Culottées». www.france.tv (em francês). Consultado em 2 de julho de 2020 
  6. «Destemidas Episódio 28 - RTP Play - RTP». RTP Play. Consultado em 2 de julho de 2020 
  7. Mimram, Olivier (22 de setembro de 2016). «Preview BD : Pénélope Bagieu rend hommage à quinze femmes d'exception». 20minutes.fr 
  8. Perry, Anouk (3 de outubro de 2016). «Frances Glessner Lee, miniaturiste du crime — Les Culottées, par Pénélope Bagieu». Madmoizelle 
  9. «Les Culottées - Tome 1, La Critique». 9emeart.fr. 3 de outubro de 2016 
  10. Bouchoucha, Judith (26 de fevereiro de 2017). «Pénélope Bagieu: "Si tu adores ma BD, tu es féministe !"». Les Inrockuptibles 
  11. Potet, Frédéric (11 de janeiro de 2016). «Pénélope Bagieu lance " Les Culottées ", un blog dessiné». Le Monde 
  12. Jarno, Stéphane (13 de fevereiro de 2017). «Pénélope Bagieu : "Je n'ai jamais eu autant envie de foutre le feu !"». Telerama.fr 
  13. Cooke, Rachel (6 de março de 2018). «Brazen: Rebel Ladies Who Rocked the World by Pénélope Bagieu – review». the Guardian (em inglês). Consultado em 20 de março de 2018 
  14. Cavna, Michael (8 de março de 2018). «Perspective | Why the new graphic novel 'Brazen' is a highly inspiring Women's Day read». Washington Post (em inglês). ISSN 0190-8286. Consultado em 20 de março de 2018 
  15. Barry, Lynda (20 de março de 2018). «Portraits of 'Brazen' Women Who Lived as They Wanted». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 21 de março de 2018 
  16. «How Comic Book 'Brazen' Brings Feminist History to Life». The Hollywood Reporter (em inglês). Consultado em 21 de março de 2018